seja um seguidor da CULTURA CARIRI

sábado, 30 de janeiro de 2010

Reggae e forró!

Terra que mata




Luiz Domingos de Luna*

Outro dia eu me encontrei com um Aquariano, foi uma verdadeira festa falamos de nossos costumes, nossa cultura, enfim foi um reencontro que há muito esperava, porém de difícil acesso, devido à falta de comunicação que nós temos uns para com os outros.

Como a minha memória aquariana está muito fraca, já posso ser considerado um terráqueo de verdade, então perguntei para o colega-O Planeta terra assassina a vida?– sim. - O planeta faz isto por quê? -As espécies existentes estão sempre evoluindo, enquanto que a natureza não e, cada espécie que atinge um estágio superior assassina a anterior, o planeta está sempre em guerra consigo mesmo.

Afinal, o aquecimento Global vai ou não destruir o planeta Terra? – Sim, com certeza, não tenha dúvidas sobre isto – Como? - Realmente, quem tem o controle do poder existencial na bolinha ainda azulada são as bactérias, assim, estes minúsculos seres são responsáveis pela massa gasosa tanto nos oceanos como nos espaços geográficos sólidos, porém quando há um alinhamento destes minúsculos seres para a proliferação de um tipo de gás letal para os seres vivos, muitas espécies são extintas, caso a harmonia seja plena neste complô bacteriano, a vida dos seres vivos pode ser tornar inviável. – O Que já aconteceu em eras anteriores, embora de forma não tão bem elastificada em todas as regiões de forma e intensidade contínua e permanente, a ponto de criar uma destruição total da vida dos seres vivos, porém, tal possibilidade em teoria seja algo que possa ser aplicado na prática

As Bactérias são as controladoras do gás carbônico na biosfera, que tanta mata em excesso ou na falta. -Como assim? - A taxa de gás carbônico dissolvida no ar é quem define se existe vida ou não, se as taxa for apta todos vivem, ou todos morrem, ou, senão todos, pelos menos parte, o que de já, um grande prejuízo para humanidade dado o processo de globalização e por que não dizer do efeito estufa, neste instante. o grande aliado e queridinho das bactérias assassinas

Entendeu?

-Não

Mas é assim que a coisa funciona.

(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra- Aurora – (CE)

SER DO CRATO

(FONTE: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/da/View_of_Crato_%28Cear%C3%A1%29_with_Expocrato_015.jpg)

Quem disse que ser cratense é ser pequizeiro? Ser cratense é ter na raiz da alma a Floresta inteira! Essa Chapada que de qualquer ângulo, qualquer rua ou casa ou janela, avistamos e nos deslumbramos, sentindo-nos abençoados, respiramos: “oásis do Sertão...”


Ser cratense é ter uma nostalgia de não saber de que. É ter um ar de “rei na barriga”, sentir-se especial, diferente, mesmo não sendo. Um esnobismo sutil e inerente, atávico. Não me refiro ao lado obscuro dessa “síndrome de nariz empinado”, aquela velha história de dizer que no Crato é “viva o luxo e morra o bucho”. Não é nada disso. Quem assim age passa é longe de ser cratense “da gema”. Cratense que é cratense é: “ainda que de panela vazia, a alma é luzidia”. É uma certa austeridade daqueles que se sabem ter origem, história, como li outro dia: somos a Atenas do Cariri! É disso que lembro ao escrever assim, eu que não sou nada bairrista. Mas é impressão cotidiana e viva: no íntimo do cratense há um quê de majestade.


Pena é ver a ruína dessa Atenas. Perdemos tanto e há tanto tempo que nossa cidadezinha hoje conta com quatro ou cinco ruas comerciais. Mal e mal mantivemos a reitoria da Universidade, o parque da Exposição, a Semana Sesc de Teatro, um Centro de Convenções... Vai-se indo o tempo das lideranças, dos que realmente conquistavam pela grandeza porque eram grandes homens. Senadores, Ministros, Professores, Escritores, desafiadores dos poderes maiores em nome da luz do Crato: a cultura. Um amigo me deu um dado que espanta: em meados dos anos de 1950 contavam-se mais de 250 casas comerciais registradas na Junta Comercial, nenhuma de fora, nem sequer da Capital ou de Recife.


Quem sabe por aqui, via Internet, cratenses e amantes do Crato, possam se reaproximar, unir-se e REunir-se a fim de um resgate dessa pobre porém altiva Polis, capital caririense da cultura, berço dessa civilização cariri. Quem sabe poderemos vir a nos articular, pensando um novo Crato, vivo e digno de nossas origens. Parâmetros não nos faltam, apesar de termos perdido talvez o último daqueles “grandes” cratenses: salve Dr. Raimundo Borges! Enfim, não somos um pé de pequi, somos a floresta inteira...


Por: Hugo Esmeraldo Sobreira



OS CARIRIS

(Da esquerda para a direita: Dona Tereza Kariri, Bida Jenipapo-Kanindé, Cacique Pequena Jenipapo-Kanindé, Fernando Tremembé e Jamille Kariri. Participantes do II Encontro do Povo Kariri, realizado em Crateús - Ceará, em junho de 2007).

Cariri é a designação da principal família de línguas indígenas do sertão do Nordeste, bem como vários grupos locais ou etnias foram ou são referidos como pertencentes ou relacionados a ela.

Apesar de comprovadamente presente em todo o semi-árido nordestino, apenas quatro das línguas cariri chegaram a ser minimamente descritas, todas elas da região ao sul do São Francisco: o Dzubukuá, falado por grupos no arco do submédio São Francisco (entre o que é hoje Petrolina e Paulo Afonso); o kipea, falado por índios que se tornaram conhecidos como quiriri (ou Kiriri) principalmente na bacia do Itapicuru, Bahia; e o camuru (ou cariri) e o sapuiá, de duas aldeias próximas na região de Pedra Branca (bacia do Paraguaçu), também na Bahia.

Atualmente a comunidade indígena cariri no município de Crateús possui 116 pessoas. (FONTE: WIKIPÉDIA)

O Crato é uma cidade pacata situada na região do Cariri, mais precisamente ao sul do Ceará, ao sopé da Serra do Araripe. Berço da tribo Cariri, índios que habitaram a localidade durante muito tempo. Esta é basicamente a informação que a maioria das pessoas tem a respeito da história do município. Porém, iremos mostrar mais detalhadamente os fatos que marcaram época e os cidadãos ilustres que dedicaram sua vida ao bem estar da comunidade cratense e ao desenvolvimento do seu povo. Buscando conhecer um pouco mais acerca de nossas raízes nos surpreendemos com a beleza e a riqueza dos acontecimentos. Expomos aqui um resumo que pode ser de muita ajuda para aqueles que por ventura possam se interessar pelo assunto.

A região era uma aldeia habitada pelos índios Cariris, um povo pacato, característica que os batizou com esse nome porque no falar de Porto Seguro, Kiriri significa: Calado, tristonho, sincero.

A tribo subdividia-se em grupos de diversas denominações, de acordo com os dialetos falados: Quixeréus, Curianêses, Calabaças, Cariús, Tremembés, Pacajus, Icós, Cariris, Carirés, Jucás, Jenipapos, Jandaias, Sucurus, Garanhuns, Chocos, Fulniês, Acenas e Romaria. Qualquer índio da região era conhecido como Cariús, por ser a maior tribo existente na época.

Os índios Cariris eram originários da Ásia e chegaram ao novo mundo pelos rios Amazonas e Tocantins. Dois tipos étnicos chegaram à América no período neolítico: os Sudésticos e os Brasilídios, a procura de um lugar que lhes dessem melhores condições de vida. Os Brasilídios geraram 12 tribos que se espalharam e povoaram quase que completamente o continente sulamericano. Uma dessas tribos foi a nação Cariri que chegou ao sul do Ceará nos séculos IX e X da era Cristã em busca de terras férteis, úmidas, quentes e de fácil plantio, de onde pudesse retirar o sustento da família e conseqüentemente melhor qualidade de vida. Encontraram no Cariri, mais precisamente onde hoje é o Crato, o ambiente propício às suas aspirações; com suas fontes e riquezas naturais a região propiciou-lhes uma vida fácil e primitiva, retirando da natureza, em abundância, uma diversidade de alimentos como macaúba, babaçu, pequi e araçá, dentre outros. Dedicaram-se ainda ao plantio da mandioca, do milho e do algodão. A caça e a pesca, farta nas matas e rios, faziam do ambiente um verdadeiro paraíso tropical onde suas famílias puderam viver em paz durante muito tempo.

A vida na tribo era tranqüila. Suas residências eram construídas com palha de palmeiras locais. Usavam utensílios feitos de forma artesanal como cabaças, cuias e coités. Fabricavam seus utensílios domésticos. Dentre eles destacamos o pilão de socar, a arupemba, o abano, esteiras de palha de palmeira e artigos feitos em cerâmica como vasos, pratos e panelas onde podiam fazer seus cozidos provenientes da farinha de mandioca, (produzida em estilo rudimentar, em casas de farinhas primitivas). e do milho. O bejú, a tapioca, a puba, a canjica, o cuscuz e muitas outras receitas nutritivas vieram dos nossos antepassados indígenas. A maioria destes costumes, comidas e ambientes foram e são utilizados pelas comunidades, até mesmo nos nossos dias.

Nos séculos XVII e XVIII, na Serra do Araripe, os índios cariris foram descobertos pelos povoadores do ´Ciclo do Couro` de Sergipe, Pernambuco e possivelmente da Casa da Torre, da Bahia. Missões Indígenas espalhadas pelos Sertões Pernambucanos catequizaram e civilizaram a tribo Cariri. Documentos antigos relatam a presença dos missionários na região a partir de 1730. È aí que se inicia a história do Crato.
TEXTO: Evandro Rodrigues de Deus

ADENDO: Nunca é demais lembrarmos do massacre genocida representado pela colonização européia para os povos nativos do que hoje chamamos América, sendo a catequese fator decisivo no processo de exterminio físico e cultural daqueles seres humanos.

FUNDAÇÃO SARAMAGO - AJUDA PARA O HAITI

Uma Jangada de Pedra a Caminho do Haiti

January 28th, 2010

As minhas palavras são de agradecimento. A Fundação José Saramago teve uma ideia, louvável por definição, mas que poderia ter entrado na história como uma simples boa intenção, mais uma das muitas com que dizem estar calcetado o caminho para o inferno. Era a ideia editar um livro. Como se vê, nada de original, pelo menos em princípio, livros é o que não falta. A diferença estaria em que o produto da venda deste se destinaria a ajudar as vítimas sobreviventes do sismo do Haiti. Quantificar tal ajuda, por exemplo, na renúncia do autor aos seus direitos e numa redução do lucro normal da editora, teria o grave inconveniente de converter em mero gesto simbólico o que deveria ser, tanto quanto fosse possível, proveitoso e substancial. Foi possível. Graças à imediata e generosa colaboração das editoras Caminho e Alfaguara e das entidades que participam na feitura e difusão de um livro, desde a fábrica de papel à tipografia, desde o distribuidor ao comércio livreiro, os 15 euros que o comprador gastará serão integralmente entregues à Cruz Vermelha para que os faça seguir ao seu destino. Se chegássemos a um milhão de exemplares (o sonho é livre) seriam 15 milhões de euros de ajuda. Para a calamidade que caiu sobre o Haiti 15 milhões de euros não passam de uma gota de água, mas A Jangada de Pedra (foi este o livro escolhido) será também publicada em Espanha e no mundo hispânico da América Latina – quem sabe então o que poderá suceder? A todos os que nos acompanharam na concretização da ideia primeira, tornando-a mais rica e efectiva, a nossa gratidão, o nosso reconhecimento para sempre.

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A farsa da romaria e as chamas do Caldeirão


Por Alexandre Lucas*



A experiência do Caldeirão baseada na partilha da produção e na religiosidade popular merece o resgate histórico sem a maquiagem das elites e da Igreja Católica.
As vésperas de completar 73 anos do massacre ocorrido na sitio Caldeirão no Crato pelo Exército e pelo Policia Militar do Ceará, com o apoio das elites e da Diocese. Pouco se sabe sobre a história e as atrocidades cometidas contra homens, mulheres, crianças e idosos que almejavam desfrutar da terra que um dia inventaram de cercar.

O Caldeirão foi um exemplo de utopia possível. Em poucos anos cresceu a população da comunidade, chegando a cerca de dois mil habitantes. Camponeses advindos de diversas localidades e fugindo da exploração latifundiária acreditavam que a comunidade do Caldeirão era terra da prosperidade.

Uma comunidade auto-sustentável na qual seguia a lógica socialista de produção social e apropriação coletiva, ou seja, tudo que era produzido passava pela divisão.

Uma terra “emprestada” pelo Padre Cícero, ao Beato José Lourenço e a sua comunidade serviu do pão de esperança e fraternidade, mas após morte do padim, a terra foi requerida pelo uso da força e a pedidos dos salesianos. Vale destacar que quase todos os bens do Padre Cícero foram doados em testamento para Congregação dos Salesianos.

Qual a ameaça que essa comunidade representava para a Igreja Católica e para os latifundiários? A quem interessava a destruição sangrenta destes camponeses? É bem verdade que a história nos aponta algumas pistas, uma delas é a ameaça a propriedade privada. Em Canudos ou na Guerrilha do Araguaia o massacre ocorreu em defesa dos poderosos, sejam eles, os donos das terras e das fabricas ou dos comerciantes da fé.

A revitalização do Caldeirão proposta pelo Governo do Estado em parceria com o Governo Municipal do Crato deve passar pelo resgate histórico e pela garantia de sustentabilidade e da melhoria das condições de vida da população do local, o que deve inclui a valorosa experiência de resistência dos camponeses do Assentamento 10 de Abril e a historiografia dos índios Kariri que residem nas terras próximas ao Caldeirão e que tem histórias semelhantes, a idéia de poder cultivar e manter o meio ambiente como forma de sobrevivência e comunhão.

O povo brasileiro tem o direito a memória e a verdade dos fatos. Neste sentido é preciso não camuflar, nem permitir a hipocrisia como lençol da história. A verdade não pode ser apagada em romarias, como vem ocorrendo nos últimos anos. É preciso fazer uma leitura crítica, pois ainda podemos escutar os gritos dos cristãos que morreram inocentemente por fazerem do discurso uma pratica.

Pela abertura irrestrita de todos os arquivos do Caldeirão e pelo direito a verdade dos fatos!
*Coordenador do Coletivo Camaradas, pedagogo e artista/educador

É HOJE no SESC Crato - Pachelly Jamacaru e convidados. 30 de Janeiro

Show Imperdível com alguns dos maiores músicos do Cariri!

Show Pachelly Dia 30 de Janeiro


Entrada Franca


Um show imperdível acontece hoje no SESC crato, do músico Pachelly jamacaru, na minha opinião, o maior compositor popular do Cariri e talvez do Nordeste. Unindo estilos diversos a la Caetano Veloso, Gilberto Gil, Pachelly jamacaru possui um arsenal de mais de 300 composições. No show de hoje, temas já consagrados e novas canções. A banda, de primeira qualidade, reúne alguns dos maiores músicos do Cariri.

Conto com a presença de todos vocês! Estaremos lá...

Dihelson Mendonça

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

SOBRE ARTE E SUAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Lembro-me de um debate entre candidatos a prefeito do Crato ocorrido há uns bons dez anos ou mais, no auditório da Urca. Um dos pretendentes afirmava: “sempre me pergunto qual seria a vocação do Crato: se a agricultura, a indústria, o comércio ou a cultura e educação”. Terminou concluindo ser nossa cidade um polo cultural e educacional. Infelizmente percebi logo se tratar de algo meramente retórico. O cidadão em questão não era portador de profundidades intelectuais ou preparos de homem público ao ponto de tão precisa análise ser realmente sincera.
Mas o fato me fez arrepiar. Fiquei sonhando o dia em que veria chegar ao poder um líder cratense capaz de ter por convicção política algo sabido mundo afora: o setor de serviços é o futuro! Turismo, arte, cultura, lazer, educação, hotelaria; enfim, sabe-se que centros industriais já se afirmaram – ou vamos querer competir com as indústrias da capital? - e o comércio é desenvolvido em conseqüência da vinda de pessoas para a cidade por meio de uma estrutura de atração e recepção, ou seja, o comércio não é um fim em si mesmo, com raras exceções, como vemos em algumas cidades que antes de mais nada vivem de ser mercados a céu aberto.
Voltando ao ponto: o Crato bem poderia vir a ser novamente a Meca cultural do Cariri. Cito aqui nossas riquezas artísticas, ecológicas, históricas e educacionais. Dispomos de atrativos dos mais ricos no setor de turismo artístico-cultural. Apenas nos faltam políticas públicas. Efetivamente inexiste um esforço municipal decidido e decisivo a arregimentar empenhos dos governos estadual e federal. Não dispomos de um calendário cultural de destaque, agregador de renda e valores construtivos à nossa cidade. Certamente que a festa da Exposição gera renda, agora temos também o Berro a ir despontando como evento. Mas e o que temos em termos de crescimento imaterial? O que oferecemos de riqueza artística? De alternativas culturais inovadoras e enriquecedoras? A população sempre será entregue à mercê dos lixos “culturais” cotidianos?
Bem, temos exemplos dignos de invejar. Não muito longe nem grandes centros. Vemos o festival de Guaramiranga que chega a dobrar a população da cidade com um público de alto nível de renda e cultura. Temos Garanhuns com um calendário que comporta pelo menos três grandes eventos culturais de impacto nacional. Eu mesmo vi uma orquestra sinfônica em plena catedral. E mais uma vez sonhei aquilo na catedral da Sé... Tive a certeza que a questão é simplesmente de opção, de vontade política. Engrandecer nossa cidade com eventos de nível cultural é atrair público de melhor renda, sabedor de valores artísticos, apreciador do artesanato, das expressões populares como reizados e bandas cabaçais, curiosos da história local, admiradores da ecologia – tão rica em nosso Cariri. Fomentar tais processos é sim responsabilidade dos líderes públicos. Em tempo: dizer que o marasmo em que caímos é culpa da classe artística é o mesmo que apontar os enfermos de uma UTI como os responsáveis por sua doença.
Arte e cultura não são produtos numa prateleira. São vetores de desenvolvimento espiritual e material de uma sociedade. Agregam valores intangíveis. Olhemos para a Casa Grande de Nova Olinda, olhemos para Garanhuns, olhemos pelo Crato. Que a consciência de nosso futuro ser algo inseparável do campo cultural não seja mais pura retórica. Crato, Cidade da Cultura...

Por Hugo Esmeraldo Sobreira

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Programa Cariri Encantado entrevistará Lupeu Lacerda


Lupeu Lacerda, poeta, ex-carteiro e ex-crooner do Fator RH, pioneira banda de rock caririense, está de férias na região (ele reside em Juazeiro da Bahia há um tempão). E Lupeu na área é sinônimo de farra e curtição. Portanto, o convite para ele ser entrevistado no programa Cariri Encantado é inevitável. Nesta sexta, 29 de janeiro, portanto, Lupeu ao vivo no Cariri Encantado, das 14 às 15 horas, na Rádio Educadora do Cariri AM 1020, que por sinal estar totalmente renovada com novos e modernos equipamentos, com mais potencia e maior qualidade. O programa também é transmitido pela Internet através do blogue cratinho.blogspot.com. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias e participação especial de Huberto Cabral, que fará uma homenagem ao maestro padre David Moreira, cujo aniversário de nascimento transcorreu no último dia 18. Para quem não sabe, padre David Moreira é irmão do monsenhor Ágio Moreira, fundador da Orquestra Padre David Moreira, da Sociedade Lírica do Belmonte, localizada no Crato.

Se ligue!

I Mostra de Música Instrumental de Campos Sales‏

Uma Crítica Construtiva aos setores da Cultura no Município do Crato


ISSO É PROJETO CULTURAL ?


4 pessoas se reúnem numa sala para discutir a Cultura do Crato, sem consultar a classe artística e como essa poderia contribuir!


Por mais que eu admire o excelente trabalho desenvolvido em certas áreas da cultura no nosso município, e por mais que eu seja solidário à administração municipal, certas coisas no Crato são mesmo absurdas e não dá pra engolir ou passar em brancas núvens, até porque acima de tudo, no Blog do Crato, presume-se exercer a liberdade de opiniões. Recentemente, no dia 26 deste mês de janeiro, o Conselho Municipal de Cultura de Crato, se reuniu no Auditório do Centro Cultural do Araripe para a definição de metas e Ações a serem executas no ano de 2010, definindo assim um calendário de eventos culturais destinado a multiplicidade e a diversidade cultural do Município de Crato. O texto foi postado aqui no Blog do Crato pelo repórter Wilson Bernardo, inclusive com fotos que mostram 4 pessoas dentro de uma sala discutindo o que deve e o que não se deve fazer pela Cultura do Crato.

Na Pauta da reunião foi amplamente discutida e definida pelos conselheireiros culturais instituídos pela Secretária de Cultura do Município de Crato:

1-Calendário anual da Secretaria da Cultura,Esporte e Juventude;
2-Plano Municipal de Cultura;
3-Regimento Interno do Conselho Municipal de Cultura de Crato;
4-Calendário anual de reuniões do Conselho.

E aí entra o meu questionamento: Porque os maiores interessados em Arte e Cultura no município não foram convidados para essa reunião ? - OS ARTISTAS ?
Como é que se debate um plano cultural anual do Crato para 4 pessoas que irão decidir os rumos da cultura sem consultar os artistas, que poderiam também contribuir com idéias para a formulação do calendário artístico da cidade ?
Será que o Crato vai ficar sempre nessa coisa de calendário institucional. Quando é que teremos um calendário que acerte mês a mês a programação de shows e eventos diversos na cidade, de modo a preencher TODOS OS ESPAÇOS amplamente disponibilizados pela administração Samuel Araripe ? Será que esses espaços estão aí pra servir de Enfeite e entregue às baratas ? O Crato está muito longe de ser uma cidade que tenha eventos culturais permanentes, atrativos para os visitantes, e não é por falta de verbas nem de espaços. E nem de artistas. Falta ARTICULAÇÃO. Poder-se-ia desenvolver inúmeras coisas se outras cabeças se unissem em torno de um projeto cultural para o Crato, mas 4 pessoas quererem definir tudo, não dá!

Por favor, se querem aprender o que é calendário cultural, peguem uma Agenda mensal do Centro Cultural Banco do Nordeste. Ali está um verdadeiro calendário cultural, elaborado com muita responsabilidade, com critérios de seleção de projetos, que são enviados anualmente para aprovação e definição de datas! Agora eu pergunto: Quantos secretários de cultura de municípios caririenses vão prestigiar shows de artistas que acontecem no SESC, BNB ? Quantos acompanham essas agendas ? Eu vejo muitos shows no Centro Cultural banco do Nordeste e nunca vi nenhum secretário de Cultura do Cariri por lá. Porque ? Porque não tem tempo ? Ou não tem saco pra assistir shows ?

Porque a população, ou melhor, a Classe Artística nunca é consultada para participar das decisões, das sugestões, das reivindicações, da execussão de projetos que visem a promoção da Arte e da Cultura no nosso município ?

Porque essa reunião não foi amplamente levada ao conhecimento dos órgãos de imprensa a fim de ser divulgada ?

Será que a "cultura" do Crato continuará sendo discutida a portas fechadas por meia dúzia de pessoas que acham que sabem o que deve e o que não deve ser feito pelos artistas do Crato ? Até quanto há um sério comprometimento em respaldar a classe artística da cidade ? Até quanto há um real interesse em valorizar nossa cultura ? Até quando teremos que aguentar aqueles shows empurrados pela Secretaria de cultura do Estado, e que excluem na abertura os grupos locais ? Até quando nós teremos essa discriminação para com os próprios artistas da nossa região nesses shows ? Porque quando da imposição do Governo do Estado para a realização de shows na Reffsa, não fincamos nossa bandeira aqui, defendendo firmemente os artistas locais e dando-lhes mais espaço ?

E mais importante: Até quando teremos que engolir SEM CUSPE que não há UM SÓ projeto firme para que se realizem shows de artistas locais na ExpoCrato? Há vários anos nossa luta tem sido em vão. Temos lutado por um espaço para os artistas locais na expocrato. Um espaço que bem poderia ser feito juntando-se espaços que pertencem ao controle do município e instituições municipais para que os artistas locais tenham seu espaço. Mas não, Entra ano, Sai ano, e na ExpoCrato, os artistas locais nunca tem vêz. Não se resolve o Problema, e tudo fica por isso mesmo, e assim empurra-se com a barriga para o próximo ano. É como se não existisse ninguém para defender os interesses dos artistas locais na ExpoCrato !!!

A tarefa de um Secretário de Cultura de um município, é de PELO MENOS defender o interesse dos artistas locais. Espero que a Danielle aqui não se contraponha aos meus questionamentos, pois em assim fazendo, estará exatamente, contrária à classe que eu estou a defender. É preciso que a secretária de cultura não fique na contramão daqueles que produzem o produto que ela se destina a promover. Estou aqui a levantar a bandeira em defêsa dos artistas da nossa terra, que possuem talento de sobra, e só precisam de espaço para sua manifestação.

Até quando teremos essas coisas tupiniquins que não encaixam, não contemplam os artistas locais ? Creio que essas perguntas merecem respostas e uma reflexão maior. A nossa secretária de Cultura Danielle Esmeraldo há de convir que um Plano municipal de Cultura não pode ser discutido com 4 pessoas, e que a população e a classe artística precisa e merece ser ouvida para formular os projetos e contribiuir com idéias, afinal, eles são os maiores interessados, os maiores beneficiados, ou os mais prejudicados nisso tudo.

Por: Dihelson Mendonça
Foto: Wilson Bernardo

Confiram a programação do Teatro Violeta Arraes


Engenho de Artes Cênicas, nesses dias 28, 29 e 30 de janeiro.

A RIQUEZA DO PASTOR




A riqueza do pastor
Não tem John Lennon que imagine
Não tem Janete que clere
Nem Roberto que Marine
Nem Santo que se aprochegue
Não tem dinheiro que chegue
Pros ternos de gabardine.

Tá pastorando o vigário
A vigarice do pastor
Nos tempos de sofridão
Os templos cobram um horror
É igreja nova adoidado
Vendendo a vista e fiado
Milagre paz e amor.

Vejo gente soluçando
De tanta abandonação
Trabalho para o soluço
Seria uma solução
Na roubalheira maleva
O baque que a queda leva
Leva a alma do cristão.

Eu peço para os senhores
Um pouco de atenção
Não queiram ver suas vidas
Pregadas na pregação
A pastozada bacana
Que vive de pomba gira
Não passa de uma mentira
Altamente americana.

Jessier Quirino

Programa de Capacitação em Projetos Culturais 2010

Curso oferece aprimoramento para a elaboração e gestão de projetos culturais

Quem atua na área cultural, especialmente em Boa Vista (Roraima) e em Juazeiro do Norte (Ceará) ou em localidades próximas a estes municípios, e deseja aprimorar os conhecimentos sobre a elaboração e gestão de projetos culturais, já pode participar do Programa de Capacitação em Projetos Culturais 2010. As inscrições para a primeira etapa - curso de nivelamento a distância -, podem ser feitas até o dia 22 de fevereiro, na página do programa, no link Inscrições.

O programa, composto por quatro etapas, é uma iniciativa do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic/MinC), em parceria com a Secretaria de Políticas Culturais (SPC/MinC), o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Instituto Itaú Cultural (IC).

O curso de nivelamento, onde serão trabalhados conteúdos essenciais do campo da cultura, é de livre acesso para pessoas de qualquer região. Assim que completa o cadastro online, o participante já pode acessar os conteúdos, que ficarão disponíveis também até 22 de fevereiro. Após realizar a avaliação ao final, caso atinja a nota mínima de 70 pontos, o aluno tem direito a emitir o certificado.

Só terão direito a participar da seleção para a oficina presencial (segunda etapa) os que obtiverem a pontuação mínima para aprovação (70). Como nesta fase as vagas são limitadas a 80, um dos critérios de classificação, caso o número de aprovados seja superior ao de vagas, será o de priorizar os residentes nas localidades onde as oficinas vierem a ocorrer, ou em proximidades. Haverá também a possibilidade de análise do currículo preenchido no ato da inscrição, dando-se preferência aos que apresentarem experiência profissional na área da cultura.

Na oficina serão desenvolvidos, de forma prática, os elementos fundamentais para a estruturação de um projeto cultural. Haverá também uma aula sobre Direito Autoral, e uma palestra sobre o desafio de viabilizar projetos culturais. A primeira oficina de 2010 ocorrerá em Boa Vista, de 3 a 5 de março, e a segunda, em Juazeiro do Norte, de 17 a 19 do mesmo mês.
Objetivos complementares do curso

* Capacitar artistas, gestores, empreendedores, administradores, técnicos e produtores culturais com experiência em distintas áreas, para atuarem na gestão de atividades culturais, nas esferas públicas e privadas.

* Proporcionar uma visão integrada das áreas de administração, economia, direito, marketing, artes e cultura.

* Preparar o profissional para elaborar e desenvolver as etapas necessárias ao domínio do negócio cultural.

* Proporcionar informações para o desenvolvimento de empreendimentos próprios com a utilização da metodologia adequada.

Os que desejarem dar continuidade à formação terão ainda a oportunidade de cursar os módulos avançados (terceira etapa), a serem realizados a distância, na qual serão aprofundados conhecimentos sobre Política e Gestão Cultural, Projetos Culturais, Direitos Autorais, Marketing, Negociação e Apresentação de Projetos e Economia da Cultura. Haverá ainda uma formação específica para os que desejarem se tornar multiplicadores.
acessem esse link para oter informações sobre a inscrição:http://www5.fgv.br/fgvonline/minc/index.asp?idc=00

Inscrições:http://www5.fgv.br/fgvonline/minc/inscricoes.asp

Prestigiemos um dos nossos maiores artistas!

Festival de Guaramiranga, divulgada a programação!

Desde a última segunda (25/01), começaram a vendas dos ingressos para os shows que acontecerão no Teatro Municipal Rachel de Queiroz, durante o Festival Jazz & Blues, em Guaramiranga.

Dos mais de 20 shows, 12 acontecerão no teatro, nos quatro dias de Carnaval. Todo o restante da programação terá livre acesso. Além dos shows no Teatro Rachel de Queiroz, a programação conta ainda com ensaios abertos, oficinas, exposição, cortejos e, no palco Jazz & Blues, acontecerão as jam sessions e as apresentações dos alunos da Residência Artística.

Os ingressos estarão à venda nas lojas Handara: em Fortaleza – Iguatemi (Av. Washington Soares, 85 loja 33 A – Tel: 85-3241.1683), Praia de Iracema (Av. Monsenhor Tabosa, 679 – Lj. 01 – Tel 85-3219.0885), Aldeota (Av. Des. Moreira, 2940 – Tel: 85-3257.8547), e em Guaramiranga (Rua Joaquim Alves Nogueira, 656 – Tel: 85-3321.1445).

Programação:

> DIA 13 (sábado)
1ª sessão (20 horas)
Caninga Trio (RN)
Antônio José Forte (CE) e Robertinho Silva (RJ). Participação: Carlinhos Ferreira (CE)
2ª sessão (22:30 horas)
Magic Slim (EUA)

> DIA 14 (domingo)
1ª sessão (20 horas)
Túlio Mourão (MG) e Nonato Luiz (CE)
Carlos Malta (RJ)
2ª sessão (22:30 horas)
UAKTI (MG)

> DIA 15 (segunda)
1ª sessão (20 horas)
Paula Tesser (CE)
Chico Pinheiro (SP)
2ª sessão (22:30 horas)
Wagner Tiso (MG/RJ) convida Victor Biglione (ARG/RJ)

> DIA 16 (terça)
1ª sessão (20 horas)
Rildo Hora (PE/RJ) convida Misael da Hora (RJ)
Márcio Resende (RJ/CE)
2ª sessão (22:30 horas)
Trio Corrente (SP) convida Paquito D’Rivera (CUBA/EUA)

Festival Jazz & Blues 2010
De 13 a 16 de fevereiro (carnaval), em Guaramiranga; e de 18 a 20/02 em Fortaleza/CE.
Informações sobre hospedagens: Secretaria de Cultura e Turismo de Guaramiranga: 85-9973.0665.
Informações sobre o Festival: Via de Comunicação e Cultura: 85-3262.7230.
Site www.jazzeblues.com.br

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

POESIA PREMIADA EM 2010 – CANTO AO CEARÁ XII Prêmio Ideal Clube de Literatura





Poesia selecionada para coletânea do XII Prêmio Ideal Clube de Literatura. Obra lançada no dia 21 de janeiro de 2010. Seu título é: CANTO AO CEARÁ.Autor: Valdecy Alves.

Poesia que escrevi para minha terra natal, embora seja da opinião que todo cidadão é cidadão do mundo. As relações de cada um com o planeta é formada por ondas concêntricas, que formam um todo. Primeiro a casa em que se morou, depois o bairro, a cidade, o Estado, o País, O Continente, o Planeta... Sem nenhum excluir a importância do outro. Cada local tem a sua devida importância subjetiva e objetivamente igual importância. Tentei unir o pensamento moderno do poeta com o estilo de cordel numa lingugem clássica.

Gonçalves Dias em sua “Canção de Exílio”, através de sua terra, homenageou o Brasil. Camões, com “Os Lusíadas”, cantou todas as conquistas dos portugueses. Homero com a “Ilíada” eternizou a história do povo grego.

Depois de muitas andanças pelo Estado do Ceará e continuo peregrinando, escrevi um canto ao meu Estado natal. Inspirado, sobretudo, pela cultura e pelas paisagens. Se gostar divulgue. Se quiser e puder, comente! Que os que não forem cearenses consigam ver o Ceará pela lente da minha poesia, os que forem cearenses, caso não gostem, minhas desculpas. Boa leitura e espero agradar:


Não sou amigo de Homero
Nem sou parente de Dante
Licença, pois vou adiante
Com nada me desespero
Virgílio me inspira, eu quero
Apoio me dá Camões
Vieira com os seus sermões
E a força de Patativa
Vem Cego Aderaldo e ativa
Razão, sentir, emoções

Com todas as forças penso
Minha mente um reboliço
Protege-me Padim Ciço
Benção de Beato Lourenço
Meu pensar fica então denso
Avisto Frei Damião
Ibiapina dá-me a mão
Enfrento universo inteiro
Ao meu lado Conselheiro
Dos deuses a proteção

Das páginas da Iracema
As brisas da inspiração
E da Normalista, então
O real invade o tema
E de Galeno o Poema
De Raquel a força bruta
Do Quinze que o país enluta
Reforcem minha criação
Fogo à imaginação
Que brote poesia astuta

Paisagem bela e lunar
Na praia de Morro Branco
Vou-lhe confessar sou franco
Jericoacora não há
Igual éden, duna e mar
Serras de Baturité
E de Araripe da fé
Chapada da Ibiapaba
No alto o Ceará se acaba
Ao infinito onde der!

Corre o Rio Jaguaribe
Atravessando o sertão
Em tempos de sequidão
Artéria que não se inibe
Produz riqueza e PIB
Ao norte o Acaraú
Com o Rio Coreaú
São construtores da vida
Às suas margens o homem lida
Irrigando o solo nu

Tem a gruta de Ubajara
Os casarões de Icó
Crato, florestas que só
As dunas que o vento apara
Seco sim, mas não Saara
Lugares dos mais insólitos
Tem Quixadá dos monólitos
Tem mar, serra e sertão
Mulheres belas que são
Senhoras de homens acólitos

Ceará de sol intenso
Nas praias bronzeador
Carrasco no interior
Pai da seca e calor denso
Do sertão sem fim, imenso
Pátria do mandacaru
Banha-o a bica do Ipu
Tem único e ímpar luar
Carnaubais a dançar
Sob céu sem igual azul

Ceará doce Ceará
Do corajoso vaqueiro
Da praia do jangadeiro
Do artesão, renda e cantar
De repentistas a criar
De grandes compositores
Paraíso de escritores
Tapioca e rapadura
Que leva o turista à loucura
Com seu povo, o belo e cores...

Mesmo o cidadão que emigra
Pro Norte ou Sul do país
Kafka eterno infeliz
A distância causa intriga
Mesmo a miséria inimiga
Não o separa da terra
Que seu alicerce encerra
Sempre sonhando voltar
Com vida ou pra se enterrar
Nada atrapalha ou emperra

Tão grande amor instintivo
Não há maior sentimento
O voltar melhor momento
O partir fá-lo inativo
E da saudade cativo...
No Ceará o forasteiro
Seja rico ou sem dinheiro
Que resolve nele morar
Atesta no paraíso estar
O melhor do mundo inteiro!
FONTE:http://www.valdecyalves.blogspot.com/

Cortejo da Baixa Rasa atrai grande número de fiéis e tem participação da cultura





Realizada na manhã de ontem, na Serra do Araripe, mais uma tradicional Festa da Baixa Rasa, reunindo centenas de fiéis, que todos os anos se reúnem para cumprir o ritual de cortejo ao local onde se encontra a Cruz da Baixa Rasa, local em que foi encontrado morto um vaqueiro. Segundo dados históricos, esse fato foi registrado em 1877. Cerca de 300 vaqueiros participaram do cortejo e ao meio-dia foi celebrada missa no local. A Secretária de Cultura, Esporte e Juventude do Crato, Danielle Esmeraldo, afirma que este ano procurou levar ao local os grupos de tradição popular. A festa, segundo Danielle, é um misto de reverência e fé dos vaqueiros. “A cada ano essa festa tem crescido e devemos aproveitar mais para promover o turismo, já que tem despertado o interesse”, afirma Danielle. Ela lembra da parceria com o IBAMA de manter a área preservada e da proibição de carros de som na área. “A gente tem que primar pela tradição, lidar mais com a parte histórica e cultural”, enfatiza.

Áreas de pequenos proprietários rurais serão regularizadas em Crato

Iniciado, em Crato, o georeferenciamento dos minifúndios, para regularização fundiária, com escrituras públicas para os proprietários das terras que faltavam serem regularizadas em cartório. Segundo empresa responsável pelo trabalho, calcula-se que cerca de 5 mil pequenos proprietários de terra no município do Crato estejam nesta situação. A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Recursos Hídricos, está dando apoio logístico para que os técnicos do Governo do Estado, para que possam realizar seus trabalhos em melhores condições, numa sala cedida na própria secretaria. Ele solicita o apoio dos pequenos produtores rurais para que recebam bem a equipe responsável pelos trabalhos técnicos e cadastradores em suas residências, para que os trabalhos possam ser agilizados da melhor maneira. Esse projeto tem financiamento do Governo Federal com o Governo Estadual e vem sendo desenvolvido em toda a região do Cariri.

Governo Municipal do Crato
Fone/Fax - (88) 3521.9960
Mais informações:
http://www.crato.ce.gov.br
http://www.prefeituramunicipaldocrato.blogspot.com

FONTE: http://blogdocrato.blogspot.com/

Fernando Meireles poderá dirigir cinebiografia de Janis Joplin




Imaginem vocês uma cinebiografia sobre o ícone do rock Janis Joplin, feito pelas mãos de Fernando Meireles! Pois bem, o diretor brasileiro poderá dirigir o filme, porém ainda não assinou o contrato, mas recebeu o convite.

A ideia surgiu de um grupo de investidores norte-americanos. Eles estão bancando o projeto, que ainda não tem elenco definido. Quem luta pelo papel principal é a viúva de Kurt Kobain, a roqueira Courtney Love, vocalista da banda Hole.

Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, Meirelles não gostou do pré roteiro que lhe foi apresentado e poderá fazer modificações. Janis Joplin morreu de overdose no dia 4 de outubro de 1970, em Los Angeles, aos 27 anos. Fernando Meirelles é diretor de “Cidade de Deus”, de 2002, pelo qual foi indicado ao Oscar de Melhor Direção em 2004. Seu último filme foi “Ensaio Sobre a Cegueira” (Blindness, 2008)
FONTE:http://www.zonamix.com.br/cultucando/

Feira da Música abre inscrições para artistas do interior do Ceará e demais estados




Um dos maiores eventos de música alternativa do Brasil, a Feira da Música 2010, que acontece em agosto, em Fortaleza, já está com inscrições abertas para artistas e bandas do interior do Ceará e dos demais estados interessados em compor a programação de shows.

Já as inscrições para grupos e artistas solo de Fortaleza serão abertas posteriormente, sendo a atual fase de recebimento de material destinada aos grupos do interior do Ceará, dos demais estados brasileiros e até de outros países da América Latina. O evento principal acontece no período de 18 a 21 de agosto.

Segundo os organizadores, a separação de inscrições é um novo método de seleção das atrações da capital cearense, por meio da realização de uma programação prévia de shows, em abril e maio, para a qual serão abertas inscrições à parte. O material deve ser encaminhado à Associação dos Produtores de Discos do Ceará – ProDisc (Rua Engenheiro Plácido Coelho Júnior, 180A, Vicente Pinzón, Fortaleza-CE, CEP 60181-055).

Serviço:
Feira da Música 2010
De 18 a 21 de agosto
Inscrições até 19 de março para artistas e grupos do Interior do Ceará e dos demais Estados.
Contatos: (85) 3262-5011
E-mail: secretaria@feiramusica.com.br
FONTE:http://www.zonamix.com.br/cultucando/

A Busca Luiz Domingos de Luna Livro digital - Google.




A Alma humana a buscar
A todo e qualquer momento
É uma força ou um sentimento
Que nunca pode parar

É incrível o aprimoramento
Que precisa aprimorar
O pensamento a vagar
Em um novo firmamento

Seja qual for à maneira
Tem que modificar
Pois está no DNA
É uma seqüência inteira

Tudo a repensar
Nada está concluído
É como um fluido
Em constante derramar

Talvez o eixo da dúvida
Esta procura, enfim.
Nada tem um fim
É o sentido da vida

Parar um instante
Isso nem pensar
A busca sempre a buscar
É uma corrente andante.

Aonde vamos chegar?

Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra Aurora (CE)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Lampião, rei do cangaço!


Como todas as lendas que tendem a torna-se maiores que os fatos, Lampião e sua saga pelo nordeste brasileiro contém todos os elementos de aventura, romance, violência, amor e ódio das grandes histórias da humanidade.
Jogado na clandestinidade após o assassinato de seu pai, Lampião foi o maior cangaceiro ( nome dado aos foras-da-lei que viveram de forma organizada, no final do século passado e início deste, na região do nordeste brasileiro ) de todos os tempos.
Percorreu sete estados da região nordeste durante as décadas de 1920 a 1930, levando sangue, morte e medo à população do sertão.
Causou grandes transtornos à economia do inteior e sua história é um misto de verdades e mentiras.
No início da década de 30, mais de 4 000 soldados estavam em seu encalço, em vários estados.
Seu grupo contava então com 50 elementos entre homens e mulheres. Tornou-se amigo de coronéis e grandes fazendeiros que lhe forneciam abrigo e apoio material.
Lampião é odiado e idolatrado com igual intensidade, estando sua imagem viva no imaginário popular mesmo após 60 anos de sua morte. Sua influência nas artes - música, pintura, literatura e cinema - é impressionante.
Para saber mais sobre Lampião acesse o blog:http://cariricangaco.blogspot.com

Fim de férias é no pink floyd!

Por que cantar, parece com não morrer!




Definir a música não é tarefa fácil porque apesar de ser intuitivamente conhecida por qualquer pessoa, é difícil encontrar um conceito que abarque todos os significados dessa prática. Mais do que qualquer outra manifestação humana, a música contém e manipula o som e o organiza no tempo. Talvez por essa razão ela esteja sempre fugindo a qualquer definição, pois ao buscá-la, a música já se modificou, já evoluiu. E esse jogo do tempo é simultaneamente físico e emocional. Como "arte do efêmero", a música não pode ser completamente conhecida e por isso é tão difícil enquadrá-la em um conceito simples. A música também pode ser definida como uma forma linguagem que se utiliza da voz, instrumentos musicais e outros artifícios, para expressar algo à alguém.
Temos na nossa região grandes artistas que desenvolvem a prática da música, compositores e intérpretes louváveis, mas faltam oficinas para o ensino de técnicas vocais, escolas formadoras de profissionais.Com o avanço do número de cursos universitários, faculdades diversas, a sensação é de esquecimento no ensino das artes, somos conhecidos por nossa espontânea fonte cultural, mas há carência de projetos e mais ainda de incentivo na área. A dança, música, teatro estão sem rumo, sem as manifestações de poucas pessoas, o Cariri estaria “parado”, mesmo transbordando talento.
A busca de apoio financeiro para realização de eventos na área chega a ser mesquinha, causando desestímulo a quem trabalha na elaboração de projetos e tem visão de mercado por saber que um dos que mais crescem é o do turismo cultural, um povo sem acesso à cultura é um povo sem alma ou identidade, quem visita uma cidade está em busca de saber o que a identifica. Tratar a arte como supérflua é sinônimo de ignorância, já que somos racionais e necessitamos da expressão, temos percepção, idéias, emoções que precisam fluir, e para os artistas a forma que esses sentimentos se manifestam é através da transcendência, ou seja, manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, que abrangem emoção e razão.
A “casa grande” em Nova Olinda é um exemplo de como a arte é transformadora, não só tirou da ociosidade crianças e adolescentes, mas mudou naturalmente através do ensino de história, música e arte, as idéias, perspectivas, da população daquela cidade, fazendo com que a nova geração tenha mais auto estima, despertando a curiosidade e talento, trabalhando com iniciativas como a “formação de platéia”, em que é dada a oportunidade de conhecer grandes trabalhos artísticos musicais e teatrais, educando jovens para um mundo mais amplo que só a arte e a leitura podem despertar numa sociedade.
O canto, a interpretação, a religiosidade, a poesia precisam ser prioridades nos planos governamentais, cabe a cada um de nós exigir que isso aconteça!
*Eu não imagino a minha vida sem arte!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Jessier Quirino - Biografia




Arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Apareceu na folhinha no ano de 1954 na cidade de Campina Grande, Paraíba e é filho adotivo de Itabaiana também na Paraíba, onde reside desde 1983.

Filho de Antonio Quirino de Melo e Maria Pompéia de Araújo Melo e irmão mais novo de Lamarck Quirino, Leonam Quirino, Quirinus Quirino e irmão mais velho Vitória Regina Quirino.

Estudou em Campina Grande até o ginásio no Instituto Domingos Sávio e Colégio Pio XI. Fez o curso científico em Recife no Esuda e fez faculdade de Arquitetura na UFPB – João Pessoa, concluindo curso em 1982. Apesar da agenda artística literária sempre requisitada, ainda atua na arquitetura, tendo obras espalhadas por todo o Nordeste, principalmente na área de concessionárias de automóveis.

Veja alguns trabalhos do poeta

Na área artística, é autodidata como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho artístico e desenho arquitetônico. Na área de literatura, não fez nenhum curso e trabalha a prosa, a métrica e a rima como um mero domador de palavras.

Interessado na causa poética nordestina persegue fatos e histórias sertanejas com olhos e faro de rastejador. Autor dos livros: “Paisagem de Interior” (poesia), “Agruras da Lata D`água” (poesia), “O Chapéu Mau e o Lobinho Vermelho” (infantil), “Prosa Morena” ( poesia e acompanha um pires de CD ), “Política de Pé de Muro - O Comitê do Povão” ( legendas e imagens gargalhativas sobre folclore político popular ), CDs: “Paisagem de Interior 1 e Paisagem de Interior 2”, o livro: “Bandeira Nordestina” (poesia e acompanha um pires de CD), A Folha de Boldo Notícias de Cachaceiros - em parceria com Joselito Nunes – todos editados pelas Edições Bagaço do Recife - além de causos, músicas, cordéis e outros escritos.

Preenchendo uma lacuna deixada pelos grandes menestréis do pensamento popular nordestino, o poeta Jessier Quirino tem chamado a atenção do público e da crítica, principalmente pela presença de palco, por uma memória extraordinária e pelo varejo das histórias, que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, côcos, cantorias músicas, piadas e textos de nordestinidade apurada.

Dono de um estilo próprio "domador de palavras" - até discutido em sala de aula - de uma verve apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta, ao contrário dos repentistas que se apresentam em duplas, mostra-se sozinho feito boi de arado e sabe como prender a atenção do distinto público.

Nos espetáculos com fundo musical, apresenta-se acompanhado de músicos de primeira grandeza, entre os quais, dois filhos, que dão um tom majestoso e solene ao recital. São eles: Vitor Quirino (violão clássico), André Correia (violino) e Matheus Quirino (percussão). Os músicos Letinho (violão) e China (percussão) atuam nos espetáculos mais elaborados.

Apesar de muitos considerá-lo um humorista, opta pela denominação de poeta, onde procura mostrar o bom humor e a esperteza do matuto sertanejo, sem, no entanto fugir ao lirismo poético e literário.

Sobre Jessier, disse o poeta e ensaísta Alberto da Cunha Melo: "...talvez prevendo uma profunda transformação no mundo rural, em virtude da força homogeneizadora dos meios de comunicação e das novas tecnologias, Jessier Quirino, desde seu primeiro livro, vem fazendo uma espécie de etnografia poética dos valores, hábitos, utensílios e linguagem do agreste e do sertão nordestinos. ... Sua obra, não tenho dúvidas, além do valor estético cada dia mais comprovado, vai futuramente servir como documento e testemunho de um mundo já então engolido pela voragem tecnológica."
FONTE:http://www.culturanordestina.com

Sancionada Lei que reconhece a Profissão de Repentista!




O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei aprovada pelo Congresso que reconhece a atividade de repentista como profissão artística.

Publicada em 15 de janeiro de 2.010, no Diário Oficial da União, a lei define repentista como "o profissional que utiliza o improviso rimado como meio de expressão artística cantada, falada ou escrita, compondo de imediato ou recolhendo composições de origem anônima ou da tradição popular".

A lei, de número 12.198, reconhece quatro tipos de profissionais que passam a ser considerados repentistas:

1 - Os cantadores e violeiros improvisadores;

2 - Os emboladores e cantadores de Coco;

3 - Os poetas repentistas e os contadores e declamadores de causos da cultura popular; e

4 - Os escritores da Literatura de Cordel.

*

Queremos aqui, de público, agradecer e parabenizar ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter sancionado lei tão importante para a Cultura Brasileira.

Valeu, Senhor Presidente!...

E, como não poderia deixar de ser, já começam a surgir, principalmente no Orkut, manifestações poéticas a respeito do fato.

Na Comunidade "Metamorfose, Cordel e Poesias", no endereço abaixo,

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=28562031

há um tópico onde diversos Poetas Cordelistas comentam o fato, com base no mote criado pelo Compadre Lemos:

Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

Vamos às glosas:

Foi necessário passar
Mais de cem anos, pra ver
Os tais Homens do Poder
Optarem por sancionar
A lei que vai colocar
O poeta em ascensão
E manter a Tradição
Da Cantoria ao Repente!...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

Pois Lula, bom nordestino,
Presidente por direito,
Logo que se viu eleito,
Já traçou o seu destino:
Poeta, desde menino,
Demonstrou logo a intenção
De mostrar para o Povão
Que o Cordelista é gente!...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Compadre Lemos)

*****
Pensei que ia morrer,
Sem ouvir essa noticia.
Pois se só fala em milícia,
De nós iam esquecer.
Sendo assim, posso dizer,
Valeu! Caro Luizão.
Meu voto não foi em vão,
Você foi o diferente.
Reconheceu, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Damião Metamorfose)

*****

Agora por ser verdade
Obrigado Pai Eterno!
Um presidente moderno
Mostrando capacidade,
Reconhece a atividade
E não tem mais distorção;
Dando fé à tradição
Pôs o aval, o presidente,
Reconhece, finalmente,
Nossa bela profissão!

Amigo, Cordel é arte,
Meu nordeste, repentista.
O gongresso fez a lista,
É verdade, então, destarte,
Façamos a nossa parte.
Por todo Brasil então,
Vamos pegar mão a mão,
Juntar–se ao presidente;
Reconhecer, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Zé Salvador)

*****

Com a lei sancionada,
Nossa classe comemora!
Tardou, mas chegou agora,
Vem de uma luta passada,
Uma campanha lançada
Na net, televisão...
Foi a comunicação
Que chegou ao presidente
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Creusa Meira)

*****

Se o Doutor Advogado
Há muito, tem seu anel!...
E o escritor de Cordel,
Será ele um renegado?
Ô Nordestino arretado,
Nosso Lula, meu patrão!
Com sua voz de trovão,
Não é de usar pano quente...
Reconheceu, de repente,
Nossa bela profissão!

(Compadre Lemos)

*****

Libânio de Serraria
Não pôde se aposentar!
O grande José Gaspar
Não teve benfeitoria!
Pois aposentadoria
Era só uma ilusão.
Pena que um Fabião
Já não está mais com a gente!!!
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Sebastião Cirilo)

*****

É duro, pra quem respira,
Nunca ser reconhecido!
Feriu o tempo corrido
Espinho de macambira!
Mas, agora, a coisa vira
Pro cantador do sertão!
Saber que não foi em vão,
Ao ganhar este presente
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Tarcísio)

*****

Patativa usufruiu
Dos direitos adquiridos?...
Sempre fomos preteridos,
Se mostrou e ninguém viu!
Pouca gente lhe assistiu,
Viveu foi da plantação.
Seu valor vem do povão,
Mas, agora, está contente!
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Zé Salvador)

*****
Eu bem sei que um Leandro
De Barros, bom cordelista,
Era mais que um artista,
Mas foi chamado malandro!
Ao tirar o escafandro
Agora, dão condição
Do poeta, nosso irmão,
Respirar decentemente...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

( Compadre Lemos)

*****

A lei manda que o poeta
Tenha licenca ou aval?
Ou, a lei é pro fiscal
Tirar cantador da reta?
Essa lei que se decreta
Recolhe imposto, ou não?
Apesar da indagação,
Não nego que estou contente!
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Sônia)

*****

Ser, enfim, reconhecido
É muito bom, eu diria.
Ter aposentadoria
E o respeito merecido!
Não ser mais como um bandido,
Sempre à margem da Razão.
Ter classe, ter condição
De dizer "também sou gente!!!"
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

Se paga imposto, ou não paga,
Se tem ou não carteirinha,
O importante é andar na linha
E seguir a sua saga!
Talento nunca se apaga
Pra quem tem dedicação!
Se a Lei dá sustentação,
É melhor que antigamente!...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

Fiscal não vai lhe pedir
As suas credenciais.
Acho que ele tem mais
É que sentar e lhe ouvir.
Se a platéia lhe aplaudir,
É porque houve emoção.
Quem canta com o coração
Não precisa conferente...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Compadre Lemos)

*****
Eu pergunto que fazer
Pra ter reconhecimento?
Temos que ficar atento
Nesta Lei, que vai dizer
Como interpreta o ser
Da mais alta expressão.
Quero ler, sem omissão,
Esta Lei de boa gente...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Florzinha)

*****

Lula ajudou outras classes,
Fome zero e muito mais,
Investiu nos maiorais,
Amenizou os impasses
Construindo seus alasses
Lá fora estendeu a mão
A todos deu atenção
Com nós não foi diferente!
Reconheceu, num repente,
Nossa bela profissão!!!

(Jailton)

******

Vou aqui participar
Porque a notícia eu li.
Liguei a TV e vi
O comentário passar.
Quero parabenizar
Essa nova aprovação.
Veio em boa ocasião,
Vai ampliar nossa mente!...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

Sou poeta por lazer
Faço rima porque gosto.
Sou fiel, nisso eu aposto:
Gosto muito de escrever,
De um bom livro pra ler,
Curto essa emoção
Com muita satisfação,
Fazer mote é excelente!...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Marluce)

*****
Essa é uma boa noticia
Que eu acabo de saber,
Que os homens do poder
Fez agora sem malicia!
Henrique, Blenda e Felicia
Podem rimar com paixão,
Fazer verso pro sertão
Para animar nossa gente!
Recomhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

A poesia me levou
A descobrir coisas novas.
Os meus livros são as provas
Do que a rima me causou.
Sou poeta e sempre estou
Com a caneta na mão,
Falei sempre do sertão
E isso me faz contente,
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

( Alice )

*****
Até que em fim alguém fez
Algo por essa cultura
E a nossa Literatura
De Cordel está na vez!
Quem sabe seja o indez,
Pra gerar o embrião!
E depois dessa sanção,
O projeto siga em frente...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

( Carlos Aires )

*****

O cabra ser cordelista,
Sem prestígio e sem dinheiro,
É melhor ser macumbeiro
Na tenda, à beira da pista.
Pode ser que alguém assista
A sua interpretação,
Pois poucos, nesta Nação,
Sabem que poeta é gente.
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão.

Escrevo metrificado
Com rima e com bom mister.
Dou de graça e ninguém quer,
Entrego quase forçado.
Agora mesmo amparado,
Não muda a situação.
Vamos na embromação;
Regular, liso e carente.
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão.

Mas mesmo assim agradeço
Mesmo do meu jeito crítico,
Por esse ato político
Que não sei nem se mereço.
Por enquanto pago o preço
E não dou condenação,
Respeitando cada irmão
Que está feliz e contente.
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão.

( Eduardo Viana )

*****

Antes, não havia aval
Pra cantador de repente.
Se aposentavam somente
Através do FUNRURAL!
Tido como ilegal,
Vítima da perseguição,
E a discriminação
Estava sempre presente...
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

(Sebastião Cirilo )

*****

A Lei que agora surgiu
É muito boa e bem nova.
Parece até que é prova:
É poesia do Brasil !
A cabeça que a pariu
Está em nosso coração,
Mas, cuidado, meu irmão:
Cobrar imposto, nem tente!!!
Reconhecem, finalmente,
Nossa bela profissão!

( Alfa )

*****
Nunca fui um repentista,
Escrevo, apenas, cordel.
Dele, sim, sou um fiel,
E também, um trabalhista.
Mas, me alegro com a conquista,
E mando uma louvação.
Repentista, em união,
Aclame nossa corrente!
Reconhecem, finalmente,
Esta bela profissão!

( Valdir Oliveira )

FONTE:http://www.compadrelemos.com/

.Compadre Lemos

sábado, 23 de janeiro de 2010

História do Cordel


Material de autoria do Violeiro Fábio Sombra. Publicado originalmente no folheto “Proseando Sobre Cordel”.

A Origem nas Feiras Medievais
Nossa viagem em busca das origens do cordel começa na Europa, na Idade Média, num tempo em que não existia televisão, cinema e teatro para divertir o povo. A imprensa ainda não tinha sido inventada e pouquíssima gente sabia ler e escrever. Os livros eram raríssimos e caros, pois tinham de ser copiados a mão, um a um. Então, como as pessoas faziam para conhecer novas histórias?

Pois bem, mesmo nos pequenos vilarejos existia um dia da semana que era especial: o dia da feira. Nessas ocasiões, um grande número de pessoas se dirigia à cidade, e ali os camponeses vendiam seus produtos, os comerciantes ofereciam suas mercadorias e artistas se apresentavam para a multidão.

Um tipo de artista muito querido por todos era o trovador ou menestrel. Os trovadores paravam num canto da praça e, acompanhados por um alaúde (um parente antigo dos violões e violas que conhecemos hoje), começavam a contar histórias de todo tipo: de aventuras, romance de paixões e lendas de reis valentes, como o Rei Carlos Magno e seus doze cavaleiros.

Para guardar tantas histórias na cabeça, os trovadores passaram a contar suas histórias em versos. Dessa forma as rimas iam ajudando o artista a se lembrar dos versos seguintes, até chegar o fim da história.

Ao final da apresentação, o povo jogava moeda dentro do estojo do alaúde. O trovador, satisfeito, agradecia e partia em direção a próxima feira.
Fonte:http://culturanordestina.blogspot.com/2007/09/proseando-sobre-cordel.html

São mais de 300 páginas onde o autor mostra o melhor do lado humorístico contido em diversos ramos de nossa cultura popular, com destaque especial para a Cantoria. Aqui estão reunidos os versos mais lindos, engraçados e bem humorados de todos os tempos, escritos por grandes poetas e cordelistas nordestinos ou cantados em desafio pelos mais extraordinários violeiros, cantadores e repentistas dessa região.

O livro também ensina como são construídos mais de 50 gêneros de cantoria, com suas normas e maneiras diferentes de organizar os versos, explicando detalhadamente o tipo de rima, o número de versos, o número de sílaba e metrificação de cada modalidade. A obra contém, ainda, quase 800 adágios, ditados e ditos populares de todos os tempos.

Marcos Antonio Pessoa de França
Autor do livro e do site riquíssimo sobre a cultura nordestina http://www.culturapopular.com.br,e do blog que está sinalizado entre os meus favoritos:http://culturanordestina.blogspot.com/ sendo em muitas vezes fonte de pesquisa para o cultura no Cariri, aqui um texto em que ele se descreve:

Marcos Antonio Pessoa de França
é natural de João Pessoa (PB), onde nasceu em 1955.
Morou durante vários anos em Santa Rita, Cabedelo, Itabaiana e
Mogeiro. Hoje reside no Bairro do Bessa, em João Pessoa (PB).
Bancário do BANCO DO BRASIL S.A., onde ingressou há
pouco mais de 30 anos, atualmente encontra-se lotado na
Agência Parque Solon de Lucena, no centro da cidade,
de onde só pretende sair aposentado. Ex-fumante, é casado,
pai de 03 filhos e avô de uma neta. Tem alguns fios brancos
na cabeça (na barba tem mais), cento e tantos quilos
(boa parte deles localizados na região abdominal), e,
segundo sua mãe, é lindo, forte, genial, alto, elegante,
inteligente, magnífico, fantástico, sedutor, garboso,
másculo, arrojado, ousado, corajoso, perspicaz, alegre,
hábil, viril, imaginativo, incrível, destemido, diferente,
maravilhoso, um homem que sabe entrar e sabe sair,
bom pai, bom filho, bom esposo e um avô muito besta,
etc., etc., etc., etc.
Enfim, como todo cidadão que se preza, é apreciador de uma cerveja
bem geladinha, especialmente se vier acompanhada de um bom
bate-papo e um gostoso tira-gosto (daquele bem nordestino).

Não é poeta (nunca conseguiu fechar nem uma sextilha, por mais que tentasse), mas é um grande admirador dos poetas populares, principalmente dos repentistas, cuja inspiração e imaginação criadora, garantem o trabalho e sustento de suas famílias. E foi lendo sobre esses artistas e assistindo diversas pelejas de viola, que ele resolveu escrever esse livro, que retrata o lado humorístico desses desafios poéticos.

A Tapioca


A Tapioca


É uma herança indígena,
Derivada da mandioca.
Guloseima que os índios,
Comiam em suas ocas.
E o nordestino adotou,
Por certo ele aprovou,
Em sua mesa a tapioca.

Quem jamais provou,
Precisa experimentar,
A tapioca de goma
Feita no meu Ceará.
Presença confirmada
Em todas as camadas,
Das terras de Alencar.

Há quem use na tapioca,
Novos ingredientes.
Recheada e colorida,
Com sabores diferentes.
Mas eu amo a tradicional,
Feita em minha terra natal,
Com sabor da minha gente.

Feita com a goma molhada.
E temperada apenas com sal.
Depois de úmida e peneirada
Dá-se continuidade ao ritual.
Com a frigideira bem quente
Destas que tem antiaderente
Conclui-se a receita afinal.

Frigideira estando no ponto,
Preste bastante atenção:
Coloque no fundo dela
Uma pequena porção
Da goma bem espalhada,
Que em seguida será virada
E está pronta a produção.

Mas tem só uma coisinha:
Eu não cheguei a explicar.
É que a boa tapioqueira
Sempre vira a tapioca no ar.
Se você não tem boa mão,
Nem quer sujar seu chão,
Invente seu jeito de virar.

Com um café quentinho
Eu comia em meu sertão,
Tapioca com muita nata,
Como manda a tradição.
E para ser muito sincera,
Tendo manteiga da terra,
Eu até dispensava o pão.

A tapioca é uma iguaria
Da culinária Nordestina.
Mas hoje já se espalhou,
Pois também é peregrina.
E percorre nos alforjes
Do nordestino que foge,
Buscado uma melhor sina.

Dalinha é uma grande poeta e cordelista cearense. Ocupa cadeira na ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

Secult abre incrições para o VI Edital Ceará da Paixão – 2010




Estão abertas as inscrições para o VI Edital Ceará da Paixão – 2010, que selecionará projetos culturais relacionados as tradições desenvolvidas em função da Semana Santa. Desenvolvido pela Secretaria da Cultura do Ceará – Secult, o Edital mobiliza um montante de R$ 500 mil, oriundos do Fundo Estadual de Cultura, destinando no mínimo 50% (cinquenta por cento) para o interior do Estado. A inscrição é gratuita.

O processo de inscrição pode ser feito até o dia 12 de fevereiro, no setor de Protocolos da Secult ou enviadas via Sedex. O objetivo do Edital é identificar e difundir essas tradições regionais, estimulando suas práticas nas várias comunidades de nosso Estado. Serão aceitos projetos na categoria de Espetáculo Cênico (realizações cênicas, de palco ou de rua, que encenam o processo de crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo) e Evento Tradicional Popular (diversidade de manifestações populares tais como: Malhação de Judas, caretas, procissão de penitentes ou quaisquer outras festas tradicionais populares relativas ao período da Semana Santa).

Maiores informações sobre o VI Edital Ceará da Paixão 2009, poderão ser obtidas pelo site: www.secult.ce.gov.br, pelo telefone: (85) 3101.6765 da Secretaria da Cultura/Coordenadoria de Ação Cultural ou através do e-mail: siec@secult.ce.gov.br.

Escritor português José Saramago, Nobel de Literatura, ganha biografia autorizada


Será lançado nesta semana, em Portugal, a primeira biografia do escritor José Saramago, Nobel de Literatura. A biografia pretende ser “uma homenagem à vida e obra do escritor”, disse o autor do livro, João Marques Lopes, em entrevista à Agência EFE. Saramago, de 87 anos, lançou em outubro do ano passado sua mais recente obra, Caim, na qual reescreve o mito bíblico homônimo.

O lançamento “Biografia – José Saramago” é baseado na obra escrita de Saramago, assim como em entrevistas a pessoas próximas ao escritor. Na entrevista, o autor destacou que a novidade deste livro é que “até agora não existia uma biografia de José Saramago, um homem que conseguiu fazer a si mesmo na literatura, apesar de ser de origem humilde”.
Fonte:http://www.zonamix.com.br/cultucando/

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Minha volta a Aquarius

Luiz Domingos de Luna*
Outro dia, não sei bem precisar o motivo, me bateu uma saudade de meu berço natal Aquarius, depois de muito refletir, vi que não era importante a viagem, a cultura, o modo de vida tudo diferente, e, o fato maior de já estar acostumado aqui na terra, na verdade, me sinto mais a vontade como terrestre do que com o Aquariano.
Talvez o motivo real seja outro, ou seja: o medo de não poder mais retornar a terrinha, que, apesar dos conflitos humanos, das limitações, tem um charme muito especial que é o bairrismo, com certeza o que caracteriza o Planeta Terra é o bairrismo, algo muito difícil de encontrar em outro.
Diante da minha decisão de retorno ou não, vi que estava agindo como um terrestre, pois, o grande paradoxo dos humanos é também o meu paradoxo. Algo que me deixou perplexo e angustiado, ao saber que o amor a terra é também motivo de agressão a mesma, uma equação pensante muito contraditória, pois, como amar o planeta e viver eternamente pensando, abusando, ferindo, explorando, consumindo, poluindo e pelando a bolinha tão frágil e tão pequenina no espaço sideral.
Para os terrestres, talvez a minha reflexão, não contivesse o cerne da racionalidade, vez que: como os habitantes da bolinha ainda azulada poderiam chegar a tal conclusão? Se eles não conhecem outro referencial, para mim, isto é muito natural, porém para eles o meu questionamento pode nem fazer parte de seu campo pensamental. Por que fariam?
Descobri que sem um diferencial, ou outro referencial, fica muito difícil de chegar ou compreender o plano existencial, racional, lógico, real e plausível a arte cara de existir, numa ação tão renovada, quanto à existência do próprio homem no planeta terra.
(*) Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra – Aurora (CE)



quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Kaika Luiz no Programa Cariri Encantado


O carnaval é um dos mais típicos festejos do Brasil. Do Oiapoque ao Chuí, essa festa popular, feita pelo povo, para o povo e de povo, é celebrada com alegria e descontração contagiantes. No Cariri não é diferente, apesar de já termos tidos carnavais mais brilhantes em tempo outrora.

Mas, tudo que é legítimo e representativo, pulsa e resiste. Há alguns anos, existe toda uma movimentação visando resgatar os saudosos carnavais da região. No Crato, esse movimento tem como uma das suas principais lideranças, o promotor cultural Kaika Luiz, um dos produtores do carnaval da Saudade, realizado no sábado magro de carnaval, no tradicional Crato Tênis Club. O baile está prestes a completar sua quinta edição consecutiva e se constitui num dos principais símbolos da retomada do carnaval cratense.

O Programa Cariri Encantado une-se a esses entusiastas idealistas e nesta sexta-feira fará ecoar o grito de carnaval já incontido no peito dos foliões locais. Para tanto, contará com a presença de Kaika Luiz que falará sobre a produção do baile Carnaval da Saudade e as perspectivas de realização de uma grande e alegre programação momina na região.

O programa Cariri Encantado é levado ao ar todas as sextas-feiras, das 14 às 15 horas, pela Rádio Educadora do Cariri AM 1.020, com retransmissão pela Internet através do site cratinho.blogspot.com. Apresentação de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias e apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste.

Se ligue!
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