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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Primeiro Cariri Encantado de 2010

Huberto Cabral, Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias apresentam o Cariri Encantado


O primeiro programa Cariri Encantado de 2010, a ser veiculado neste dia primeiro de janeiro, terá a seguinte programação:

Músicas:
- Canto Cariri, de Lifanco e Kael, com Lifanco e Lívia França;
- Maria e Marquim , de Eugênio Leandro e Patativa do Assaré, com Eugênio Leandro;
- Galope Diferente, de Jonteilor, Cícero Brasil e Edvânio Nobre, com Jonteilor;
- Borboletas Azuis (Asas de Jesus), de Dudé Casado, com Dr. Raiz;
- Lamento de um povo, de Luiz Fidélis, com Luiz Fidélis;
- Num truvejo de vontade, de Geraldo júnior, com Zabumbeiros Cariris;
- Flor do Pequi, de Cícero do Assaré e Jackson Bantim, com Herdeiros do Rei;
- O discurso, de Abidoral Jamacaru, com Dihelson Mendonça e Abidoral Jamacaru;
- Tinhozinho, de Luciano Brayner, com Luciano Brayner.

Textos e poesias de Carlos Rafael Dias, Lupeu Lacerda, Domingos Barroso e Carlos Drummond.

O programa Cariri Encantado é transmitido todas as sextas-feiras, das 14 às 15 horas, pela Rádio Educadora do Cariri AM 1.020 e veiculado na Internet por cratinho.blogspot.com, com apoio do Centro Cultural BNB e apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias.

Se ligue!

Feliz 2010!


Estamos entrando em um tempo novo: Ano novo, década nova.

Aparentemente, uma alteração no calendário não significa, a priori, uma mudança de rumo na vida e no mundo. Mas, individualmente, esse marco pode representar uma guinada para melhor na vida de cada um.

Para tanto, é preciso somente a vontade de mudança. Ou ter disposição para enxergar o mundo por uma nova ótica. Ou assumir uma postura diferente de vida.

A mudança pode até ser individual, mas nunca egoísta. Já disse o poeta: é impossível ser feliz sozinho.

Um novo mundo, um novo tempo, é sempre uma construção coletiva. Ninguém acorda só. Ninguém chora ou sorri solitariamente. Ninguém ama somente a si. Ninguém se salva sozinho. Qualquer projeto de ordem pessoal, por mais simples que seja o seu objetivo, sempre beneficiará os mais próximos. Um projeto individual pode ser o início de uma reação em cadeia e de alcance ilimitado.

Portanto, esse desejo de começar um novo tempo, uma nova vida, tão recorrente a cada ano novo, pode ser de fato o início de um novo ano, um novo tempo, uma nova vida, um novo mundo.

É o que desejo de coração para todos os amigos e leitores deste blogue.

Carlos Rafael Dias

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FELIZ 2010 em cearencês...rsrsrsrs!



Um ano novo bem arretado pra vocês tudim !!!!

Conselhos de um cearense para um 2010 bem pai d'égua.

Sobre as suas metas para o Ano Novo

Anote os seus querê e pendure num lugar que você enxergue todo dia.
Mesmo que seus objetivos estejam lá prá baixa da égua, vale à pena correr atrás. Não se agonie e nem esmoreça. Peleje.
Se vire num cão chupando manga e mêta o pé na carreira, pois pra gente conseguir o que quer, tem é Zé.
Lembre que pra ficar estribado é preciso trabalhar. Não fique só frescando.


Sobre o amor

Não fique enrolando e arrudiando prá chegar junto de quem você gosta. Tome rumo, avie, se avexe
Dê um desconto prá peste daquela cabrita que só bate fofo com você. Aperreia ela. Vai que dá certo e nasce um bruguelim réi amarelo!
Você é um corralinda. Se você ainda não tem ninguém, não pegue qualquer marmota. Escolha uma corralinda igual a você.
Não bula no que tá quieto. Num seja avexado, pois de tanto coisar com uma, coisar com outra, você acaba mesmo é com um chapéu de touro.
As cabritas num devem se agoniar. O certo é pastorar até encontrar alguém pai d'égua. Num devem se atracar com um cabra peba, malamanhado e fulerage. O segredo é pelejar e não desistir nunca. Num peça pinico e deixe quem quiser mangar. Um dia vai aparecer um machoréi da sua bitola.


Sobre o trabalho

Trabalhe, num se mêta a besta. Quem num dá um prego numa barra de sabão num tem vez não.
Se você vive fumando numa quenga, puto nas calças e não agüenta mais aquele seu chefe réi fulerage, tenha calma, não adianta se ispritar.
Se ele não lhe notou até agora é porque num tá nem aí se você rala o bucho no trabalho. Procure algo melhor e cape o gato assim que puder.
Se a lida não está como você quer, num bote boneco, num se aperreie e nem fique de lundu. Saia com aquele magote de amigos pra tomar uns merol.
Tome umas meiotas e conte uma ruma de piadas que tudo melhora.


Sobre a sua vidinha

Você já é um cagado só por estar vivo. Pense nisso e agradeça a Deus.
Cuide bem dos bruguelos e da mulher. Dê sempre mais que o sustento, pois eles lhe dão o aconchego no fim da lida.
Não fique resmungando e batendo no quengo por besteira. Seje macho e pense positivo.
Num se avexe, num se aperreie e nem se agonie. Num é nas carreira que se esfola um preá.


Arrumação motivacional

No forró da entrada do ano, coma aquela gororoba até encher o bucho. É prá dar sorte, mas cuidado, senão dá gastura.
Tome um burrim e tire o gosto com passarinha ou panelada que é prá num perder a mania.
Prá começar o ano dicunforça:

Reflita sobre as besteiras do ano passado e rebole no mato os maus pensamentos.
Murche as orêia, respire fundo e grite bem alto:


Sai mundiça !!!
Ah, e não esqueça do grito de guerra, que é prá dar mais sorte ainda:


Queima raparigal !!

Agora é só levantar a cabeça e desimbestar no rumo da venta que vai dar tudo certo em 2010, afinal de contas você é cearense. E para os que não são da terrinha, mas são doidim prá ser, nosso desejo é que sejam tão felizes quanto nós.

Peeeeennnnse num ano que vai ser muito bom.

Respeite como vai ser pai d'égua esse 2010.

FELIZ 2010 Á TODOS!

Contracultura, tradição e oralidade.



(re)inventando o sertão nordestino na década de 70
ROBERTO MARQUES

O trabalho de Roberto Marques, através da identificação da produção cultural de duas gerações de intelectuais do Crato, a da década de 50 e a de 70, pretende investigar por quais caminhos as idéias aparentemente díspares de modernidade e de tradição se fundem nas manifestações artístico-culturais produzidas na cidade durante as décadas de 70 e 80.

veja neste link

http://books.google.com.br/books?id=mf6eEfdii2kC&printsec=frontcover&dq=Contracultura,+tradi%C3%A7%C3%A3o+e+oralidade&cd=1#v=onepage&q=&f=false

terça-feira, 29 de dezembro de 2009


gota d'agua!


Gota d'água
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque (1975)

Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água...

Maria de Araújo



Nascimento 23 de maio de 1863
Juazeiro do Norte, CE
Morte 17 de janeiro de 1914
Juazeiro do Norte, CE

Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, mais conhecida como Beata Maria de Araújo, (Juazeiro do Norte, 23 de maio de 1863 — 17 de janeiro de 1914) foi uma religiosa brasileira, declarada beata pela devoção popular, mas não pela Igreja Católica.

Era filha de Antônio da Silva Araújo e Ana Josefa do Sacramento.

Desde pequena já levava uma vida árdua, tendo os seus pais falecidos logo cedo. Trabalhava com artesanato, fiando algodão e fazendo bonecas de pano para a venda. Padre Cícero mandava-a ensinar artesanato para outras crianças. Também trabalhou numa olaria com fazendo a contagem dos tijolos.

Em 1885, aos seus 22 anos, passou a usar os hábitos de freira. Passou a ser considerada "beata" pelo povo após um retiro espiritual administrado pelo padre Cícero e pelo padre Vicente Sóter de Alencar. Por ser órfã, passou a residir na casa de padre Cícero, que tinha uma dedicação especial por ela.

O fato mais importante de sua vida foi o milagre da hóstia acontecido em 1 de março de 1889. Ao receber a hóstia, em uma comunhão oficiada por Padre Cícero, na capela de Nossa Senhora das Dores, a "beata" não pôde degluti-la, pois a hóstia transformara-se em sangue. O fato repetiu-se, e o povo achou que se tratava do sangue de Jesus Cristo e, portanto, era um milagre.

O povoado de Juazeiro do Norte passou a ser alvo de peregrinação, pois a multidão queria ver a beata e tratava os panos manchados de sangue como objetos divinos. O jornalista José Marrocos divulgou o fato ocorrido e se tornou um ardoroso defensor do milagre.

A notícia rapidamente chegou aos ouvidos do bispo D. Joaquim José Vieira que chamou o Padre Cícero a Fortaleza para esclarecer o acontecido. O bispo ficou intrigado com o relato ouvido, mas, pressionado por alguns segmentos da Igreja Católica que não aceitaram o relato, enviou dois sacerdotes de sua confiança, os padres Clicério da Costa Lobo e Francisco Pereira Antero, para investigar os acontecimentos. Depois de algumas experiências e de ouvirem relatos de testemunhas, deram o caso como divino.

O bispo não gostou do resultado e convocou uma nova comissão constituída pelos padres Antônio Alexandrino de Alencar e Manuel Cândido, a qual concluiu não haver milagre. O relatório do inquérito foi enviado à Santa Sé, em Roma, e esta confirmou a decisão tomada pelo bispo.

Maria de Araújo passou os últimos anos de sua vida enclausurada até falecer em 1914. O local onde estão seus restos mortais é desconhecido.
É fundamental a todo nordestino conhecer o filme milagre em juazeiro:é um filme gravado em 1999 pelo diretor brasileiro Wolney Oliveira, inspirado no livro Milagre em Joaseiro, escrito pelo norte americano Ralph Della Cava, sobre um fenômeno ocorrido na cidade cearense de Juazeiro do Norte, onde a hóstia virou sangue quando Padre Cícero deu a comunhão a beata Maria de Araújo.
Conhecer nossos personagens históricos é conhecer nossas origens, a fonte de nossas tradições!

A nova lei da cultura Folha de S. Paulo - SP, Editorial, em 28/12/2009

Resta um ano para que um dos principais pleitos do Ministério da Cultura -a reformulação da Lei Rouanet- saia do papel ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Anunciado desde o primeiro mandato, quando Gilberto Gil era titular da pasta, o projeto de mudança passou por consulta pública neste ano, mas só no dia 16 de dezembro foi apresentado à Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

Um aspecto crucial da proposta é a instituição de um Fundo Nacional de Cultura com grande volume de recursos. O ministério já conta com cerca de R$ 300 milhões para o fundo no Orçamento de 2010, mas almeja verbas “iniciais” de R$ 800 milhões para o seu funcionamento.

Se hoje a maior parte dos recursos públicos para a Cultura é distribuída por empresas, por intermédio de renúncia fiscal, com o novo fundo o MinC terá em mãos um forte instrumento para fazer Política Cultural.

A iniciativa foi alvo de justificadas apreensões quanto ao risco de dirigismo estatal, e o projeto foi modificado para minimizar o problema. Tratou-se de explicitar os critérios para as escolhas, que serão de responsabilidade de comissões formadas por especialistas. Melhorou, embora não haja garantia de isenção.

O tradicional mecanismo de incentivo via impostos não será abolido, mas contará com novas faixas de renúncia fiscal, que exigirão contrapartidas das empresas. A proposta vai no sentido correto de estimular o investimento capitalista em cultura, e não o mero redirecionamento de tributos para o setor.

É esse, a propósito, o princípio geral que deveria orientar a apreciação do projeto no Congresso: verbas públicas devem destinar-se sobretudo às atividades de formação e às áreas menos propensas a conseguir retorno no mercado. Quanto a projetos enraizados na indústria cultural, é mais adequado facilitar o crédito e estimular o investimento privado.

* Publicado por Comunicação Social/MinC

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

LAPINHAS VIVAS

A influência ancestral dos três principais mundos formadores da alma brasileira permanece pulsante na vida do sertanejo simples, cuja religiosidade se manifesta à flor de seus atos e ditos. E é na efervescência dessa estética universal que nascem e se fortalecem as tradições culturais populares; em nosso caso, resultantes do caldeamento cultural havido entre os indígenas donos da terra, os brancos ibéricos invasores e os negros de várias nações para cá trazidos como escravos.

Lapinha Mãe Celina (Crato-CE)


A Lapinha assume, neste contexto, uma espécie de demonstração da prevalência do cristianismo sobre as crenças e religiões dos outros povos. Entretanto não escapa à aculturação decorrente dessa convivência, sabida por nós nada pacífica ou cordial. J. de Figueiredo Filho, em seu O Folclore no Cariri (1960: p. 32) nos afirma que à Lapinha, “de procedência lusitana, foi acrescentada muita cousa de fonte indígena ou africana, como os caboclos, a canção da formosa tapuia, ou temas inteiramente abrasileirados.” Na mesma obra (pp. 33-39), ilustra seu caráter multicultural verificando a presença do anjo, índios, do sol, da lua, baianas, beija-flor, pastores, vaqueiros... além dos três Reis Magos.

É a Lapinha Viva, pois, a reconstituição dramática popular da visita dos três Reis Magos ao recém-nascido Jesus, com o fim de lhe ofertarem presentes. Sua significação transita da representação quase que ainda medieval, com pessoas interpretando santos, bichos e coisas da natureza como simples e profunda louvação ao Deus-Menino, até a complexa peça de antropologia cultural que traz em si grande parte da história da humanidade. Lá estão não somente símbolos de culto cristão, católico, mas fortes traços que nos remetem aos primitivos tempos em que o homem vivia em diálogo e harmonia com a natureza, assim como elementos que podem “contar” os processos de formação cultural e social da nação brasileira, sem descuidar de nos remeter aos povos ancestrais de antes do encontro em nossas terras.

Hoje, no Cariri, as nossas Lapinhas Vivas apresentam praticamente as mesmas características dramáticas de outrora, sendo acrescidas quase sempre da louvação de um grupo de Reisado, que também representa a peregrinação dos Reis Magos a Belém, pertencendo ambos ao ciclo natalino, e, às vezes, de uma Banda Cabaçal. Quando se juntam os três folguedos, multiplicam-se a beleza estética, o brilho dramático, o riso brincante, o alcance histórico.

O fortalecimento e a difusão do folclore e das manifestações tradicionais populares, a exemplo das Lapinhas, devem servir principalmente à causa do (re)descobrimento de nossa identidade cultural, pois que oferecem uma farta leitura do mundo em variadas dimensões e diferentes tempos. É a história se doando generosamente à elaboração de um novo pensamento, que dê vazão a sinceras atitudes libertárias, que restabeleça o espírito e a festa da dignidade humana, da democracia, do respeito à natureza, da felicidade, do amor.

Cacá Araújo
Professor, dramaturgo e folclorista
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Copiando tudo e pirateando sempre

Por Alexandre Lucas*

O direito a liberdade, a diversidade e ao conhecimento da produção cultural e cientifica da humanidade é furtado pela lógica do mercado capitalista. Um punhado de empresários que formam a grande industrial cultural monopolizam os gostos, os hábitos e impõem a ideologia dominante, como ferramenta para desarmar as camadas populares de uma concepção ampla e critica da realidade. O Artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos é negligenciado a todo vapor, ou será que gozamos do artigo que diz “Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.

Uma cultura feita em laboratório e produzida em escala maciça sinaliza para o que Karl Marx apontava “A produção cria o consumidor...A produção produz não só um objeto para o sujeito, mas também um sujeito para o objeto” é neste contexto que é determinado os bens de consumo da alma, como afirma Edgar Morin ao referir-se a industria cultural “A produção cultural é determinada pelo próprio mercado”.

A grande barreira é de ordem econômica. O segmento da indústria cultural, que inclui o mercado editorial, musical, audiovisual, os veículos de comunicação, dentre outros são beneficiado com impostos diferenciados, ou seja, impostos menores, comparadas a outros segmentos da economia. Entretanto, o grande público, não é beneficiado com essa diferenciação, ficando a mercê desta perversa façanha burguesa, tendo em vista que os diversos aparatos jurídicos e a visão mercantilista são avessos a acessibilidade e a democratização da produção cientifica e cultural como componentes para emancipação humana.

O acesso aos bens culturais, ainda continua sendo um grande privilégio para poucos. As camadas populares não tem acesso as salas de cinema, ao livro, ao CD, ao DVD, a internet, a pluralidade e diversidade das linguagens artísticas, as descobertas e aos benefícios da ciência e da tecnologia, pois o acesso é escasso e caro. Vale destacar que existem de fato diversas conexões que sustentam essa exclusão, dentre elas, a legislação do direito autoral, a de concessão para funcionamento das Rádios e TV, a lei que dispõe sobre patentes e o financiamento público para uso privado, a exemplo dos recursos destinados as universidades para pesquisa cientifica e que posteriormente beneficia os grupelhos de empresários ou os recursos públicos que são destinados a produção cinematográfica, que após os filmes prontos, a sua circulação ocorre nas arquibancadas dos Shoppings Centers da vida capitalista.

Por outro lado cria-se o dissenso popular e a alternativa contra o mercado e a favor da democratização da produção cultural e cientifica, notoriamente multiplicam-se as formas de possibilitar que o livro possa ser barateado, através da fotocópia, que a música e o cinema possa ser adquirido por valores acessíveis em qualquer calçada e a internet tornou-se a grande hospedeira de baixo custo que disponibiliza instantaneamente um vasto e infinito acervo bibliográfico, cinematográfico, musical, pictórico, fotográfico, etc. A quem defenda que isso seja uma ilegalidade e criem obstáculos e mecanismos de repressão para impedir esses avanços. Esses são certamente os que estão do lado oposto da emancipação humana e concretamente afinados com os interesses homem/mulher mercadoria.

Concomitantemente, a defesa desta suposta ilegalidade devemos travar uma batalhar pela modificação da legislação atual para que aponte e que reconheça a produção cientifica e cultural como patrimônio da humanidade e que para ela esteja a serviço. É preciso subverter a infame mentalidade privada/capital, impondo uma luta contra a ilegalidade social que é legitimada pela lei mercadológica.

Se a lógica é outra, a nossa também tem que ser outra. Por isso na conjuntura atual só podemos concluir que copia e pirataria é difusão cultural.

*Coordenador do Coletivo Camaradas, pedagogo e artista/educador.

sábado, 19 de dezembro de 2009

"dia dos mortos" é premiado! por:Dadá Petrole

Bom, recebi isso aqui hoje e já vou passando meio mexido pra você.
Estou na Europa, mas nao deixo o meu Cariri, nem no último pau-de-arara...
Um grande abraço,
Dada

O vídeo chamado "DIA DOS MORTOS, do fotógrafo Dada Petrole", realizado na viagem de pau-de-arara (da cidade de Juazeiro-Ba até Juazeiro do Norte) na última romaria de finados, do Padre Cícero, foi premiado a nível nacional pelo "Festival do Minuto" do Estado de Sao Paulo.
O tema do festival era "Padre Cícero" e o seu vídeo foi um dos dois vencedores ( http://www.festivaldominuto.com.br ). Desde agora o vídeo encontra-se online também no youtube, ( http://www.youtube.com/watch?v=dk2XgQ1XhJo ).


"Dia dos Mortos" (PREMIADO NO FESTIVAL DO MINUTO) é um video que valoriza a informaçao da imagem e da dramatologia do silêncio e da luz . Ele encorpora a poesia e a emoçao da vida dos romeiros que se deslocam dos seus habitats para exaltar o que lhe é de valor na vida e assim lhes afastar da morte....Mas afinal, quem vive e o que significa a morte? Bom, esse vídeo nao explica esse contexto, ele apenas o aborda de uma forma sutil, sensível e dinâmica.

...Entre os dias 01 e 02 de novembro de 2009, entre as cidades de Juazeiro-Ba e Juazeiro do Norte, foram realizadas as gravaçoes do vídeo "Dia dos Mortos." O objetivo da captaçao dessas imagens foi de criar um arquivo documental videográfico durante a realizaçao do projeto fotográfico de Dada Petrole sobre a Romaria do Padre Cícero e o seu romeiro. O resultado desse trabalho é um livro de fotografias e textos sobre a romaria, mas devido as imagens videográficas falarem por si, foi elaborado esse trabalho exclusivo para o "Festival do Minuto", (http://www.festivaldominuto.com.br/templates/Player.aspx?contentId=11541) .....Por favor, um minuto de silêncio!

Casa Grande:17 anos!


Olá Amigos e Amigas!



Convidamos vocês para a renovação do Coração de Jesus em comemoração do 17º aniversário da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, neste dia 19 de dezembro de 2009.



Sua presença vem ser nossa alegria!


Valesca Moura
88 3546-1333
88 99095379
www.fundacaocasagrande.org.br

Logo mais à noite, Chico César na "reffsa!"


Nascido no interior da Paraíba, aos dezesseis anos foi para João Pessoa, onde se formou em jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba, ao mesmo tempo em que participava do grupo Jaguaribe Carne, que fazia poesia de vanguarda.

Pouco depois, aos 21, mudou-se para São Paulo. Trabalhando como jornalista e revisor de textos, aperfeiçoou-se em violão, multiplicou as composições e formou seu público. Sua carreira artística tem repercussão internacional. A maioria de suas canções são poesias de alto poder de encanto lingüístico.

Em 1991, foi convidado para fazer uma turnê pela Alemanha, e o sucesso o animou a deixar o jornalismo para dedicar-se somente à música. Formou a banda Cuscuz Clã e passou a apresentar-se na casa noturna paulistana Blen Blen Club. Já em 1995 lançou seu primeiro disco Aos Vivos. Em 2005 lançou seu primeiro livro Cantáteis, cantos elegíacos de amizade pela editora Garamond.

Toma posse na presidência da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope)em Maio de 2009.

Centro Cultural BNB Cariri – Programação Diária


Dia 19 de dezembro, sábado

- ATIVIDADES INFANTIS - CRIANÇA E ARTE

14h Teatro Infantil: Animartistas. 50min.

14h Bibliotequinha Virtual. Instrutor: Gilvan de Sousa

O objetivo é despertar o interesse das crianças pela internet, mediante a realização de atividades educativas e jogos. 240min.

15h30 Contação de Histórias: Uma História Puxa a Outra, com Bete Pacheco (Juazeiro do Norte-CE)

Contar histórias é uma arte antiga, passada de geração a geração. Ouvindo histórias, desenvolvemos o gosto pela leitura, ampliamos nosso vocabulário e educamos nossa atenção, estimulando nossa imaginação de forma bem divertida. 60min.

16h Teatro Infantil: Animartistas.

17h Sessão Curumim: T'Choupi. 70min.

- CINEMA - CURSO DE APRECIAÇÃO DE ARTE

15h História e Estética do Videoclipe. 180min.

- ESPECIAIS - CINEMA - ARTE RETIRANTE

19h As Aventuras de Azur e Asmar.

Os meninos Azur e Asmar foram criados juntos pela mesma mulher, Jenane. Eles cresceram como se fossem irmãos, até serem separados. Amar cresceu ouvindo as histórias da mãe sobre a lendária Fada dos Djins e, quando se torna adulto, decide partir à sua procura, contando com a ajuda do andarilho Crapoux. É quando Azur e Asmar se reencontram, agora não mais como irmãos, mas como rivais na busca da Fada. Animação. Cor. Dublado. Livre. 2006. 109min.

Local: Sítio Carrapato, Distrito do Lameiro, Jaraguáfilmes. Fone: 88 9619 1898 / 9619 1897

- MÚSICA - ROCK CORDEL

19h30 Banda Los The Os.

Formada em fins de 2006 no Cariri, a Los The Os busca valorizar as raízes e o estilo moderno do rock'n'roll e do blues. Desse vasto repertório de blues e rock'n'roll, a banda também tem um projeto paralelo no qual faz cover da maior banda de todos os tempos: The Beatles, intitulado LOS THE BEATLES. Neste show a banda vai celebrar os 40 anos de Abbey Road (26/09/1969), 12° álbum dos Beatles. Este disco foi marcado pelo uso de novos recursos tecnológicos que estavam surgindo na época e é considerado por muitos um dos melhores. 60min.

Fonte: Centro Cultural BNB Cariri (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Centro Cultural BNB Cariri – Programação Diária


Dia 18/12, sexta-feira

- 14h PROGRAMA DE RÁDIO: Cariri Encantado, com Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias.

Programa de Rádio semanal que destaca a cultural emblemática da região do Cariri Cearense. No programa de hoje, além da produção musical e literária da região, a presença do gerente do CC BNB Cariri, Lenin Falcão, que falará sobre o seu trabalho à frente deste importante equipamento cultural para o Cariri.

Rádio Educadora do Cariri AM 1020. 60min.

- ESPECIAIS - CURSO - ARTE RETIRANTE

15h A Bossa Nova, A Bossa Nossa. 240min.

Local: Campos Sales

- CINEMA - CURSO DE APRECIAÇÃO DE ARTE

15h História e Estética do Videoclipe. 80min.

- ATO COMPACTO

18h O Auto do Divino Nascimento, com a Cia. de Teatro Livre Mente (Juazeiro do Norte -CE)

O Auto do Divino Nascimento de José Mapurunga retrata o nascimento do menino Deus em um universo moderno e humanístico. Com os personagens vivendo engraçadas situações políticas a trama se desenvolve de forma cômica sem perder a seriedade o encantamento sutil inerente a todas as representações natalinas. A divertida montagem da Cia. Livre Mente,com direção de Jean Nogueira e música de Francisco de Freitas, faz um passeio pelas tradicionais lapinhas do Cariri. Classificação indicativa: Livre. 60min.

Local: Praça Padre Cícero


Fonte: Centro Cultural BNB Cariri (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cabruêra no Crato, pelo:armazém do som


Á partir das 21:00hs, dessa sexta, 18 de dezembro, o Centro Cultural do Araripe será palco para a presentação da banda Cabruêra,é um grupo musical brasileiro, formado na Paraíba em 1998, e cuja principal característica é misturar influências do folclore nordestino com tendências da música popular contemporânea.

O primeiro CD foi gravado em 2000 e relançado em 2001 pela Nikita Music. Ainda em 2001, o grupo fez sua primeira excursão à Europa recebeu o Kikito de "Melhor trilha sonora" no Festival de Gramado, pelo curta-metragem "A Canga", de Marcus Villar. No final daquele ano os integrantes do grupo se mudaram para o Rio de Janeiro. Já realizaram dezenas de shows na Inglaterra, Alemanha, Portugal, Bélgica, França, República Tcheca e Holanda.

Segundo Bráulio Tavares, "Os cabras da Cabruêra chegam eletrificando cocos, envenenando cirandas, sampleando repentes e o que mais se apresentar. (...) Uns começaram regueiros, outros roqueiros, outros funkeiros, mas acabaram derivando para a sua própria mistura. (...) Seu show é uma mescla de forró com Pink Floyd, coco com Hermeto Paschoal, ciranda com Funk, maracatu com Frank Zappa, embolada com rock; trata-se de um verdadeiro caldeirão de ritmos e culturas musicais sem perder suas raízes."

Logo mais à noite terá reggae no Centro Cultural do Araripe

A banda Liberdade e Raiz criada na cidade do Crato no inicio de 2006, traz no show: Fóssil, Cabaça: Reggae Cariri, a mistura Cadenciada do Reggae Roots e Poesia Matuta, que resulta no seu estilo próprio, denominado “Reggae Cariri”.
Uma releitura da obra do Rei Bob Marley, juntamente com composições próprias, em uma busca incessante da compreensão da paz e da desmarginalização do Reggae e a desmistificação do “Nordeste”.
Nada mais agradável que se deliciar com o som que “quando bate a gente nunca sente dor”, ritmado as batidas das percussões cariris.

lembrando nosso rei, e uma das letras em que ele homenageia o Crato!

Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade

Eu vou pro Crato
Tomar banho na nascente
Na subida do Lameiro
Tomo estrago de aguardente

Eu vou pro Crato
Comer arroz com pequi
Feijão com rapadura
Farinha do Cariri

Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade

Eu vou pro Crato
Pois a coisa melhorou
A luz de Paulo Afonso
O Cariri valorizou

Eu vou pro Crato
Já não fico mais aqui
Cratinho de açucar
Coração do Cariri

Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade

Eu vou pro Crato
Vou pra casa de seu Pedro
Seu Felício é velho macho
Tô com Pedro, tô sem medo

Eu vou pro Crato
Vou viver no Cariri
Cratinho de açucar
Tijolo de buriti

Luiz Gonzaga do Nasciment(Exu, 13 de dezembro de 1912 — Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o "rei do baião". É considerado mestre do cantor Dominguinhos.

Nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.

Antes dos dezoito anos, ele se apaixonou por Nazarena, uma moça da região e, repelido pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, ameaçou-o de morte. Januário e Santana lhe deram uma surra por isso. Revoltado, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Em Juiz de Fora-MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. Dele, recebeu importantes lições musicais.

Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar na zona do meretrício. No início da carreira, apenas solava acordeão (instrumentista), tendo choros, sambas, fox e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Até que, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando Vira e Mexe (A primeira música que gravou em 78 rpm; disco de 78 rotações por minuto), um tema de sabor regional, de sua autoria. Veio daí a sua primeira contratação, pela Rádio Nacional.

Em 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.

Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia Guedes deu à luz um menino, no Rio. Luiz Gonzaga tinha um caso com a moça - iniciado provavelmente quando ela já estava grávida - e assumiu a paternidade do rebento, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Gonzaguinha foi criado pelos seus padrinhos, com a assistência financeira do artista.

Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular. O casal viveu junto até perto do fim da vida de "Lua". E com ela teve outro filho que Lua a Chamava de Rosinha.

Gonzaga sofria de osteoporose. Morreu vítima de parada cárdio-respiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte e posteriormente sepultado em seu município natal. Sua música mais famosa é Asa Branca

Aniversário de Janinha

No taberna do sabor, barzinho elegante e com boa música , localizado na André Cartaxo, pude ter o prazer de comemorar mais um ano de vida ao lado de amigos conhecidos dessa cidade, pela alma boêmia, pessoas que assim como eu sabem e gostam de apreciar a noite, a música, violão, canto, vinho, cerveja, poesia, vida!
Obrigada a todos! Amo vocês, amo nossa cidade!

Valdênia, proprietária do Taberna

Neném do guanabara, figura histórica do Cariri






Amanhã é dia de programa Cariri Encantado


Amanhã, sexta-feira, é dia de programa Cariri Encantado. O entrevistado será o gerente do Centro Cultural BNB Cariri, Lenin Falcão, que falará do seu trabalho à frente deste importante equipamento cultural da região.

No repertório musical, rolarão as seguintes canções:
- Rola Coco (José Luiz Penna/Tiago Araripe), com Papa Poluição;
- Só no Crato (Célia Dias e Xico Sá), com Célia Dias;
- O tempo quer correr (Calazans Callou e Geovania Freitas), com Calazans Callou;
- Crato Querido, com a Família Linard;
- Canto Cariri (Alemberg Quindins), com João Carlos;
- Nega do Brejo (Samuel de Abreu e Joilson Kariri), com Cláudia Valle;
- No Apogeu do Sol (Abidoral Jamacaru e Xico Chaves), com Abidoral Jamacaru.

Na parte lietrária, serão veiculadas a poesia "Outras visões", de Antonio Sávio, e a crônica "Houve um Natal", de Emerson Monteiro.

O Programa Cariri acontece todas as sextas-feiras das 14 às 15 horas na Rádio Educadora do Cariri AM 1.020. Transmissão pela internet no endereço cratinho. blogspot.com. Apoio do Centro Cultural BNB Cariri. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias.

Se ligue!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

CRÔNICA: O HOMEM QUE VIRAVA LOBISOMEM

Ele existiu sim. Esse eu conhecí. Foi em meados de 1961 ou 1962, me foge a memória quando fui morar no bairro Pimenta, em Crato. Alí eu o ví pela primeira vez. Ele era um sujeito alto. Aliás, muito alto. Tinha lá seus metro e noventa. Caminhar lento e passos largos. Um típico modelo “etíope”. Tinha a pele enegrecida mais pelo sol que pela cor. Ele era um mulato escuro. Pouca barba e cavanhaque grisalho meio comprido e pontiagudo descendo queixo abaixo. Seus olhos eram caídos, meio mortos, avermelhados e um pouco escondidos pela aba de um chapéu de palha, de abas longas. Ele “tangia” porcos a caminho do matadouro do Crato toda sexta-feira pela manhã, por volta das sete horas. Era essa a hora em que eu saía para a escola. Talvez pela sua ocupação chamavam-no Miguel dos Porcos. Era esse o seu nome. O homem que virava lobisomem.

Quando o ví pela primeira vez, ele me pareceu uma pessoa boa, pacata, calma. Tinha uma voz grossa e rouca, falava lento e sempre me dava um sonooooro, rouco e leeeeento “Bom diiia meniiino”... Na realidade Eu o tinha como um “bom velhinho”.

Até que um dia presenciei uma conversa de algumas pessoas mais velhas.
-Ouví falar que o Miguel dos Porcos vira lobisomem. Será verdade essa história?
-Eu acho que é. Porque eu também já ouví essa mesma história. E dizem que é sempre nos dias de sexta-feira à meia noite. Ele desaparece. E quando ele desaparece... depois da meia noite sempre aparece um lobisomem atormentando as pessoas e correndo atrás dos cachorros.

Meu Deus do céu. Aquilo soou como uma bomba nos meus ouvidos. Eu não queria ter escutado. Não podia acreditar. Como pode um homem tão calmo virar bicho? Se transformar num lobisomem? Como pode acontecer?? Por que acontece isso?? E será que ele mata crianças??

A partir daquele dia o medo tomou conta de mim. Sempre que seguia o meu caminho em busca da escola nos dias de sexta-feira, eu evitava o caminho, ou o encontro com o homem que virava lobisomem. Passei a ter pesadelos terríveis.

Contei a todos os meus amigos, que também passaram a ter medo de Miguel dos Porcos. Surgiram estórias e estórias e estórias de lobisomem, de crianças que foram engolidas vivas por um bicho, de papa-figo, de caipora, etc, etc. Foi o fim dos tempos. Nunca mais tivemos paz. Miguel dos Porcos por muito tempo permeou o universo dos nossos medos e pesadelos.

Aí veio o tempo e essa estória foi caindo no esquecimento dos que ficam adultos. Estórias de quando éramos crianças. No entanto, por curiosidade, um dia eu, conversando com um ex-magarefe, chefe de compras e responsável pela entrada de animais no antigo matadouro do Crato, tocamos em alguns nomes de antigos comerciantes de animais. Entre eles, lá estava Miguel dos Porcos.

Foi aí que me explicaram o motivo da fama de lobisomem. O Miguel dos Porcos era uma pessoa que vivia só. Não tinha família. Pelo menos que se saiba. Não tinha pai, irmãos, filhos, não tinha ninguém. Na sexta-feira, depois de negociados os porcos, o dinheiro arrecadado por Miguel tinha um único caminho: A bodega(pequena mercearia) que ficava em frente ao matadouro. Alí, todo o seu dinheiro era trocado por cachaça. Miguel bebia até o cair da noite.

O prédio do matadouro ficava fora da cidade. Entre o bairro do Pimenta(ultimo bairro) e o matadouro, se passava por um trecho de mato. Assim é que, no seu caminho de volta, já completamente “trêbado”, batia a velha rebordosa da solidão em que vivia.

Miguel dos Porcos começava então a chorar. E chorava alto. Choro leeeento, groooosooo, roooucoo, semelhante a uuurrrooo. Quase aos gritos, tomava então o rumo do mato. Fugia para que as pessoas não o vissem chorando suas mágoas, sua solidão talvez. Nessa hora, os transeuntes que ouviam aqueles lentos e roucos gemidos concluíam:
-Parece até que ele tá virando bicho...

O boca a boca se encarregou do resto. Falavam de um homem, negro, alto e feio, que nas noites de sexta-feira uivava dentro do mato. Principalmente em noites de lua cheia. Até chegarem à conclusão de que Miguel dos Porcos virava bicho, virava lobisomem na sexta-feira à noite foi um nada de tempo. Mas ele existiu sim. Eu o conheci.

WILTON DEDÊ

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

por:Dada petrole

"Dia dos Mortos" é um video que valoriza a informaçao da imagem e da dramatologia do silêncio e da luz . Ele encorpora a poesia e a emoçao da vida dos romeiros que se deslocam dos seus habitats para exaltar o que lhe é de valor na vida e assim lhes afastar da morte. Mas afinal, quem vive e o que é a morte?
Entre os dias 01 e 02 de novembro de 2009, entre as cidades de Juazeiro-Ba e Juazeiro do Norte, foram realizadas as gravaçoes do Filme Dia dos Mortos. O objetivo da captaçao dessas imagens foi de criar um arquivo documental videográfico da realizaçao do projeto fotográfico de Dada Petrole sobre a Romaria do Padre Cícero e o seu romeiro.
O resultado desse trabalho é um livro de fotografias, mas devido as imagens videográficas falarem por si, foi feito esse video exclusivo para o festival de 1 minuto."

http://www.festivaldominuto.com.br/templates/Home.aspx

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Feira de Música Brasileira em Recife, o maior evento de música da América Latina!

Aguarde! O maior evento de música e negócios do país vai ser show!

Recife, a capital pernambucana, conhecida por sua extensa e qualificada produção musical, é um palco aberto e democrático. E é por essa razão a cidade escolhida para sediar a FMB 2009. Acompanhe abaixo a programação completa dos shows que acontecerão no Marco Zero, os painéis de debates, palestras, oficinas, rodadas de negócios, mostra de filmes e muito mais eventos que acontecerão entre os dias 9 e 13 de dezembro deste ano.

Prepare seus ouvidos! Vem muito som por aí!

Cerimônia de Abertura Oficial

Local: Teatro Apolo

Rua do Apolo, 121, Recife Antigo

Dia: 9 de dezembro

Horário: 18h30

Shows

Local: Marco Zero

Avenida Alfredo Lisboa, S/Nº, Armazém 12

Dia 09/12 Quarta-feira

20h30 - Banda Black Rio e Mano Brown

21h30 – Móveis Coloniais de Acaju

22h30 – Nação Zumbi e Convidados (Gravação do DVD ao vivo com participação dos Paralamas do Sucesso)

Dia 10/12 Quinta-feira

19h - A Trombonada

19h40 – Nina Becker

20h20 – Banda Naurêa

21h00 – Milocovik

21h40 – Júpiter Maçã

22h20 – André Abujamra

23h00 – Macaco Bong

23h40 – Mundo Livre

00h40 - Sepultura

Dia 11/12

19h - Daniel Migliavacca

19h40 – Fabiana Cozza

20h20 - Murillo da Rós

21h00 – Paula Morelenbaum

21h40 – Kassin

22h20 – Wilson das Neves

23h00 – Orquestra Contemporânea de Olinda

23h40 – Cidadão Instigado

00h40 – Pitty

01h40 - Marcelo D2

Dia 12/12

19h – Zabé da Loca

19h40 – Aurinha do Coco

20h20 – Josildo Sá

21h00 – Samba de Rainha

21h40 – Anna Ratto

22h20 – Fino Coletivo

23h00 – Silvia Machete

23h40 – DJ Dolores

00h40 – Fresno

01h40 - Strike

Dia 13/12

18h – Orquestra Sinfônica do Recife

19h20 – Duo Gisbranco

20h30 – Tributo a Luiz Gonzaga


Painéis

Local: Teatro Apolo

Rua Apolo 212, Bairro do Recife

Dia 1 – 10/12 – MERCADO BRASILEIRO

Painel 1 | 11:00 às 13:00

O MERCADO DE SHOWS NO BRASIL – UM RAIO-X

Como está a temperatura do mercado de show nacional? Quente, morno ou frio? O show ao vivo está realmente provendo o músico com a receita necessária para contrabalançar a queda nas vendas dos CDs e a decolagem do mundo digital? Essas e outras vertentes do atual mercado de shows no Brasil serão debatidas por quem entende do assunto.

Painel 2 | 14:00 às 16:00

NOVA ERA… NOVO MODELO – COMO MONETIZAR SEU FONOGRAMA

O mundo da música se transforma na velocidade da luz. Como a indústria está se reposicionando em relação ao valor do fonograma? Esse painel irá debater os desafios e soluções que o músico está enfrentando para contemplar o seu auto-sustento através da música.

Painel 3 | 16:00 às 18:00

UM PANORAMA DO MERCADO EDITORIAL NOS DIAS DE HOJE

Especialistas do segmento discutem a relação do mercado e da rápida ascensão do digital.

Dia 2 – 11/12 – CULTURA DIGITAL

Painel 1 | 11:00 às 13:00

MARKETING E DIVULGAÇÃO NA ERA DIGITAL

Como usar as ferramentas disponíveis hoje para a música atingir seus objetivos no universo digital? Atualmente, milhares de pessoas podem se comunicar com outras milhares, mas essa fragmentação requer muito mais esforço que no passado. Onde estar, como estar e para que estar presente em tudo? Esse painel discutirá esse tema essencial na carreira de qualquer artista.

Painel 2 | 14:00 às 16:00

DOWNLOAD X STREAMING

O MP3 já é coisa do passado? O download legal está realmente crescendo? Como olhar para essas tendências e conseguir estar no lugar certo, na hora certa. Descubra nesse painel se o download ou streaming pode se complementar e saciar o consumidor de hoje?

DISCURSO KEYNOTE FEIRA MUSICA BRASIL: GERD LEONHARD, MUSIC 2.0 | 16:00 às 18:00

O alemão Gerd Leonhard, é autor dos livros The Future of Music, com David Kusek, e Music 2.0, considerados leituras obrigatórias sobre os caminhos da música na era digital, virá à Feira Música Brasil 2009. tuando há mais de 25 anos na indústria de tecnologia e entretenimento nos Estados Unidos, Europa e Ásia, Gerd Leonhard é também co-fundador e CEO da Sonific, empresa sediada em São Francisco que provê widgets musicais e aplicativos para blogs, redes sociais e comunidades online. Ganhador do prêmio Quincy Jones em 1986 e graduado pela Berklee College of Music foi eleito pelo The Wall Street Journal como um dos principais futuristas dos meios de comunicação no mundo. Seu trabalho é focado no futuro da mídia, conteúdo, tecnologia, negócios, comunicação e cultura, Web / Media 2.0, redes sociais, mudanças culturais através das novas tecnologias, copyright versus questões tecnológicas, modelos de comércio online, convergência de mídia, entretenimento móvel, empreendedorismo, futuro da publicidade e branding de planejamento, entre outros.

Dia 3 – 12/12 – TENDÊNCIAS

Painel 1 | 11:00 às 13:00

GESTÃO DE CARREIRAS – O EMPRESÁRIO COMO FOCO DA NOVA ARQUITETURA ARTÍSTICA

Hoje o papel do empresário é mais importante do que nunca. Estratégia, conhecimento, perspicácia e visão são fundamentais na vida de um artista. O que significa ser um empresário hoje em dia? Empresários de diversos portes e áreas apresentarão suas visões nesses desafiadores tempos musicais.

Painel 2: 14 às 16h

O MERCADO BRASILEIRO NA AMÉRICA LATINA E IBÉRIA – A NOVA FRONTEIRA AINDA NÃO EXPLORADA?

Com o mercado Europeu e Norte-Americano cada vez mais apresentando obstáculos de divulgação para o artista brasileiro, será que se olharmos para nossos mercados vizinhos poderemos contemplar melhores retornos? Porque ainda é tão desafiador entrar nesses mercados de uma forma forte e impactante? Pode ser essa a nova tendência? Nosso painel irá analisar esse e outros desafios que o artista brasileiro se depara quando tenta conquistar esses mercados tão próximos.

Painel 3 | 16:00 às 18:00

A RÁDIO NOS DIAS DE HOJE – ONLINE E OFFLINE ONDE ESTÁ E PARA ONDE VAI?

Nosso painel irá discutir as novas tendências no mercado de rádio e o seu papel na atual revolução digital. A internet estará dominando o sinal terrestre? O ouvinte está mesmo caminhando para o mundo do rádio online? Nossos palestrantes farão um diagnóstico do que é “ouvir radio” atualmente.


Mostra de Filmes

Local: Teatro Apolo

Rua Apolo 212, Bairro do Recife

Horário: 18h30

Dia 10/12

Cartola – Música para os Olhos

Dia 11/12

O Rock Brasileiro – Histórias em Imagens

Dia 12/12

Beyond Ipanema

Os diretores das três produções estarão presentes para responder perguntas da platéia após as exibições dos longas.


Programas de Capacitação (Eventos Gratuitos)
Palestras

Tecnologias para música

Local: Porto Digital (Rua do Apolo, 181, Bairro do Recife Antigo)

Horário: 10h às 13 h

Dia 10/12

Novas Tecnologias para a Produção e Difusão da Música

Palestrante: H. D. Mabuse (C.E.S.A.R.)

Novos Modelos para Produção e Difusão Musical

Palestrante: Felipe Machado (C.D.T.L.)

Dia 11/12

Tecnologias de Processamento de Áudio e Vídeo

Palestrante: Jarbas Jácome (C.E.S.A.R.)

Tecnologias de Análise e Síntese Musical

Palestrante: Geber Ramalho (U.F.P.E.)

Dia 12/12

Games de Música

Palestrante: Cláudio Lins (D’Accord)

Softwares para Educação Musical

Palestrante: Giordano Cabral (D’Accord)

Música para Cidadania

Local: Instituto Teatro Maurício de Nassau (Rua Vigário Tenório, 135, Bairro do Recife Antigo)

Horário: 10h às 13h

Dia 10/12

Educação Musical para Crianças e Jovens

Palestrantes: Maestro Forró e Maestro Formiga

Dia 11/12

Educação Musical para Cegos e Surdos

Palestrantes: Nilton Cunha e Irton Silva

Dia 12/12

Projetos de Inclusão Social pela Música

Palestrante: Instituto Pró-Criança e Instituto Wal Mart

Oficinas

Oficinas de produção musical

Local: Livraria Cultura (Rua Madre de Deus, s/n, Bairro do Recife Antigo)

Horário: 9h às 13h

Dia 10/12

Produção em Estúdios Musicais

Palestrante: Yuri Frieberg

Dia 11/12

Produção de Espetáculos Musicais

Palestrante: Sérgio Valença (Pezão)

Dia 12/12

Operação de Som

Palestrante: Mario Jorge

Oficinas de gestão cultural

Local: Centro Cultural dos Correios (Rua Marquês de Olinda, 262, Bairro do Recife Antigo)

Horário: 9h às 13h

Dia 10/12

Gestão de Empreendimentos Musicais

Palestrante: Leonardo Salazar

Dia 11/12

Elaboração de Contratos

Palestrante: Adriano Araújo

Dia 12/12

Difusão por Redes Sociais

Palestrante: Bruno Nogueira


Rodada de Negócios

Local: Terminal Marítimo do Marco Zero

Avenida Alfredo Lisboa, S/Nº, Armazém 12

Datas: 10, 11 e 12 de dezembro

Horário: 14h às 18h30

O interessado que desejar participar da Rodada de Negócios nos três dias, paga R$ 20,00. Já o preço para um único dia é R$ 5,00. Para se inscrever basta acessar o link Inscrições.

Haverá equipe de monitores e tradutores para organizar os encontros entre as empresas e ajudar na comunicação entre os profissionais inscritos. Os participantes encontrarão ainda três lounges mais informais para as conversas de aquecimento e um cyber espaço com vários computadores a disposição.

Veja no link Rodada de Negócios a lista das presenças nacionais e internacionais.



Rede Música Brasil

A Rede Música Brasil, projeto conduzido pela Fundação Nacional das Artes (Funarte), visa estabelecer um diálogo positivo entre as principais entidades representativas e atuantes na área da música. Para dar andamento ao programa, foi criado um conselho com as principais entidades do segmento com representação nacional. São elas: Associação Brasileira dos Empresários Artísticos (Abeart), Associação Brasileira da Música Independente (ABMI), Associação Brasileira dos Produtores de Disco (ABPD), Associação Brasileira de Festivais Independentes (ABRAFIN), Associação Brasileira dos Editores de Música (ABEM), Associação Brasileira de Editoras Reunidas (ABER), Associação Brasileira das Rádios Públicas do Brasil (Arpub), Fórum Nacional da Música (FNM), Fora do Eixo, Central Única das Favelas (CUFA), Casas Associadas, Brasil Música & Artes (BM&A), Federação das Cooperativas de Música e Música Para Baixar.

Abertura

Dia: 09/12

Horário: 18h30

Local: Teatro Apolo

Rua do Apolo, 121, Recife Antigo

Plenária

Dia: 12/12

Horário: 13h às 16h

Local: Porto Digital

Rua do Apolo, 181, Recife Antigo



Grupos de Trabalho

Durante a Feira Música Brasil serão organizados Grupos de Trabalho, com aproximadamente 20 pessoas, a fim de possibilitar aos participantes a formação de uma rede para a troca de experiências e informações sobre quatro temas principais: Circulação, Comunicação, Legislação e Formação. A Rede Música Brasil tem o apoio do Sebrae e do MINC.

Dias: 10 e 11/12

Horário: 13h às 16h

Local: Ministério da Cultura/RNE

Rua do Bom Jesus, 237, Recife antigo

Programação Off Feira

Em parceria com a Funarte o Conexão Vivo fará um circuito complementar à programação da Feira Música Brasil – o Off Feira, ocupando espaços culturais do Grande Recife. 18 artistas foram selecionados através de edital e irão se apresentar em vários locais do Recife entre os dias 9 e 13 de dezembro, ao lado de músicos

A maior parte dos shows acontecerá após a meia-noite, quando se encerra a programação oficial da Feira no palco do Marco Zero. O Conexão Vivo também estará presente com um estande no Terminal Marítimo, no Marco Zero, dedicado à mostra de experiências, serviços e projetos nacionais na área da música.

Lista de selecionados:

A Banda de Joseph Tourton (PE)

A Banda dos Corações Partidos (SE)

Apanhador Só (RS)

Banda Júlia Says (PE)

Banda Ze Cafofinho e Suas Correntes (PE)

Brasov (RJ)

Burro Morto (PB)

Cérebro Eletrônico (SP)

DJ Tudo e a “GARRAFADA” (SP)

Dona Jandira (MG)

Eddie (PE)

Guardaloop (PE)

Jorge Riba (PE)

Lucas Santtana (BA)

Maracatu Estrela Brilhante de Igarassú (PE)

Mestre Galo Preto e o Tronco da Jurema (PE)

Plástico Lunar (SE)

Polayne (SE)

Retrofoguetes (BA)

Riffs (BA)

Sandália de Prata (SP)

Strombolica (SP)

Vitor Pirralho e Unidade (AL)


Circuito Recife Antigo

Bairro onde está localizado o Centro Histórico e o Marco Zero, local da Feira Música Brasil 2009, Recife Antigo é um dos principais pólos de lazer e cultura do Pernambuco. Um minucioso e gradual programa de revitalização urbana restaurou imóveis históricos e atraiu para a região diversos centros culturais, empresariais e comerciais.

Além do Marco Zero, outros importantes pontos turísticos do entorno são: Complexo Turístico Cultural Recife e Olinda; Porto do Recife, desativado após o início de atividade do Porto de Suape; Alfândega; Torre Malakoff; Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga das Américas, recentemente restaurada; Forte do Brum; Antiga Bolsa de Valores de Pernambuco e Paraíba (hoje um Centro Cultural da Caixa); Shopping Center Paço Alfândega; Centro Cultural Banco Real, onde funcionava o Bandepe Cultural; e Porto Digital, um dos maiores pólos de empresas de software do Brasil, localizado no bairro desde julho de 2000.

Abaixo uma programação especialmente elaborada para os dias da Feira Música Brasil que também estarão movimentando o Recife Antigo.

Galeria Traços do Brasil

Programação: Exposição “Mestre Nado e o Som do Barro”

Dias: 10, 11 e 12/12 (Horário Comercial)

O oleiro ceramista Mestre Nado descobriu há 19 anos a arte de fazer som do barro. Flautas, ocarinas e percussão são alguns dos instrumentos de barro produzidos pelo artesão.

Teatro Mamulengo

Programação: Shows na Praça do Arsenal, Recife Antigo.

Dia 08 /12 às 19h30

Banda Capital

Dia 09/12 às 19h

Mesa de Samba Autoral

Dia 10/12 às 19h

Rock Pop do Porto Digital

Dia 11/12 às 19h

Forró Afiado

Dia 12/12 às 15h

Mesa de samba + Acerto de Marcha do Bloco de Cordas e retalhos

Dia 13/12 às 16h

Teatro Mamulengo + Grupo Bongar + Vote que isso – Forró de um Real

Bar Fiteiro

Programação: Shows e cardápio especial para a Feira Música Brasil

Dia 10/12 às 19h

Grupo Mocambo (blues)

Dia 11/12 às 19h

Samba de Luxo

Dia 12/12 às 20h

Las (Pop Rock Acústico)

Confraria dos Bonecos

Programação: Exposição de bonecos gigantes de Olinda.

Horário especial de funcionamento até às 22h.

Café Caravelas

Programação: Shows

Dia: 11/12 às 18h30

Banda Jazz’n’Rock



Endereços úteis:

Terminal Marítimo

Avenida Alfredo Lisboa, S/Nº, Armazém 12

Teatro Apolo

Rua do Apolo, 121, Recife Antigo

Porto Digital

Rua do Apolo, 181, Recife Antigo

Centro Cultural dos Correios

Rua Marquês de Olinda, 262, Recife Antigo

Livraria Cultura

Rua Madre de Deus, s/n, Recife Antigo

Teatro Maurício de Nassau

Rua Vigário Tenório, 135, Recife Antigo.

Galeria Traços do Brasil

Rua da Moeda, 137, Recife Antigo

Teatro Mamulengo

R. da Guia, 207 , Recife Antigo

Bar Fiteiro

Praça Arthur Oscar, 35, Praça do Arsenal, Recife Antigo

Confraria dos Bonecos

Rua do Bom Jesus, 183, Recife Antigo

Café Caravelas

Rua do Bom Jesus, 183, Recife antigo

Galeria MINC / RNE

Rua do Bom Jesus, 237, Recife antigo
Cada um de nós precisa ler: "Padre Cícero, Poder, Fé e Guerra no Sertão" do escritor/jornalista Lira Neto.(Companhia das Letras)
É uma das melhores, senão a melhor e mais polêmicas biografia do Padre Cícero.

Jornalista Luiz José dos Santos
Diretor editor da
Gazeta de Notícias

Centro Cultural BNB Cariri – Programação Diária


Dia 7 de dezembro (segunda-feira)

14h PROGRAMA DE RÁDIO

MPB (com Roberto Marques)

Programa de Rádio semanal que divulga a música brasileira de qualidade e alternativa. O programa faz parte de uma parceria entre o Banco do Nordeste e a Rádio Educadora do Cariri, que inclui um programação diária diversificada de segunda a sexta-feira de 14 às 15 horas. Confira.

Rádio Educadora do Cariri AM 1020. 60min.

19h ESPECIAIS - CINEMA - IMAGEM EM MOVIMENTO

Baile Perfumado. 93min.

Local: SESC-Crato (Rua André Cartaxo, 443, Centro).

Baile perfumado promove uma mistura curiosa de gêneros ao incorporar ficção ao retrato documental. No filme de Paulo Caldas e Lírio Ferreira, revivemos a saga do libanês Benjamin Abrahão, mascate responsável pelas únicas imagens de Virgulino Ferreira, o Lampião, quando este vivia em plena campanha no sertão nordestino, enfocando o aburguesamento do cangaço e a modernização do Sertão. Direção: Lírio Ferreira e Paulo Caldas, PE, 1998. Classificação: 14 anos. 93min.

ARTES VISUAIS

Exposições

Espaço Mestre Noza

Período: Permanente

O CCBNB homenageia Inocêncio da Costa, o Mestre Noza, com um espaço expositivo contendo 59 estatuetas de vários santos e um álbum com 15 gravuras, intitulado: "Via Sacra". Todas as obras expostas são do acervo particular do historiador Renato Casimiro.

Anjos Di - Freitas (Juazeiro do Norte - CE)

Período: 03 de novembro a 05 de janeiro de 2009

"Sacralização do espaço" é a palavra de ordem em Juazeiro do Norte. Alheio ao querer dos seus moradores e visitantes, a dimensão do sagrado, do devocional, com seu pertencimento simbólico de saberes universais e ancestrais, que é compartilhado por todos, nas ruas, casas, no modo de vida e de ser. A exposição busca trazer esta dimensão a um outro espaço, espaço que faça parte do cotidiano viver das pessoas, onde elas possam se reconhecer e ver a si mesmas, como agentes da construção desta grande instalação, constantemente construída, que é Juazeiro do Norte.

Recordações de uma Paisagem não Vista - Divino Sobral (Goiana-GO)

Curadoria: Daniela Labra

Período: 17 de outubro a 31 de dezembro de 2009

Recordações de uma paisagem não vista é um projeto inédito do artista goiano Divino Sobral, que dá seqüência à série de bordados em tecido que realiza desde 2000. Nestas obras, o artista cria narrativas bordadas em peças de vestuário e de uso doméstico envelhecidas manualmente, a partir de lembranças e impressões pessoais. Para este projeto em Juazeiro do Norte, Divino Sobral bordará estórias e lembranças de cearenses residentes em Goiânia, convidados a narrar memórias de tempos vividos em suas cidades de origem.

Além da Lata - Bené Pereira (Sousa-PB)

Período da Exposição: 28 de outubro a 31 de dezembro de 2009

Esculturas confeccionadas com materiais reciclados, como: lata, ferro, arame, tampinhas de metal, que demonstram, através de suas expressões, os vários sentimentos e atitudes humanas.

Local: CCBNB Cariri (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte)

Fonte: CCBNB

sábado, 5 de dezembro de 2009

O CARIRI É BRASIL



O fortalecimento da cultura popular como fator de identidade e desenvolvimento regional no sentido de favorecer a qualidade de vida de mestres, brincantes e artistas populares, a partir de suas comunidades e da valorização da memória e do folclore como temperos da auto-estima e do redescobrimento de nossas origens, passa necessariamente por um amplo investimento no turismo cultural, e, de certo modo, pela “desespetacularização” dos folguedos, promovendo distritos, vilas e bairros como destinos turísticos, seja o receptivo para o país e o mundo, seja o de mobilização interna, dotando-lhes de infra-estrutura adequada e gerando oportunidades de ocupação, renda e estímulo à transmissão do saber popular aos mais jovens.

Deve-se entender como sagrado o financiamento da manutenção de nossa identidade cultural representada pelos grupos folclóricos e outras manifestações da cultura imaterial, principalmente através de políticas de fomento e fortalecimento de instituições culturais sérias. Faz-se necessária uma grande cruzada em benefício da divulgação, da informação, da educação. Nós precisamos voltar a reconhecer nosso próprio rosto. Para isso é fundamental que nos vejamos também na televisão, nos cinemas, nos teatros, nos jornais, nas revistas, nas escolas, nas praças, nos ouçamos nas rádios e nos encontremos nos grandes eventos postados nos palcos principais. Temos, por outro lado, que ter assegurada a sobrevivência material dos nossos brincantes, através da adoção de medidas em favor do trabalho, seja no campo, seja na indústria ou em outra frente, o que os deixará livres para preservar e difundir seus saberes em situação de dignidade humana.

No Cariri é onde reside a alma do Ceará. Os principais elementos culturais formadores da identidade cearense, nordestina e nacional estão presentes em nossa região, vivos e pulsantes. Inquietos e indômitos. Aqui se plantou e ainda brota a ancestralidade ibérica, ameríndia e africana, caldeada através dos séculos, fundida pela força da história.

Portanto, cada gesto, saber ou fazer tradicional tem profundidade universal. É também argamassa para a elaboração da contemporaneidade. Folguedos, religiosidade, história, culinária, mitos, lendas, enfim, nossos saberes e fazeres contribuem significativamente para manter vivo o corpo cearense. A cultura popular caririense, costumo dizer, é um conjunto de antropologia social que nos revela em nossa mais profunda e remota história; é também a manifestação do espírito brincante, religioso, profano e criativo do Brasil.

Prof. Cacá Araújo
Dramaturgo, Folclorista, Poeta, Ator e Diretor de Teatro

TRADIÇÃO POPULAR DO CICLO NATALINO

Lapinha de Mãe Celina - Crato-CE


LAPINHAS VIVAS
A manifestação do sagrado na simplicidade de um povo plural

A influência ancestral dos três principais mundos formadores da alma brasileira permanece pulsante na vida do sertanejo simples, cuja religiosidade se manifesta à flor de seus atos e ditos. E é na efervescência dessa estética universal que nascem e se fortalecem as tradições culturais populares; em nosso caso, resultantes do caldeamento cultural havido entre os indígenas donos da terra, os brancos ibéricos invasores e os negros de várias nações para cá trazidos como escravos.

A Lapinha assume, neste contexto, uma espécie de demonstração da prevalência do cristianismo sobre as crenças e religiões dos outros povos. Entretanto não escapa à aculturação decorrente dessa convivência, sabida por nós nada pacífica ou cordial. J. de Figueiredo Filho, em seu O Folclore no Cariri (1960: p. 32) nos afirma que à Lapinha, “de procedência lusitana, foi acrescentada muita cousa de fonte indígena ou africana, como os caboclos, a canção da formosa tapuia, ou temas inteiramente abrasileirados.” Na mesma obra (pp. 33-39), ilustra seu caráter multicultural verificando a presença do anjo, índios, do sol, da lua, baianas, beija-flor, pastores, vaqueiros... além dos três Reis Magos.

Reis Magos do Circo-Escola Alegria


É a Lapinha Viva, pois, a reconstituição dramática popular da visita dos três Reis Magos ao recém-nascido Jesus, com o fim de lhe ofertarem presentes. Sua significação transita da representação quase que ainda medieval, com pessoas interpretando santos, bichos e coisas da natureza como simples e profunda louvação ao Deus-Menino, até a complexa peça de antropologia cultural que traz em si grande parte da história da humanidade. Lá estão não somente símbolos de culto cristão, católico, mas fortes traços que nos remetem aos primitivos tempos em que o homem vivia em diálogo e harmonia com a natureza, assim como elementos que podem “contar” os processos de formação cultural e social da nação brasileira, sem descuidar de nos remeter aos povos ancestrais de antes do encontro em nossas terras.

Hoje, no Cariri, as nossas Lapinhas Vivas apresentam praticamente as mesmas características dramáticas de outrora, sendo acrescidas quase sempre da louvação de um grupo de Reisado, que também representa a peregrinação dos Reis Magos a Belém, pertencendo ambos ao ciclo natalino, e, às vezes, de uma Banda Cabaçal. Quando se juntam os três folguedos, multiplicam-se a beleza estética, o brilho dramático, o riso brincante, o alcance histórico.

O fortalecimento e a difusão do folclore e das manifestações tradicionais populares, a exemplo das Lapinhas, devem servir principalmente à causa do (re)descobrimento de nossa identidade cultural, pois que oferecem uma farta leitura do mundo em variadas dimensões e diferentes tempos. É a história se doando generosamente à elaboração de um novo pensamento, que dê vazão a sinceras atitudes libertárias, que restabeleça o espírito e a festa da dignidade humana, da democracia, do respeito à natureza, da felicidade, do amor.

Cacá Araújo
Professor, dramaturgo e folclorista
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante

Cariri: Um todo de uma parte ou uma parte de um todo


Por Alexandre Lucas*

O Cariri é um misto de confluências de cores e cultos, reduto de engenharia artística em que as engrenagens são movidas pelos fazeres e pensares populares e contemporâneos.

No Cariri a maquina humana bebe do passado e do futuro para alimentar a alma presente. Aqui é terra firme aonde pousam o soldadinho da chapada e os pássaros mecânicos, em que em que a tecnologia de ponta convive com o ferro de passar a carvão. O Cariri perpassa caminhos do autoflagelo marcado pelo catolicismo popular e das profanas músicas da indústria do embrutecimento cultural.

Pelas ruas das cidades temos os contrastes. Temos o budega e o Shopping Center, os possuidores e os despossuidores Temos a vida circulando, num tempo que não pára.

A região tem raízes fincadas numa realidade concreta que indiscutivelmente é associada à confluência da vida, aos intercâmbios, os embates e as influências do campo econômico, geográfico, cultural e social, num continuo processo dialético.

O Cariri não tem formato fechado, pelo contrário tem culturas e artes que são históricas e sociais, como é qualquer outra parte do mundo.

O Cariri não pode ser visto como um fragmento isolado dentro de uma totalidade, mas compreendido como parte entranhada desta totalidade, recheada por antagonismos e confluências nos mais diversos aspectos.
Em tempos de globalização, o processo e as formas de produção e reprodução da existência humana, ocorre numa velocidade quase que instantânea e não estamos inertes a esses acontecimentos.

É deste Cariri do campo e da cidade, da indústria e da oficina de fundo de quintal, do operário e do empresário, da Igreja Católica e dos terreiros das religiões de Matriz Africana, das brincadeiras populares, do imaginário que se mistura com o real, da diversidade e da pluralidade que nos alimentamos.

No entanto é preciso atentar para não caímos no discurso apaixonado que nos coloca distante da realidade e nos encaixota regionalmente. O Cariri é uma região da cultura com suas peculiaridades, como qualquer outra localidade aonde existem homens e mulheres, pois somente com seres humanos é possível se produzir cultura.

A produção simbólica do nosso povo não se fixa no tempo, ela acompanha os acontecimentos, através de sobressaltos, vagarosidades e instantaneidades. As manifestações simbólicas e artísticas permeiam-se dentro do motor da realidade.

A comunhão das danças profanas e sagradas, as vestes dos brincantes, o cordel, as formas de organização dos grupos, os fazeres contemporâneos e populares não são eternos na sua forma original sofrem influências do tempo e do espaço, assim como também acontece com a grande indústria da cultura.

Pensar o Cariri em termos de arte e de cultura como algo eterno e puro é desalojar a capacidade produtiva e criativa do nosso povo. No esmeril da construção humana sofremos uma lapidação de acréscimos, hibridismos e de reinvenção da vida.

No entanto precisamos comer com voracidade a história do nosso povo Kariri, a plural e diversificada produção dos habitantes desta terra e o que a humanidade já produziu e produz, como fez o grande poeta comunista Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré que se alimentou da realidade dos oprimidos e explorados do Cariri e da história da humanidade para produzir os seus versos afiados com regionalidade e universalidade.

*Coordenador do Coletivo Camaradas, pedagogo e artista/educador.

Centro Cultural BNB Cariri – Programação Diária


Dia 05 de dezembro, sábado

Atividades Infantis - CRIANÇA E ARTE

- 14h Bibliotequinha Virtual.

Instrutor: Gilvan de Sousa

O objetivo é despertar o interesse das crianças pela internet, mediante a realização de atividades educativas e jogos. 240min.

- 14h e 16h Teatro Infantil: João e o Pé de Feijão.

Adaptação, direção e manipulação: Marco Augusto

Adaptação do conto popular de origem inglesa conhecido universalmente. A montagem nos conta a saga de João, um menino movido pela curiosidade, fantasia e astúcia, que vence o gigante e acaba coma fome e a aridez do lugar onde mora, mudando o seu destino e o de sua família. Classificação Indicativa: Livre. 50min.

- 15h30 Contação de Histórias: Uma História puxa Outra.

Com Bete Pacheco (Juazeiro do Norte-CE)

Contar histórias é uma arte antiga, passada de geração a geração. Ouvindo histórias, desenvolvemos o gosto pela leitura, ampliamos nosso vocabulário e educamos nossa atenção, estimulando nossa imaginação de forma bem divertida. 60min.

- 17h Sessão Curumim: As Aventuras de Azur e Asmar.

Os meninos Azur e Asmar foram criados juntos pela mesma mulher, Jenane. Eles cresceram como se fossem irmãos, até serem separados. Amar cresceu ouvindo as histórias da mãe sobre a lendária Fada dos Djins e, quando se torna adulto, decide partir à sua procura, contando com a ajuda do andarilho Crapoux. É quando Azur e Asmar se reencontram, agora não mais como irmãos, mas como rivais na busca da Fada. Animação. Cor. Dublado. Livre. 2006. 109min.

Local: CCBNB Cariri (Rua São Pedro, 337, Juazeiro do Norte)

Música - ARTE RETIRANTE

- 19h Calé Alencar: SambaZiloas. 60min.

Cantor, compositor e produtor musical, Calé Alencar tem mostrado seu talento, seguindo uma trajetória de reconhecida importância para o cenário da música cearense. O espetáculo musical SambaZiloas apresenta o itinerário do artista no ambiente carnavalesco, além de incluir canções inéditas e obras referenciais enfatizando loas compostas para os maracatus fortalezenses e a diversidade rítmica do samba. 60min.

Local: Teatro Violeta Arraes (Nova Olinda – CE)

Fonte: CCBNB
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