“No alpendre de Dona Santa,
Preto Limão(*) cospe e canta,
num tom de bravura e dó…
Mistral de chapéu-de-couro,
teu verso é uma prima de ouro,
na viola do Seridó!
– Negro velho escopeteiro,
louve aqui meu companhero,
poeta que vem mais eu!
Retruca o Homero tisnado:
– Você traz um convidado,
que é tomém amigo meu!
– Pruquê abasta tê vindo
mais você! Seu moço, eu brindo
vossa entrada no lugá.
Não tem fulôres agora,
mas esta chorona chora
e canta, pra lhe sarvá…
No juazeiro verdinho,
tá cantando um passarinho,
outro chega, e pega o tom…
Num faz mal que eu sêje franco:
sô moreno, o moço é branco
– café cum leite é que é bom…
Poeta parnasiano
– que faz um poema por ano,
e livros lê, mais de cem –,
renego o cinzel e a trena,
beijo essa fita morena
que a tua viola tem!”
(*) Preto Limão: Anota Câmara Cascudo em Vaqueiros e Cantadores, p. 256-257, ed. citada: Preto Limão, famosíssimo cantador e violeiro. Era um negro alto, esguio, de olhos amarelados, e com um cavanhaque de soba africano. É sempre enumerado entre os primeiros cantadores, e como residindo em Natal, embora não fosse verídico.
Derrotou dezenas de menestréis, mais sua maior glória é ter-se batido com Bernardo Nogueira, que o venceu. Dizem os cantadores que Preto Limão só foi vencido por estar doente, e ter a família adoecido também.
fonte:http://culturanordestina.blogspot.com/
Jornal da Besta Fubana
Onde a viola me leva
ResponderExcluirAutor poeta
Raimundo Nonato da Silva
Minha querida viola
Acrescenta meus valores
Tem me levado aos palácios
Dos grandes governadores
Já recebi elogios
Dos mais famosos doutores
Dos melhores cantadores
Já recebi elogios
Cantando sobre as florestas
Os lagos mares e rios
Com a viola eu ganhei
Os maiores desafios
Enfrentei noites de sono
Cantando muito cansado
Naquelas idas e voltas
Do bom tempo já passado
E no presente a viola
Ainda estar do meu lado
A viola hoje me leva
Ao Brasil e estrangeiro
Quando eu estou sem grana
Ela é quem me dar dinheiro
É a melhor companhia
Do poeta violeiro
Já andei no mundo inteiro
Só faltou ir ao alem
Não sei o dia que morro
E a hora que a morte vem
Mais quando eu partir da terra
Levo a viola também
A minha viola tem
Cores da nossa bandeira
Cantando pelo o Brasil
Andei nossa terra inteira
A viola me dar casa
Roupa cama grana e feira
A viola e de madeira
E eu sou de carne e osso
Uma amiga na velhice
Companhia quando eu moço
Deu-me relógio pro braço
E cordão pro meu pescoço
Leva-me pra capital
Pra cidade ou fazendola
Ela me serve de livro
De professora e escola
Almoço merenda e janta
Eu ganho com a viola
Onde a viola me leva
ResponderExcluirAutor poeta
Raimundo Nonato da Silva
Minha querida viola
Acrescenta meus valores
Tem me levado aos palácios
Dos grandes governadores
Já recebi elogios
Dos mais famosos doutores
Dos melhores cantadores
Já recebi elogios
Cantando sobre as florestas
Os lagos mares e rios
Com a viola eu ganhei
Os maiores desafios
Enfrentei noites de sono
Cantando muito cansado
Naquelas idas e voltas
Do bom tempo já passado
E no presente a viola
Ainda estar do meu lado
A viola hoje me leva
Ao Brasil e estrangeiro
Quando eu estou sem grana
Ela é quem me dar dinheiro
É a melhor companhia
Do poeta violeiro
Já andei no mundo inteiro
Só faltou ir ao alem
Não sei o dia que morro
E a hora que a morte vem
Mais quando eu partir da terra
Levo a viola também
A minha viola tem
Cores da nossa bandeira
Cantando pelo o Brasil
Andei nossa terra inteira
A viola me dar casa
Roupa cama grana e feira
A viola e de madeira
E eu sou de carne e osso
Uma amiga na velhice
Companhia quando eu moço
Deu-me relógio pro braço
E cordão pro meu pescoço
Leva-me pra capital
Pra cidade ou fazendola
Ela me serve de livro
De professora e escola
Almoço merenda e janta
Eu ganho com a viola
Onde a viola me leva
ResponderExcluirAutor poeta
Raimundo Nonato da Silva
Minha querida viola
Acrescenta meus valores
Tem me levado aos palácios
Dos grandes governadores
Já recebi elogios
Dos mais famosos doutores
Dos melhores cantadores
Já recebi elogios
Cantando sobre as florestas
Os lagos mares e rios
Com a viola eu ganhei
Os maiores desafios
Enfrentei noites de sono
Cantando muito cansado
Naquelas idas e voltas
Do bom tempo já passado
E no presente a viola
Ainda estar do meu lado
A viola hoje me leva
Ao Brasil e estrangeiro
Quando eu estou sem grana
Ela é quem me dar dinheiro
É a melhor companhia
Do poeta violeiro
Já andei no mundo inteiro
Só faltou ir ao alem
Não sei o dia que morro
E a hora que a morte vem
Mais quando eu partir da terra
Levo a viola também
A minha viola tem
Cores da nossa bandeira
Cantando pelo o Brasil
Andei nossa terra inteira
A viola me dar casa
Roupa cama grana e feira
A viola e de madeira
E eu sou de carne e osso
Uma amiga na velhice
Companhia quando eu moço
Deu-me relógio pro braço
E cordão pro meu pescoço
Leva-me pra capital
Pra cidade ou fazendola
Ela me serve de livro
De professora e escola
Almoço merenda e janta
Eu ganho com a viola