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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

MASSAFEIRA: DE “NÃO SAUDOSA” MEMÓRIA

A quem interessar possa.

Não poderia jamais me furtar à obrigação de escrever sobre a “ Massafeira”. Pouca gente sabe ou teve acesso à história desse evento que nada tem de “saudosa” na sua memória para os artistas caririenses que foram convidados pela sua produção, para abrilhantar as noites daquele que prometia ser uma reunião de artistas em prol da cultura cearense.

Explico. Fui uma das pessoas destacadas para levar os artistas do Cariri à Fortaleza. Presença confirmada após convite. Partimos do Cariri em três ônibus lotados. Dois ônibus seguiram no primeiro dia levando os irmãos Anicetos, Um Grupo de Reisado, Emboladores, Mamulengo, Cego Oliveira e seu filho José Oliveira, Violeiros, cantadoras de benditos, e mais uma leva de novos e veteranos artistas (poetas, músicos, atores, etc) que faziam a cena artistico/autoral do Cariri na época.

Um terceiro ônibus, partiu na manhã do dia seguinte, levando a orquestra do Padre Ágio. Nos hospedaram no Ginásio Paulo Sarasate. Até aí tudo ia bem até que...

...no dia da abertura do evento, por volta das três horas da tarde, a produtora do evento nos chamou pra avisar que não teria dinheiro para pagamento dos cachês acertados. Imaginem a desapontamento dos artistas. Insisti que não poderia barrar a ida da orquestra do Padre Agio que já estava chegando em Fortaleza e que não aceitaria o não pagamento dos artistas, pois que eles deixaram os seus afazeres para cumprir o acordado.

Fomos informados então que estava cancelada a nossa apresentação.

Á noite, no inicio do espetáculo nos espalhamos na praça em frente ao Teatro José de Alencar e iniciamos a nossa apresentação. Todos juntos. Inclusive a orquestra do Padre Ágio que tocou em frente à portaria do teatro. Tomamos conta da Praça. A essa altura quem estava fora não entrou mais e quem estava dentro começou a sair para ver o espetáculo que se desenrolava fora do teatro.

Foi um pandemônio. A noite acabou por aí. Em meio a brigas, discussões, empurrões e agressões verbais de parte a parte, pagaram parte do cachê a alguns dos artistas. E a muito custo pagaram os ônibus para que pudéssemos voltar. Restou ao Cariri uma faixa do disco gravada por Pachelly Jamacarú com a música de sua autoria “NÃO HAVERÁ MAIS UM DIA”.

Cita um jornalista Dawlton Moura que “...Como destaque da noite, compositores e intérpretes remanescentes da Massafeira, realizada em 1979 no mesmo TJA dando origem ao LP lançado no ano seguinte, subiram ao palco para apresentar as canções do disco. Emoção compartilhada com a plateia, atenta a melodias que atravessaram três décadas”.

Sim prezado jornalista, você tem razão. Mas apenas alguns...apenas alguns artistas puderam COMPARTILHAR tais emoções.

4 comentários:

  1. Nossa Dedê, quer dizer que é essa a verdadeira versão da história? Lamento muito mesmo, o movimento massafeira poderia ter sido e ser até hoje o grande movimento da música do Ceará, obrigada por essa postagem e desabafo!
    Eita, no dia que Fortaleza reconhecer o Cariri, talvez nem seja mais interessante o Cariri reconhecer Fortaleza!

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  2. É Janinha. O movimento talvez tenha sido bom para alguns...eu disse alguns, de Fortaleza. Outros artistas que estavam surgindo na cena musical do Ceará da época e que(que coincidencia) eram do interior tambem sofreram.
    A unica coisa boa que trago na lembrança foi o fato do poeta Geraldo Urano conseguir silencio do Teatro lotado. Essa valeu demais.

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  3. Já disse antes que o Dedê está equivocado, sua visão está distorcida. Estas lamentações estão fora da realidade de como Massafeira foi possível em 79 e 80.
    Todos se apresentaram gratuitamente e ele e alguns outros queriam cachê.

    Se não foi bom bom para ele, específicamente, para a imensa maioria que compreende o que significa um evento coletivo, feito por artistas, naquela época sem nenhum apoio, foi excelente.

    Dedê se aprume, se informe e se ajeite.

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  4. Janinha Brito

    No disco da Massafeira, estão gravados três artistas do Cariri - Pachelly Jamacarú, Patativa do Assaré, Calé Alencar. Bem como artistas de outras regiões de Sobral - Vicente Lopes, Belchior, e do Piauí – Chico Pio, Clodo Ferreira, Zezé Fonteles, Ana Fonteles, Teti do Quixadá, além de muitos músicos de outras regiões que participaram das gravações vindos de diversas regiões..- Do Maranhão, do Rio de Janeiro, de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, etc.

    A Orquestra do Padre Ágio, e a Banda dos Irmãos Anicetos, Azuleika e Zé Gato, Calé Alencar, Patativa do Assaré, Pachelly Jamacarú, e muitos outros se apresentaram integralmente na Massafeira de 1979, e assim outros ilustres representantes de áreas culturais do Carirí - Stenio Diniz, Cícera do Barro Cru, Jackson Bantim, B.C.Neto, Rosemberg Cariry, Geraldo Urano, Renato Dantas, Luis Karimai,, Salatiel, Jefferson, Luiz Fidélis, João do Crato, Abdoral Jamacarú, Bá Freire, Batista Sena, Cleivan Paiva, Emerson Monteiro, citaria dezenas de nomes da lista de participantes do Cariri, que constam no Livro Massafeira.
    Melhor que vocês mesmos pesquisem. Sou entusiasta da cultura e da arte brasileira, principalmente de minha terra, o Ceará.

    Estão nos documentos da Aura Edições Musicais, que a Massafeira do ano seguinte 1980, foi realizada para o lançamento do disco duplo com seus participantes originais, também abrindo espaços para outros que não se apresentaram na Massafeira de 1979.
    Acontece que muitos que já haviam se apresentado anteriormente “entenderam” que seria um bis. É como convidar 250 artistas e comparecerem sem serem convidados e de última hora, mais de 1.000 (está escrito nos registros de produção do evento). E a solução da produção foi abrir outros espaços em frente a Praça José de Alencar e nos jardins do Teatro.

    Há que discordar do Sr. Wilton (Dedê), e da má vontade em reconhecer que está sendo tendencioso, e não está sendo justo nem isento, ao tentar desqualificar a Massafeira, que foi e é, até então, o único movimento que realizou esta união entre artistas da capital e do interior cearense, e de várias regiões do Brasil, e que está fora de propósitos, imputar aos organizadores, fatos sem embasamentos de informações, com ponto de vista pessoal e desinformado, e que não correspondem aos fatos reais.

    Está em outro blog do Cariri que não lembro no momento o endereço, uma afirmação do Sr. José Wilton (Dedê), que um dos artistas organizadores, teria o destratado pessoalmente penso que, este não é o perfil confiável de uma fala sobre os que organizaram a Massafeira.
    Talvez um dia, compreendam, os Livros, os Discos, os Vídeos estão aí pra quem quiser ver, ouvir, e entender.

    Cordiais Abraços

    Zeca Zines

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