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sábado, 30 de janeiro de 2010

OS CARIRIS

(Da esquerda para a direita: Dona Tereza Kariri, Bida Jenipapo-Kanindé, Cacique Pequena Jenipapo-Kanindé, Fernando Tremembé e Jamille Kariri. Participantes do II Encontro do Povo Kariri, realizado em Crateús - Ceará, em junho de 2007).

Cariri é a designação da principal família de línguas indígenas do sertão do Nordeste, bem como vários grupos locais ou etnias foram ou são referidos como pertencentes ou relacionados a ela.

Apesar de comprovadamente presente em todo o semi-árido nordestino, apenas quatro das línguas cariri chegaram a ser minimamente descritas, todas elas da região ao sul do São Francisco: o Dzubukuá, falado por grupos no arco do submédio São Francisco (entre o que é hoje Petrolina e Paulo Afonso); o kipea, falado por índios que se tornaram conhecidos como quiriri (ou Kiriri) principalmente na bacia do Itapicuru, Bahia; e o camuru (ou cariri) e o sapuiá, de duas aldeias próximas na região de Pedra Branca (bacia do Paraguaçu), também na Bahia.

Atualmente a comunidade indígena cariri no município de Crateús possui 116 pessoas. (FONTE: WIKIPÉDIA)

O Crato é uma cidade pacata situada na região do Cariri, mais precisamente ao sul do Ceará, ao sopé da Serra do Araripe. Berço da tribo Cariri, índios que habitaram a localidade durante muito tempo. Esta é basicamente a informação que a maioria das pessoas tem a respeito da história do município. Porém, iremos mostrar mais detalhadamente os fatos que marcaram época e os cidadãos ilustres que dedicaram sua vida ao bem estar da comunidade cratense e ao desenvolvimento do seu povo. Buscando conhecer um pouco mais acerca de nossas raízes nos surpreendemos com a beleza e a riqueza dos acontecimentos. Expomos aqui um resumo que pode ser de muita ajuda para aqueles que por ventura possam se interessar pelo assunto.

A região era uma aldeia habitada pelos índios Cariris, um povo pacato, característica que os batizou com esse nome porque no falar de Porto Seguro, Kiriri significa: Calado, tristonho, sincero.

A tribo subdividia-se em grupos de diversas denominações, de acordo com os dialetos falados: Quixeréus, Curianêses, Calabaças, Cariús, Tremembés, Pacajus, Icós, Cariris, Carirés, Jucás, Jenipapos, Jandaias, Sucurus, Garanhuns, Chocos, Fulniês, Acenas e Romaria. Qualquer índio da região era conhecido como Cariús, por ser a maior tribo existente na época.

Os índios Cariris eram originários da Ásia e chegaram ao novo mundo pelos rios Amazonas e Tocantins. Dois tipos étnicos chegaram à América no período neolítico: os Sudésticos e os Brasilídios, a procura de um lugar que lhes dessem melhores condições de vida. Os Brasilídios geraram 12 tribos que se espalharam e povoaram quase que completamente o continente sulamericano. Uma dessas tribos foi a nação Cariri que chegou ao sul do Ceará nos séculos IX e X da era Cristã em busca de terras férteis, úmidas, quentes e de fácil plantio, de onde pudesse retirar o sustento da família e conseqüentemente melhor qualidade de vida. Encontraram no Cariri, mais precisamente onde hoje é o Crato, o ambiente propício às suas aspirações; com suas fontes e riquezas naturais a região propiciou-lhes uma vida fácil e primitiva, retirando da natureza, em abundância, uma diversidade de alimentos como macaúba, babaçu, pequi e araçá, dentre outros. Dedicaram-se ainda ao plantio da mandioca, do milho e do algodão. A caça e a pesca, farta nas matas e rios, faziam do ambiente um verdadeiro paraíso tropical onde suas famílias puderam viver em paz durante muito tempo.

A vida na tribo era tranqüila. Suas residências eram construídas com palha de palmeiras locais. Usavam utensílios feitos de forma artesanal como cabaças, cuias e coités. Fabricavam seus utensílios domésticos. Dentre eles destacamos o pilão de socar, a arupemba, o abano, esteiras de palha de palmeira e artigos feitos em cerâmica como vasos, pratos e panelas onde podiam fazer seus cozidos provenientes da farinha de mandioca, (produzida em estilo rudimentar, em casas de farinhas primitivas). e do milho. O bejú, a tapioca, a puba, a canjica, o cuscuz e muitas outras receitas nutritivas vieram dos nossos antepassados indígenas. A maioria destes costumes, comidas e ambientes foram e são utilizados pelas comunidades, até mesmo nos nossos dias.

Nos séculos XVII e XVIII, na Serra do Araripe, os índios cariris foram descobertos pelos povoadores do ´Ciclo do Couro` de Sergipe, Pernambuco e possivelmente da Casa da Torre, da Bahia. Missões Indígenas espalhadas pelos Sertões Pernambucanos catequizaram e civilizaram a tribo Cariri. Documentos antigos relatam a presença dos missionários na região a partir de 1730. È aí que se inicia a história do Crato.
TEXTO: Evandro Rodrigues de Deus

ADENDO: Nunca é demais lembrarmos do massacre genocida representado pela colonização européia para os povos nativos do que hoje chamamos América, sendo a catequese fator decisivo no processo de exterminio físico e cultural daqueles seres humanos.

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