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sábado, 30 de janeiro de 2010

SER DO CRATO

(FONTE: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/da/View_of_Crato_%28Cear%C3%A1%29_with_Expocrato_015.jpg)

Quem disse que ser cratense é ser pequizeiro? Ser cratense é ter na raiz da alma a Floresta inteira! Essa Chapada que de qualquer ângulo, qualquer rua ou casa ou janela, avistamos e nos deslumbramos, sentindo-nos abençoados, respiramos: “oásis do Sertão...”


Ser cratense é ter uma nostalgia de não saber de que. É ter um ar de “rei na barriga”, sentir-se especial, diferente, mesmo não sendo. Um esnobismo sutil e inerente, atávico. Não me refiro ao lado obscuro dessa “síndrome de nariz empinado”, aquela velha história de dizer que no Crato é “viva o luxo e morra o bucho”. Não é nada disso. Quem assim age passa é longe de ser cratense “da gema”. Cratense que é cratense é: “ainda que de panela vazia, a alma é luzidia”. É uma certa austeridade daqueles que se sabem ter origem, história, como li outro dia: somos a Atenas do Cariri! É disso que lembro ao escrever assim, eu que não sou nada bairrista. Mas é impressão cotidiana e viva: no íntimo do cratense há um quê de majestade.


Pena é ver a ruína dessa Atenas. Perdemos tanto e há tanto tempo que nossa cidadezinha hoje conta com quatro ou cinco ruas comerciais. Mal e mal mantivemos a reitoria da Universidade, o parque da Exposição, a Semana Sesc de Teatro, um Centro de Convenções... Vai-se indo o tempo das lideranças, dos que realmente conquistavam pela grandeza porque eram grandes homens. Senadores, Ministros, Professores, Escritores, desafiadores dos poderes maiores em nome da luz do Crato: a cultura. Um amigo me deu um dado que espanta: em meados dos anos de 1950 contavam-se mais de 250 casas comerciais registradas na Junta Comercial, nenhuma de fora, nem sequer da Capital ou de Recife.


Quem sabe por aqui, via Internet, cratenses e amantes do Crato, possam se reaproximar, unir-se e REunir-se a fim de um resgate dessa pobre porém altiva Polis, capital caririense da cultura, berço dessa civilização cariri. Quem sabe poderemos vir a nos articular, pensando um novo Crato, vivo e digno de nossas origens. Parâmetros não nos faltam, apesar de termos perdido talvez o último daqueles “grandes” cratenses: salve Dr. Raimundo Borges! Enfim, não somos um pé de pequi, somos a floresta inteira...


Por: Hugo Esmeraldo Sobreira



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