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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Poesia: Beijando a fita da viola de "Preto Limão"

(1895-1969), Poeta, Jornalista e Escritor potiguar, inserto na sua “Obra Reunida”, no prelo em 2010, organizada e anotada por Laélio Ferreira, seu filho).

“No alpendre de Dona Santa,
Preto Limão(*) cospe e canta,
num tom de bravura e dó…
Mistral de chapéu-de-couro,
teu verso é uma prima de ouro,
na viola do Seridó!

– Negro velho escopeteiro,
louve aqui meu companhero,
poeta que vem mais eu!
Retruca o Homero tisnado:
– Você traz um convidado,
que é tomém amigo meu!

– Pruquê abasta tê vindo
mais você! Seu moço, eu brindo
vossa entrada no lugá.
Não tem fulôres agora,
mas esta chorona chora
e canta, pra lhe sarvá…

No juazeiro verdinho,
tá cantando um passarinho,
outro chega, e pega o tom…
Num faz mal que eu sêje franco:
sô moreno, o moço é branco
– café cum leite é que é bom…

Poeta parnasiano
– que faz um poema por ano,
e livros lê, mais de cem –,
renego o cinzel e a trena,
beijo essa fita morena
que a tua viola tem!”


(*) Preto Limão: Anota Câmara Cascudo em Vaqueiros e Cantadores, p. 256-257, ed. citada: Preto Limão, famosíssimo cantador e violeiro. Era um negro alto, esguio, de olhos amarelados, e com um cavanhaque de soba africano. É sempre enumerado entre os primeiros cantadores, e como residindo em Natal, embora não fosse verídico.

Derrotou dezenas de menestréis, mais sua maior glória é ter-se batido com Bernardo Nogueira, que o venceu. Dizem os cantadores que Preto Limão só foi vencido por estar doente, e ter a família adoecido também.

fonte:http://culturanordestina.blogspot.com/
Jornal da Besta Fubana

3 comentários:

  1. Onde a viola me leva
    Autor poeta
    Raimundo Nonato da Silva

    Minha querida viola
    Acrescenta meus valores
    Tem me levado aos palácios
    Dos grandes governadores
    Já recebi elogios
    Dos mais famosos doutores

    Dos melhores cantadores
    Já recebi elogios
    Cantando sobre as florestas
    Os lagos mares e rios
    Com a viola eu ganhei
    Os maiores desafios

    Enfrentei noites de sono
    Cantando muito cansado
    Naquelas idas e voltas
    Do bom tempo já passado
    E no presente a viola
    Ainda estar do meu lado

    A viola hoje me leva
    Ao Brasil e estrangeiro
    Quando eu estou sem grana
    Ela é quem me dar dinheiro
    É a melhor companhia
    Do poeta violeiro

    Já andei no mundo inteiro
    Só faltou ir ao alem
    Não sei o dia que morro
    E a hora que a morte vem
    Mais quando eu partir da terra
    Levo a viola também

    A minha viola tem
    Cores da nossa bandeira
    Cantando pelo o Brasil
    Andei nossa terra inteira
    A viola me dar casa
    Roupa cama grana e feira









    A viola e de madeira
    E eu sou de carne e osso
    Uma amiga na velhice
    Companhia quando eu moço
    Deu-me relógio pro braço
    E cordão pro meu pescoço


    Leva-me pra capital
    Pra cidade ou fazendola
    Ela me serve de livro
    De professora e escola
    Almoço merenda e janta
    Eu ganho com a viola

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  2. Onde a viola me leva
    Autor poeta
    Raimundo Nonato da Silva

    Minha querida viola
    Acrescenta meus valores
    Tem me levado aos palácios
    Dos grandes governadores
    Já recebi elogios
    Dos mais famosos doutores

    Dos melhores cantadores
    Já recebi elogios
    Cantando sobre as florestas
    Os lagos mares e rios
    Com a viola eu ganhei
    Os maiores desafios

    Enfrentei noites de sono
    Cantando muito cansado
    Naquelas idas e voltas
    Do bom tempo já passado
    E no presente a viola
    Ainda estar do meu lado

    A viola hoje me leva
    Ao Brasil e estrangeiro
    Quando eu estou sem grana
    Ela é quem me dar dinheiro
    É a melhor companhia
    Do poeta violeiro

    Já andei no mundo inteiro
    Só faltou ir ao alem
    Não sei o dia que morro
    E a hora que a morte vem
    Mais quando eu partir da terra
    Levo a viola também

    A minha viola tem
    Cores da nossa bandeira
    Cantando pelo o Brasil
    Andei nossa terra inteira
    A viola me dar casa
    Roupa cama grana e feira









    A viola e de madeira
    E eu sou de carne e osso
    Uma amiga na velhice
    Companhia quando eu moço
    Deu-me relógio pro braço
    E cordão pro meu pescoço


    Leva-me pra capital
    Pra cidade ou fazendola
    Ela me serve de livro
    De professora e escola
    Almoço merenda e janta
    Eu ganho com a viola

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  3. Onde a viola me leva
    Autor poeta
    Raimundo Nonato da Silva

    Minha querida viola
    Acrescenta meus valores
    Tem me levado aos palácios
    Dos grandes governadores
    Já recebi elogios
    Dos mais famosos doutores

    Dos melhores cantadores
    Já recebi elogios
    Cantando sobre as florestas
    Os lagos mares e rios
    Com a viola eu ganhei
    Os maiores desafios

    Enfrentei noites de sono
    Cantando muito cansado
    Naquelas idas e voltas
    Do bom tempo já passado
    E no presente a viola
    Ainda estar do meu lado

    A viola hoje me leva
    Ao Brasil e estrangeiro
    Quando eu estou sem grana
    Ela é quem me dar dinheiro
    É a melhor companhia
    Do poeta violeiro

    Já andei no mundo inteiro
    Só faltou ir ao alem
    Não sei o dia que morro
    E a hora que a morte vem
    Mais quando eu partir da terra
    Levo a viola também

    A minha viola tem
    Cores da nossa bandeira
    Cantando pelo o Brasil
    Andei nossa terra inteira
    A viola me dar casa
    Roupa cama grana e feira









    A viola e de madeira
    E eu sou de carne e osso
    Uma amiga na velhice
    Companhia quando eu moço
    Deu-me relógio pro braço
    E cordão pro meu pescoço


    Leva-me pra capital
    Pra cidade ou fazendola
    Ela me serve de livro
    De professora e escola
    Almoço merenda e janta
    Eu ganho com a viola

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