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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Chrystian Marques, artista plástico Caririense, mais um dos nossos talentos!



Todas as informações sobre o artista e seus trabalhos, pra quem tem interesse em prestigiar e adquirir suas obras:



O Peregrino e o Sagrado


Mestre Bigode


URCA inscreve propostas de espetáculos artísticos para o Palco Sonoro URCA/BNB





A Universidade Regional do Cariri – URCA abriu inscrição para seleção de espetáculos visando a programação artística do Stand da instituição que será efetivada durante a Expocrato, de 9 a 14 de julho do corrente ano.

O processo de inscrição é normatizado por Edital e regido pelos seguintes critérios:

1. As propostas de espetáculos deverão se coadunar com a temática central do Palco Sonoro URCA/BNB: As múltiplas formas de interpretar a música de Luiz Gonzaga (Tributo ao Centenário de Nascimento do Rei do Baião).

2. As propostas de espetáculos deverão se inscrever no link do III Palco Sonoro URCA/BNB, localizado no site www.urca.br, ou pessoalmente na Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário – PRODUN da URCA, localizada na rua Cel. Antonio Luiz, 1161, Pimenta, Crato, Ceará, no de 28/06 a 3/07 de 2012. As inscrições na PRODUN-URCA deverão ser efetivadas no horário das 8 às 12 horas e de 14 as 17 horas. O resultado da seleção será divulgado no dia 6 de julho de 2012, através do site da URCA e por outros meios disponíveis.

3. As propostas deverão conter material de áudio e/ou vídeo com uma amostra do espetáculo, além de uma fotografia e de um release e/ou currículo do evento. Este material deverá ser enviado para o e-mail palcosonoro@gmail.com ou entregue diretamente no endereço especificado no item 2. Os inscritos que enviarem o material por e-mail deverão assegurar-se do seu efetivo envio. Para tanto, devem checar o recebimento de um e-mail da Coordenação do Palco Sonoro URCA/BNB acusando a recepção do material ou manter contato com a referida Coordenação, através do telefone (88)8813.0213 ou (88)3521.2832.

4. As propostas de espetáculos deverão ter a duração de uma hora, sem tolerância para menor ou maior duração.

5. Os espetáculos selecionados serão programados para horário e dia determinados pela Coordenação do Palco Sonoro URCA/BNB. Não haverá mudança da programação divulgada, salvo conveniência da Coordenação e com consentimento dos responsáveis dos espetáculos alvos dessa mudança.

6. Os espetáculos selecionados e efetivamente realizados, conforme normas, critérios e requisitos constantes deste Edital receberão uma ajuda de custo no valor de R$ 560,00 (quinhentos e sessenta reais), já descontados os encargos legais. O pagamento da ajuda de custo será feita de acordo com previsão divulgada pela Fundação de Desenvolvimento Tecnológico do Cariri – FUNDETEC, situada na rua Teófilo Siqueira, 734, Pimenta, Crato, Ceará.

7. No ato de assinatura de contrato de compromisso para realização dos espetáculos, será divulgado e entregue aos responsáveis dos espetáculos o documento NORMAS DO PALCO, que regulamentará todo o procedimento da apresentação dos eventos artísticos.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Manuel Bezerra Neto – Educação para transformação da sociedade



Professor, Filosofo, pesquisador marxista, comunista e bom de papo, Manuel Bezerra Neto compreende que a educação deve servir para transformação da sociedade. Preparando o seu segundo livro, Bezerrinha como é carinhosamente conhecido apontar as contradições da educação numa sociedade antagônica como a capitalista.  
     
Alexandre Lucas - Quem é Manuel Bezerra Neto?

Manuel Bezerra Neto – Até recentemente fui  professor assistente do Departamento de Educação  da Universidade Regional do Cariri – URCA. Milito na Educação desde a década de 1970. Iniciei nas minhas atividades na Educação Básica do Estado na área de Ciências Exatas (matemática e física). A partir de 2000 ingressei no Ensino Superior da URCA, na área de Ciências Sociais (Filosofia e Sociologia). Durante esse período estive sempre engajado na luta política como dirigente municipal e estadual no Partido Comunista do Brasil - PCdoB.

Alexandre Lucas – Qual a importância das tendências pedagógicas no âmbito das políticas para a educação?

Manuel Bezerra Neto – É preciso lembrar que as políticas educacionais são estabelecidas sempre em função dos interesses do Estado, bem como dos objetivos mais permanentes da classe dominante. Em decorrência disso é que são levadas em conta aquelas tendências pedagógicas que mais são convenientes e mais se adéquam tanto aos objetivos do Estado, quanto aos interesses que estão postos  em determinadas circunstancias, do ponto de vista, é claro, das classes dominantes. Assim, não vamos alimentar ilusões a respeito da educação escolar, uma vez que seu primeiro papel, sob o estado capitalista é explicitamente funcional, ainda que devemos reconhecer, não obstante, que ela se constitui por natureza, uma atividade contraditória.

Alexandre Lucas - Como você avalia as políticas públicas para Educação no Ceará?

Manuel Bezerra Neto – É muito simples perceber-se que elas ainda continuam orientadas pelas diretrizes de caráter neoliberal. Educação ainda é encarada como despesas para o Estado. Assim, despesa pressupõe retorno compensador, do ponto de vista financeiro, e não um direito universal do individuo. Isso significa conceder a educação enquanto fator de desenvolvimento socioeconômico, segundo a Teoria do Capital Humano porquanto para as classes dominantes investir em educação é estabelecer os meios que devem favorecer apenas o desenvolvimento dos meios de produção capitalistas necessários ao processo de acumulação do capital.

Alexandre Lucas – Qual a contribuição do Marxismo para a compreensão e proposição das tendências pedagógicas de caráter progressista?

Manuel Bezerra Neto – Ainda que Marx não tenha proposto explicita e sistematicamente uma linha pedagógica escolar, no entanto, o programa de Gotha define uma concepção de pedagogia que vai além dos conceitos burgueses de progresso humano, uma vez que ele chama a atenção para a importância e o sentido que uma formação humana fundada na associação indispensável entre educação e trabalho, escola pública gratuita (não necessariamente estatal, mas laica). Ele sempre acreditou que a natureza do homem se forma e se desenvolve tendo como principio a atividade produtiva; isto é, o trabalho como principio pedagógico por excelência. É simples perceber-se isto quando sabemos que as classes burguesas nunca encararam o trabalho como atividade dignificante para o individuo que não precisa trabalhar uma vez que ele vive da exploração da força de trabalho daqueles que não tem a propriedade dos meios de produção. Em síntese, elas nunca imaginaram nem desejaram ver seus filhos frequentando a oficina onde o filho do trabalhador está aprendendo um oficio ou aperfeiçoando suas técnicas de produção de mais-valia.

Alexandre Lucas – Em seu livro “Escola – Pedagogia da Reprodução” você aborda o caráter ideológico da escola capitalista e propõe alternativa?

Manuel Bezerra Neto – Quando dei aquele título ao trabalho não estava, de modo algum, concordando inteiramente com a concepção reprodutivista da escola porque, enquanto, os “reprodutivistas” faziam a crítica exclusiva da pedagogia burguesa como aparelho ideológico por excelência do Estado capitalista, eu procuro mostrar que ao lado da critica é preciso propor uma opção – não dualista, obviamente – pedagógica que possa contemplar sem discriminação os interesses, os valores e as concepções de todos na sociedade, principalmente das classes submetidas ao regime de exploração do capital. Ao mesmo tempo compreendi que era necessário também, junto com a tarefa de propor uma escola universalizada cuidar dos problemas concretos e imediatos da sociedade brasileira do ponto de vista do seu desenvolvimento autônomo, tendo em mira a redução drástica das profundas desigualdades sociais engendradas pelo capitalismo brasileiro, e para os quais só uma concepção pedagógica revolucionária poderia apresentar soluções viáveis para sua superação.

Alexandre Lucas – Você prepara o segundo livro “Educação e Consciência de Classe", Qual a abordagem desse trabalho?

Manuel Bezerra Neto – A questão da consciência de classe não é muito simples de ser abordada. Muitas vezes, corremos o risco de ou vê-la idealisticamente, tendo-se a ilusão de que é algo inevitável para o sujeito, em vista de sua pertinência de classe; que dizer, inevitavelmente, o burguês teria que pensar, enquanto burguês, operário como operário, etc. é uma visão um pouco simplista e reducionista pela qual seria suficiente apenas olhamos a posição de classe, para então apreendemos a consciência dos indivíduos que a integram.

A consciência não pode ser também uma função psicológica que nos ajuda a fazer avaliações “corretas” ou de censura das situações vivenciais nem dos indivíduos nem da própria história uma vez que inevitavelmente  ela, de qualquer modo, não deixa de estar vinculada se não as forças motrizes que põem em movimento povos e classes inteiras, que acaba induzindo uma ação durável capaz de promover grandes transformações históricas.

No campo da educação ainda que a consciência se forme na relação direta com a realidade, mesmo que mediatizada pelo conhecimento não podemos subestimar o papel ideológico desse conhecimento na organização e projeção das condições materiais de existência. Assim, a proposta implícita é, sobretudo demonstrar a relação entre o papel ideológico da educação e o desenvolvimento da consciência do individuo.

Alexandre Lucas – Qual a relação entre educação e prática social?

Manuel Bezerra Neto – A relação é explicita, pois a própria educação constitui-se de uma prática social inerente e indispensável ao conjunto das múltiplas práticas convenientes e adequadas para a configuração de uma dada realidade social. Não podemos imaginar prática educativa dissociada da prática social.     

                          
         
         

terça-feira, 26 de junho de 2012

Festival de Garanhuns!


Confira as atrações:
12/07 - Homenagem a Luiz Gonzaga - Dominguinhos, Elba Ramalho e família Gonzaga.

13/07 - Escravo, Zélia Duncan e Zizi Possi

14/07 - 
Hercinho, Academia da Berlinda, Roberta Miranda e Alcione

15/07 - 
Giba Lira e Jorge Vercillo
16/07 - Lucas Notaro, Mombojó, China e Roberta Sá

17/07 -  Rogério e os Cabras, Lula Queiroga, Renato Teixeira, Xangai e Maciel Melo

18/07 - Karla Rafaela, Perícles, Fundo de Quintal

19/07 - Flash, Volver, Ortinho, Reginaldo Rossi e Erasmo carlos

20/07 - Antonio Madureira, Marcelo Jeneci, Lenine e Milton Nascimento

21/07 - Adnreia Amorim, Edgar Scandurra, Ney Matogrosso e Lulu Santos

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Encontro na Beatos

Convidando todos os artistas, apreciadores de música, cultura para uma tarde regada à samba e integração artística!

Além da Arte, Alexandre Lucas!

Além de arte, “Entranhamentos”, de Alexandre Lucas, ainda fala de estética, política, cultura e educação
Crato Será lançado durante o Seminário Nacional do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), no próximo mês de julho, mais um livro do artista educador cratense Alexandre Lucas. A publicação intitulada de “Entranhamentos”, entre arte, estética, política, cultura e educação, é uma coletânea de artigos de opinião, que versam sobre a arte contextualizada com a vida. O livro foi escrito à partir de reflexões de vivências com artistas e grupos coletivos atuantes na região do Cariri, entre eles o Coletivo Camaradas, Programa Nacional de Interferência Ambiental (Pia) e Cuca.
De acordo com o escritor, a proposta da publicação é que o material sirva de apoio pedagógico para educadores e militantes da arte. “Entranhamentos” aponta a relação da arte com outros aspectos como a política a, estética, educação e cultura. A publicação, que já está sendo distribuída gratuitamente pela internet, tem a introdução elaborada pelo cineasta, filósofo e produtor cultural reconhecido nacionalmente, Rosemberg Cariry. Cada um dos artigos aborda as correlações entre a arte e a sociedade, cruza informações que auxiliam a compreender a arte em uma perspectiva social ampla. Segundo o autor, o livro foge da ideia do entendimento da arte pela arte. A edição foi financiada com recursos próprios do escritor, com apoio do grupo Coletivo Camaradas. Até agora, estima-se que mais de cinco mil pessoas já receberam um exemplar do “Entranhamentos”, pelos e-mails.

Performance feita pelo escritor Alexandre Lucas, realizada no município do Crato, para mostrar a mistura da política, educação, arte, ou seja, os "Entranhamentos". Esta também é imagem da capa do livro
Como defesa da democratização das informações, o livro pode ser amplamente reproduzido de diversas formas, desde o repasse dos arquivos até citações do mesmo, sem a necessidade de pedidos de autorização ou permissão do autor. Alexandre Lucas compreende que a cópia é uma forma de democratizar o conteúdo e a produção historicamente gerada pela humanidade. Os textos contidos no livro “Entranhamentos” são uma tentativa de embolsar a concepção estética e artística do grupo Coletivo Camaradas, que atua há mais cinco anos promovendo ações de cultura e arte nas comunidades caririenses. As pesquisas sobre a temática central que é o marxismo e a arte e os novos discursos sobre a arte contemporânea vinham sendo realizados há cerca de dois anos. A preocupação do artista educador foi pensar a arte para não artistas, como forma de provocar os guetos sobre esse universo. Segundo Alexandre Lucas, existe uma elite artística e intelectual que se fecha sobre si. Ele diz que é preciso estender a produção estética, artística e científica ao conjunto da população, como forma de possibilitar o empoderamento de todas camadas sociais.
A publicação faz um diálogo com a nova conjuntura nacional de como são pensadas as ações públicas destinadas à cultura, a exemplo do Programa Cultura Viva, idealizado por Célio Turino, historiador e especialista em administração cultural. Lucas diz que é preciso pensar a cultura de uma forma aberta e sem restrições. “A produção estética e artística está diretamente relacionada ao capitalismo e destina-se a esse mesmo modo de produção. Existe uma tendência que nasce e circula apenas entre as classes dominantes e não entre todas as camadas sociais. A gente aponta que é necessário inverter essa lógica, o que significa uma nova forma de sociedade”.
O livro é acompanhado de um documentário, com depoimentos de 56 artistas de vários Estados. O roteiro foi pensado à partir das perguntas: o que é arte?, e qual é o papel do artista?. Em um embate, as falas divergiram- se e, ao final, não houve conclusão. As imagens foram captadas em Fortaleza, Recife, Aracati, Rio de Janeiro e a região do Cariri.
Segundo o artista educador, a pesquisa sobre os temas vai contribuir para que os leitores tentem compreender o desenvolvido das relações de pertencimento e empoderamento a partir das produções estéticas e artísticas. Para ele, esse ainda é um discurso muito restrito. Alexandre Lucas conta que é preciso difundir as obras para que elas auxiliem no desenvolvido intelectual da população. Além de promover um debate sobre a temática, o livro “Entranhamentos” pretende projetar-se historicamente, como instrumento que possibilitou o acesso a informação e denúncias das camadas populares.
O grupo Coletivo Camaradas, do qual Alexandre Lucas é o coordenador, tem uma média de 30 membros que buscam disseminar as informações sobre temas polêmicos, culturais, políticos e sociais. As atividades e atuação, geralmente, acontecem em locais públicos. O Camaradas integra o Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE e o Programa Nacional de Interferência Ambiental (PIA).
Mais informações:
Coletivo Camaradas
Endereço: Rua José Carvalho- 11
Bairro Centro- Crato
Telefone: (88) 9661.6516
PORTAL: VERDES MARES!

 – JUNHO 24, 2012PUBLICADO EM: CIDADES

domingo, 24 de junho de 2012

Lilian Carvalho é a nova presidenta do Coletivo Camaradas


Num clima de unidade, interação e convicção foi eleita  no último sábado, dia 23,  em assembleia geral realizada na Universidade Regional do Cariri – URCA, a  nova coordenação do Coletivo Camaradas.  

A assembleia elegeu para presidir a organização, a atriz Lilian Carvalho que além de atuar no teatro, é produtora cultural e psicóloga. Ela substitui o artista/educador Alexandre Lucas, um dos fundadores do Coletivo.   Lilian é uma veterana Camarada  que participa do grupo há quatro anos e se sente orgulhosa ao afirmar que participar de um coletivo que consegue discutir arte com posicionamento político.

Lilian acredita que é preciso manter a mesma linha de atuação  e acrescenta que o grupo deverá ampliar as suas ações para outras linguagens artísticas como a música e o teatro. Ela destaca será dado continuidade aos trabalhos de ações conjuntas com os coletivos locais e nacionais e destaca que será feito um esforço para intercâmbios internacionais. A atriz frisa que é necessário criar as condições para que o Coletivo tenha uma sede que possa servir como centro de formação artística e política  tanto para o Coletivo Camaradas como para outros grupos.

Inovação

A assembleia dos Camaradas inovou ao acrescentar na sua direção os cargos de Coordenação  sobre questões de gênero, afrodescendência, cultura e memória.

Outra inovação foi a aprovação do Conselho Consultivo que reúne nomes de personalidades do meio artístico e intelectual brasileiro, dentre eles, o do ex-secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, Célio Turino responsável por conceber o Programa Cultura Viva, o qual possibilitou a criação de quase três mil Pontos de Cultura espalhados em todo o Brasil. Considerado o maior programa de descentralização de recursos públicas para cultura e de empoderamento dos segmentos ligados a cultura e a arte no país.

Projeto em andamento

O Coletivo Camaradas desenvolve os seguintes projetos:
Laboratório de Estudos, Vivências e Experimentos em Arte Contemporânea – Leve Arte Contemporânea que é destinado aos alunos do Ensino Médio da Rede Publica do Crato;
Cordel Engajado  que consiste na distribuição gratuita de cordéis;
Projeto No Terreiro dos Brincantes em parceria com a URCA e a Secretária de Cultura do Crato que produz vídeos sobre grupos da cultura popular da região do Cariri;
E prepara a segunda edição da Mostra Nacional de Vídeos Brincantes que deverá ser realizada em agosto deste ano.    

Nova Coordenação Eleita

Coordenadora Geral - presidenta: Lilian  Carvalho de Araújo
Currículo resumido: Atriz, produtora cultural e psicóloga.
Secretaria geral: Ana Luisa Sombra Vicente
Currículo resumido: Academica do Curso de Pedagogia
Coordenador de Finanças – Tesoureiro  - Ricardo Alves    
Currículo resumido: Ativista do Hip – Hop e acadêmico de Geografia da URCA
Coordenador de Cultura e Memória – Jean Alex
Currículo resumido: Acadêmico de Pedagogia da URCA, músico e educador musical, líder da banda Sol na Macambira
Coordenadora de Comunicação: Leyliane Alves 
Currículo resumido:  Acadêmica de Comunicação Social da UFC
Coordenador de Projetos: Alexandre Lucas  
Currículo resumido:  Pedagogo e artista/educador
Coordenadora sobre questões de gênero – Dayze Carla Vidal da Silva
Currículo resumido:    Acadêmica de Ciências Sociais da URCA
Coordenação sobre questões de Afrodescendência  - Alice Maria Freitas Cortez da Silva 
Currículo resumido: Acadêmica de Ciências Sociais  da URCA  e integrante da UNEGRO
Conselho Fiscal
Jucimar   Rodrigues Lima
Currículo resumido: Estudante secundarista e integrante da banda Cratons
Diego Felipe do Nascimento 
Currículo resumido: Acadêmico de Geografia da URCA
Ivanilson da Silva Felix 
Currículo resumido:  Estudante secundarista

Conselho Consultivo

Jefferson Bob Gonçalves de Lima – Integrante da Nação Hip-Hop Brasil, integrante da Banda Ferreros e Produtor Cultural  - Potengi/CE
José André de Andrade – Ator, poeta e Produtor Cultural   - Juazeiro do Norte/CE  
Nívia Uchôa – Fotografa  e geógrafa – Juazeiro do Norte/CE  
José Cícero da Silva – Pesquisador, poeta  e Produtor Cultural  - Aurora/CE
Luis Parras – Fundador do Programa Nacional de Interferência Ambiental – PIA e do Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE – CUCA, integrante do Grupo de Interferência Ambiental – GIA – Salvador/ BA
Mileide Flores -  Presidente da Sociedade Amigos da Biblioteca; Membro do Coletivo de Cultura do PCdoB/Ce; do Colegiado do Sistema Nacional de Cultura; do Fórum de Literatura do Estado do Ceará; da Rede Nordeste do Livro e da Leitura; Diretora da Livraria Feira do Livro – Fortaleza/CE;
Rosemberg  Cariry – Filosofo, pesquisador e cineasta – Fortaleza/CE    
Tales Bedeshi – Artista/educador, integrante do PIA – Belo Horizonte -MG
Célio Turino – Historiador, escritor e ex-secretário da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultural – São Paulo – SP;
Gabriela Monteiro – Artista visual e integrante do PIA – Rio Janeiro – RJ
Luciana C M Costa – Mestranda em Artes Visuais, integrante do Coletivo Política do Impossível  e o PIA – São Paulo;
Lula Gonzaga – um dos pioneiros em cinema de animação do Brasil – Cineastra – Olinda/PE;
Salete Maria – Professora Universitária, advogada,  pesquisadora sobre gênero e cordelista – Juazeiro do Norte/CE;
Allan Bastos – professor e fotografo – Crato/CE
Cacá Araújo – Dramaturgo, poeta, ator e folclorista – Crato/CE  
Armando Teixeira Leão – Coordenador Executivo da UNEGRO e Mestre de Capoeira Angola
Ulisses Germano Leite Rolim – Professor, poeta e músico;   
Alexandre Santini  - ex-coordenador do Cuca da UNE e integrante do Companhia de Teatro Político  “Tá na Rua” – Rio de Janeiro – RJ
Maria Pinho Gemaque – Mapige – integrante do Coletivo Psicodélico, artista/educadora – Macapá – AP;
Alysson Amancio – Professor, pesquisador e coreografo – Juazeiro do Norte-CE    
Edival Dias – Professor, artista/educador e ator – Juazeiro do Norte/CE    


  


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Samba Diminuto!

Eventos Culturais!


São João da Saudade!

SÃO JOÃO DA SAUDADE - O evento vai realizar as comemorações do São João do Cariri em um formato bem tradicional. Com bandas do verdadeiro forró tocando antigos sucessos dos inesquecíveis “São Joãos” de anos idos. BANDA "FLOR DE PEQUI" (formada por integrantes dos Irmãos Anicetos) e BANDA BELOXOTE (formada por professores e alunos da SOLIBEL). É a forma de não deixar que o verdadeiro espírito da festa junina se acabe. É a maneira que encontramos de valorizar a cultura nordestina, os músicos da região do Cariri e de homenagear um dos maiores folcloristas e criador do programa de Rádio “Festa na Casa Grande”, através do radialista Helói Teles de Morais, o Mestre Helói. O mestre tinha o programa Festa na Casa Grande na rádio Araripe do Crato, e depois transferido para a Rádio Educadora do Cariri. Nele, tudo era criado de uma forma bastante inusitada. Tudo era em enormes proporções. Coisas da imaginação do Helói e que na realidade era brincadeira, pois a Festa na Casa Grande nunca existiu fisicamente, só na imaginação e nas brincadeiras que ele falava via rádio. Ele dizia que na Festa da Casa Grande a latada onde acontecia a festa, tinha cinco tarefas de terra. A banda que tocava um forró autêntico, formada por sanfona, zabumba e triângulo, tinha que repor os instrumentos de vez em quando, pois tudo se acabava de tanto eles tocarem. Na noite, o “triangueiro” gastava cinco triângulos. O couro da zabumba tinha que ser trocado umas cinquenta vezes, e o fole da sanfona também. Tinham dez sapateiros só pra colocarem “meia-sola” nos sapatos do povo que dançava. A latada era iluminada com lamparinas, e para acendê-las tinha que ser com uma moto, pois eram muitas lamparinas. Assim será o nosso “São João da Saudade”, coberto de nostalgia e de resgate de uma das mais tradicionais festas nordestinas. O Local, o TERRAÇUS Bar e Petiscaria, é muito original para esse evento, pois fica localizado em um sítio, no bairro Grangeiro, no sopé da Serra do Araripe. O incentivo à vestimenta a caráter será também uma das formas de fazer esse resgate. vestimenta a caráter será também uma das formas de fazer esse resgate. Pedimos as bandas para serem fiéis ao repertório, tocando músicas de forró antigo, de artistas como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, Trio Nordestino, e tantos outros nomes que fizeram a fazem parte do rico repertório de ótimos forrós.

Lupeu Lacerda - O corpo é um equipamento absolutamente artístico


 Poeta e artista visual, atrevido e bem humorado, Lupeu Lacerda é um dos remanescentes da arte no Cariri da década de 80 do século passado, que antes era  fanzineiro e hoje blogueiro.  O escritor que fala de sexo nos seus trabalhos  diz que “exploro a sexualidade em meu trabalho por saber que isso sempre causará estranhamento. As pessoas, por incrível que pareça, ainda tem pudores em ler um texto que vem recheado de palavras como: boceta, pica, cú”.

Alexandre Lucas -  Quem é Lupeu Lacerda?

Lupeu Lacerda - De todas as perguntas que me fazem, essa é sempre a mais escrota de responder... vamos lá: Lupeu é meu apelido. Antigo. Dos tempos de menino. Odiava o apelido, mas ele foi se tornando tão forte que dominou o meu nome: Paulo Luiz Matos de Lacerda. Incorporei-o. Por não haver mais o que fazer. Daí comecei a assinar as coisas que escrevia e desenhava com esse nome Lupeu, o sobrenome é da minha família cariri. Lacerda. E Lupeu Lacerda é um homem do sexo masculino, nascido no ano da graça de 1965 em São Paulo, com 46 anos no costado, criado quando menino em Santana do Cariri, depois em Juazeiro do Norte, que adotou o Crato como cidade do coração, e que depois de morar em um monte de lugares aportou em Juazeiro da Bahia, nos beiços do Rio São Francisco. Aprendiz de escritor, aprendiz de artesão, apaixonado por todas as formas e manifestações artísticas. Pai de duas filhas, escritor de dois livros publicados (Entre o Alho e o Sal / Caos Technicolor), participação em algumas coletâneas, um blog meio desativado chamado “Séquiço Sacro” (mesmo nome do fanzine que inaugurou a era de fanzines no cariri nos anos 80), uma página meia boca na internet www.lupeulacerda.com.br , ainda cheio de sonhos, ainda apaixonado, ainda achando que sempre dará tempo de fazer e mudar alguma coisa.

Alexandre Lucas -  Como se deu seu contato com a arte?

Lupeu Lacerda - Meu contato com a arte se deu através de gigantes! Conheci ainda adolescente algumas pessoas que mudaram o prumo da minha visão de arte: começo com Stênio Diniz, que já barbarizava com uma arte absolutamente “nova” na “velha” mídia da xilogravura. Na casa dele conheci Luis Karimai (um mestre do desenho) e Gilberto Morimitsu (um mestre da fotografia), os japas liam coisas diferentes, olhavam coisas diferentes, gostavam de musicas diferentes. Depois enveredei nos caminhos de Craterdã, e aprendi muito com Luis Carlos Salatiel, Normando, Nicodemos, Carlos Rafael... enfim, tive um aprendizado absolutamente eclético. Lia Dostoievski no sebo de Manel, conversava sobre Carlos Castaneda com Rafael, via os desenhos de Normando, a poesia cristal de Nicodemos, bebia cerveja e sonhos com Stenio e fui assim, aprendendo e as vezes acho que até ensinando (pelo menos uma outra forma de olhar). Ainda hoje é assim. Meu contato com a arte sempre foi e sempre será o contato com as pessoas que me cercam.

Alexandre Lucas -   Fale da sua trajetória:

Lupeu Lacerda - Bom, eu escrevo desde que eu me entendo por coisa, bicho e gente. Mas a coisa de publicar e ser lido vem de meados dos anos 80, com a criação do Séquiço Sacro. Naquela época era foda escrever e ser lido. Bem foda... o único jornal alternativo já era extinto, o “Folha de Pequi”, e partimos pra guerrilha, eu, Uberdan e Gledson. Depois foram incorporados Hamurabi, Sidney e o grande Junior R., rei das colagens perfeitas. Passou-se o tempo, participei de uma coletânea de poesia organizada pelo Stênio Diniz, uma coisa bem bacana, um livro em cartões postais. Não lembro o nome. Participei como vocalista da banda Fator RH/Lerfa Mu (tempo melhor da minha vida).  Em 2006 Sidney Rocha pegou um material meu e transformou em livro, lançado em 2007 pela Kabalah Editora. Em 2009 participei de uma coletânea de contos chamada “tempo bom”, que saiu pela Iluminuras. Este ano estou lançando o “Caos Technicolor”, o que talvez seja meu último esparro poético. Nunca fui um poeta de verdade, essa é a verdade. Sou mais um fotógrafo de palavras. Influencia Beat talvez.

Alexandre Lucas - Como você caracteriza a sua produção literária?

Lupeu Lacerda - Minha produção? Estudo. Muito estudo. Ler pra caralho. Escrever pra caralho. Apagar pra caralho. Sei que tenho coisas a dizer. Mas ainda estou no processo de aprender “como dizer”. Se tiver tempo, ainda quero escrever um puta livro de contos. Ou um romance desses de guardar na estante com respeito e carinho.

Alexandre Lucas – Como ocorre o seu processo criativo?

Lupeu Lacerda - Gosto de escrever à mão. Em cadernos pautados. Usando barras em vez de pontuação, pra não perder a velocidade do pensamento saca? Gosto de escrever de noite, tomando café, depois que a casa se acalma. As vezes começo a escrever com raiva de alguma coisa, as vezes é uma notícia que li, as vezes forço. E me obrigo a escrever pelo menos duas páginas de rabiscos por dia. Passo uns dias e volto pra ler a parada. Daí começo a aproveitar o que é de aproveitar e jogar fora o que não serve. Acredito que cada pessoa que lida com arte tem um processo, eu acho que em todos eles uma coisa é comum: trabalho duro. E inspiração, pra ajudar a engolir o comprimido.

Alexandre Lucas -  A sexualidade é algo notório na sua produção visual e literária. Qual a relação entra arte e sexualidade?

Lupeu Lacerda - O corpo é um equipamento absolutamente artístico. Exploro a sexualidade em meu trabalho por saber que isso sempre causará estranhamento. As pessoas, por incrível que pareça, ainda tem pudores em ler um texto que vem recheado de palavras como: boceta, pica, cú. Mesmo alguns que se dizem “mezzo” modernos acham bonito ver um casal de lésbicas trepando, mas acham nojento um casal de gays. Lembro da Dercy Gonçalves falando que na época dela, toda “artista” era puta. Acredito sempre que arte é liberdade, que sexualidade é liberdade. E tanto uma como outra, são mecanismos lúdicos pra trazer alegria. E a alegria meu amigo, ainda é a prova dos nove. Tem também a influencia do que li, lógico: Miller, Anais Nin, Ginsberg, Sade, Gide, entre tantos outros gigantes que exploraram essa seara. Sexo é criação. Arte é recriação. No fim das contas tudo vai desaguar no mar da arte.

Alexandre Lucas O que é um poeta marginal na contemporaneidade?

Lupeu Lacerda - À margem como antigamente? Nada. Até porque hoje a internet bombardeia com um zilhão de blogs de poesia, contos, micro contos, romances, receitas de bolo, como ser um terrorista em 10 lições, enfim... não acredito que haverá a qualidade dos “anos de ouro” 1970. Existia ali uma “coisa” fazendo a poesia fervilhar. Uma ditadura dos milicos. Dezenas de bons escritores desesperados e desesperançados. Dificuldade de publicar. Acho que a dureza serviu de peneira. Difícil imaginar nessa “contemporaneidade” o surgimento de Ana Cristina Cesar, Chacal, Cacaso, Chico Alvim... existem caras bons? Lógico que sim! Mas são mais difíceis de encontrar, porque hoje, todo mundo anda de jeans. Rsrsrsrsrs.

Alexandre Lucas -  Como você caracteriza seu trabalho?

Lupeu Lacerda - Meu trabalho é o de um aprendiz. Será sempre assim, porque quero que seja assim. Quando escrevo eu entro todo ali. Sou onisciente ali dentro. Onipresente. Talvez seja esse viés que faz com que alguns dos meus amigos achem que existe algo ainda não dito, ou não feito, por mim. Gosto de escrever pra caralho! Me faz bem, me desentala. Então, mesmo sabendo que em literatura provavelmente “tudo” já tenha sido dito, enquanto tiver tesão de fazer isso, vou continuar escrevendo. Persistência? Pode ser. Caracterizaria meu trabalho sim. Catarse também. E dor. Porque escrever dói.

 Alexandre Lucas -  Qual a contribuição social do seus trabalho?

Lupeu Lacerda - Não acredito que a arte, seja ela qual for, tenha esse papel de “salvadora”. As pessoas mudam, “ou não”, de vida a partir de uma leitura de um livro. Como haverá alguns que mudem depois de ter perdido um avião, ou comido uma comida estragada, ou escutado uma música. Artistas são apêndices de uma sociedade que sempre os aturou a uma certa distancia, mas que nunca os engoliu bem de perto. Aqui em Juazeiro da Bahia e Petrolina nós soltamos livros pelas ruas em um projeto intitulado “Livros Andarilhos”, eu espero sinceramente que as pessoas que encontrem esses livros façam bom proveito deles, e que depois de lidos eles sejam de novo largados ad infinitum. As pessoas que lêem podem continuar tristes, amarguradas e infelizes, mas nunca estarão sozinhas em companhia da porra de um livro. Ensinar arte, compartilhar arte, levar a arte pra todos é a vontade maior. Eu nunca faço nada pensando em atingir público A, B, ou C. eu só quero ser lido. O resto vem por inércia. Quem lê, cobra, exige, grita, pede, vota nulo. A contribuição social que quero não só do meu trabalho, mas do de cada pessoa que escreve, é que os livros (todos, de qualquer gênero) deveriam fazer parte do cotidiano das pessoas assim como o sexo, as novelas, as drogas, a música, enfim...

Alexandre Lucas -    Quais os próximos trabalhos?  

Lupeu Lacerda - Estou em ritmo de finalização de meu primeiro livro de contos, que se chamará “o trigésimo segundo dia”. Tem sido uma experiência muito prazerosa, cheia de dúvidas e certezas, de comemorações e desesperos, de delírios de grandeza e certeza de inutilidade. Enfim, uma gestação. Como pai e mãe espero ansioso pelo nascimento, que deve se dar ainda este ano, caso a porra do mundo não acabe. Se o mundo acabar, bom, vou procurar um kardecista. Sai psicografado em algum outro planeta, que essa porra me deu muito trabalho.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Silvero Pereira - A arte existe para tremer conceitos



Professor, ator, diretor, pesquisador,  proletária da arte assim é o jovem que com apenas três décadas tem na sua bagagem muita história para contar.  Silvero vem desenvolvendo um trabalho significativo que une pesquisa, experimentação estética/artística e comprometimento político com as questões do movimento LGBTTT. O artista enfatiza “Acredito que a nossa sociedade ainda não está preparada para compreender as questões de sexualidade na nossa atualidade, por isso utilizo minha arte para provocar, tirar do conforto, confrontar e questionar os paradigmas”.

Alexandre Lucas – Quem é Silvero Pereira?

Silvero Pereira -  é um garoto que completa 30 anos agora em junho (20). Garoto porque aos 12 anos começou a  trabalhar para ajudar nas despesas da família, trabalhando de dia e estudando a noite e com isso nunca teve tempo de curtir sua infância, sua imaginação. Assim, aos 30 anos e tendo 14 anos dedicados ao teatro, descobriu nessa arte a possibilidade de viver sua infância perdida, de poder brincar, criar, imaginar e realizar. Entretanto, tudo isso é com muita responsabilidade e dedicação. O Silvero, como me enxergo, é um batalhador, um trabalhador que acredita naquilo que faz, que faz teatro por necessidade, seja essa necessidade de viver, de brincar, de questionar ou de expor inquietações.

Alexandre Lucas – Quando você teve seus primeiros contatos com a arte?

Silvero Pereira -  Desde pequeno eu já realizava algumas manifestações artísticas, sempre gostei de pintar, desenhar e nas brincadeiras de criança sempre fazia dramatizações, imitações de filmes, novelas, mas tudo de forma muito intuitiva. Meu real contato com o Teatro se deu aos 17 anos quando ingressei no ETFCE (atual IFCE) para fazer Ensino Médio e Técnico em Turismo. Assim, nas aulas de educação artística decidi por teatro e com o Paulo Ess (professor na época) pude enxergar o teatro compromissado com a arte, com a formação de artistas e de platéia. Desde modo, me envolvi, ingressei no grupo de Teatro da Instituição, fui fazer curso de Teatro após Ensino Médio e desde e então faço Teatro. 

Alexandre Lucas – Fale da sua trajetória:

Silvero Pereira -  Comecei em 1997, na Cia Dionisyos de Teatro com direção de Paulo Ess. Dentre meus espetáculos como ator estão "Filé Com Fritas ao Vinagrete“, "O Rei Que Não Sabia Ler", "O Suicida", "Ray Tex" e "Meu Admirador Secreto”, todos com direção de Paulo Ess; com exceção do último que teve como diretor o Autor e Pesquisador Fernando Lira. Em 2000 ingressei para a CIA LUA de Teatro, onde atuaria nos espetáculos "Rosa Escarlate, "Dominus Tecum" e " Não Confirmo Nem Duvido", todos com direção de Ueliton Rocon. No mesmo ano criei o Grupo Parque de Teatro, por meio da Fundação Parque de Formação Integral do Tapuio na cidade de Aquiraz, onde desenvolvo  um trabalho social e voluntário com crianças e jovens usando a arte como mecanismo educacional e social. Com o Grupo Parque de Teatro realizei a montagem dos seguintes espetáculos : “O Destino a Deus Pertence” (2002), “O Mistério da Cascata” (2004), “Muito Barulho Por Nada” (2005), “Conte Lá Que eu Conto Cá!” (2007) e " A Incrível Jornada de Vicente e a Estrela Cadente" (2012). Ainda em 2005, pelo mesmo grupo estreie  o solo “Uma Flor de Dama” , tendo minha direção, texto adaptado, interpretação, cenário, figurino, maquiagem e sonoplastia.Com este solo participei de mais de 16 festivais por todo o Brasil (CE, PE, PA, DF, RN, BA, MG, ES). Em 2006 atuei em “Dorotéia”, com direção de Herê Aquino, pelo Grupo Expressões Humanas. E no período de 2001 a 2004 atuei no Grupo Bagaceira de Teatro nos espetáculos: “Os Brinquedos No Reino da Gramática” (com direção de Renata Gomes), “Ano 4 D.C.” e “Engodo” (ambos com direção de Yuri Yamamoto). 
Atualmente sou integrante e encenador do Grupo 3x4 de Teatro, de Fortaleza-CE onde dirigi os esquetes:“As vivas cores da ilusão”, “Para Sempre Fiel” e “Confissões Entre Paredes”, “Para Uma Avenca Partindo”, “Os Sobreviventes”, "Red Roses", "Terça-Feira Gorda" e “Creme de Alface”, na mesma dirigi os espetáculos “As Rosas”, “Aniversário de Casamento”, “Curtas nº 1”, “Curtas nº 2”, "Para Papai Noel..." e "Silvestres". Em 2009 dirigi o espetáculo “Tudo o que eu queria te dizer” da Cia. Lai-tu de Teatro (Fortaleza) e , como professor do Curso Princípios Básicos de Teatro, realizei a montagem de “Alice – Nem tudo que parece é” (2009). Em 2010 estrei o terceiro trabalho de minha pesquisa sobre o universo das travestis cearenses com o título de “Engenharia Erótica – Fabrica de Travestis” com o Grupo Parque de Teatro. No mesmo ano estrei no espetáculo “S./A. Sociedade Anônimna” Produção do Grupo 3X4 de Teatro; o Solo “DEPOIS DO PONTO” e “Mixórdia – Encontro Desordenado de Fragmentos” no Curso Princípios Básicos de Teatro, do qual sou  professor e onde estreei em agosto de 2011 o espetáculo de conclusão “E SE...”. Já em janeiro de 2012 realizei a montagem de "Cabaret Show: Yes, Nós Temos Bananas!" e trabalho na montagem de 03 espetáculos com previsão de estreia ainda neste ano: "Metrópole" do Grupo 3X4 de Teatro; "Quanto vale o preço de quem paga o seu verdadeiro amor" do CPBT; "Quem Tem Medo de Travesti" com o Grupo As Travestidas.

Alexandre Lucas –  A sexualidade é uma das temáticas abordadas no seu trabalho. Como você ver essa questão?

Silvero Pereira -  Eu estou no Teatro porque ele me dá a oportunidade de expor minhas angústias, minhas inquietações com questões sociais. Acredito que a nossa sociedade ainda não está preparada para compreender as questões de sexualidade na nossa atualidade, por isso utilizo minha arte para provocar, tirar do conforto, confrontar e questionar os paradigmas, os conceitos e os "pré". Nossa sociedade precisa de esclarecimento e o teatro permiti, pelo menos na forma como executo, que as pessoas vejam e reflitam, não aponto conclusões, aponto desconforto naquilo que pensam.

Alexandre Lucas – Como ocorre a sua  pesquisa para construção do seu trabalho teatral?

Silvero Pereira -  Minha pesquisa é longa e cautelosa, não consigo levar nada para a cena de imediato, gosto de analisar, estudar, pesquisar, re-avaliar. O meu processo criativo dura em média entre 8 meses a dois anos de elaboração até chegar há um resultado. Essa pesquisa parte de experimentações estéticas, laboratórios corporais, emocionais, pesquisa "in locus", anotações, discussões, ensaios abertos e pesquisa acadêmica.

Alexandre Lucas – Como você ver a relação entre arte e política?

Silvero Pereira -  Necessária. Nós, artistas, temos a política nas mãos. Nós também somos formadores de opinião, ou pelo menos capazes de provocar questões e isso por si só já é ser político. A arte existe para tremer os conceitos, uma obra que não causa, que não modifica, que não desestabiliza, não tem finalidade. Só entramos em cena ou só pintamos um quadro porque queremos expor nosso ponto de vista perante à sociedade. Isso é política.

Alexandre Lucas – Qual a contribuição social do seu trabalho?

Silvero Pereira -  Meu teatro caminha em duas mãos. A primeira tem haver com a transformação social realizada no comunidade do Taupio (Distrito de Aquiraz) onde há 12 anos existe o Grupo Parque de Teatro. Neste local eu cheguei em 2000 para mostrar as crianças o que o teatro tinha de significado pra mim. No início a Comunidade encarava o Teatro como distração, lugar para deixar os filhos durante um turno para os pais terem tempo livre. Hoje a mesma comunidade encara o teatro como profissão, desejam ver os filhos no teatro. Hoje alunos meus são professores e coordenadores de arte na comunidade, são estudantes de Artes Cênicas e constituíram famílias e estabilidade financeira por meio da educação que receberam na arte. Já em segundo plano está meu trabalho no movimento LGBTTT, pois há 10 anos atrás iniciei uma pesquisa sobre o teatro e o transformista e hoje, anos depois, olho para a  cidade de Fortaleza, ou mesmo o nosso estado do Ceará, e vejo a minha colaboração. Hoje é possível ver travestis em bares, transformistas sem medo de mostrar a sua arte em qualquer local, ou mesmo quando escuto de pais e mais que assistiram meus espetáculos dizerem " Eu hoje compreendo e respeito melhor o meu filho, porque você me fez ver o quanto fui cruel!" 

Alexandre Lucas – Além desta abordagem sobre sexualidade, quais outras questões são enfatizadas no seu trabalho?

Silvero Pereira -  Meu trabalho tem haver com aquilo que no momento me incomoda. Atualmente tenho falado muito sobre sonhos, amizade, resiliência, infância e mundo Trans. 

Alexandre Lucas – Quais os próximos trabalhos?

Silvero Pereira -  Meus próximos trabalhos em vista são os seguintes:

Setembro : "Quanto vale o preço de quem paga o seu verdadeiro amor" do Curso Princípios Básicos de Teatro do Theatro José de Alencar
                        " Metrópile" Grupo 3X4 de Teatro

Outubro: " Quem Tem medo de Travesti" Grupo As Travestidas. Esse deve estrear no Cariri

Dezembro: Um infantil de natal ainda sem título pelo Grupo 3X4 de Teatro

Já em 2013: o musical "Yes, Nós Temos Bananas!" e um infantil sobre travestis e transformistas, ambos pelo Grupo As Travestidas
                      "Translendário 2013"         

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