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domingo, 5 de dezembro de 2010

Em defesa da permanência da Escola de Artes Violeta Arraes Gervaiseau na cidade de Barbalha, Ceará.

ESCOLA DE ARTES VIOLETA ARRAES E O "AUTO DA BARCA DO INFERNO"


                      Foto: Arquivo IMOPEC

"O prédio onde hoje funcionam os cursos da Escola de Artes Reitora Violeta Arraes, da Universidade Regional do Cariri (URCA) poderá ser reincorporado ao patrimônio do município. A expectativa é que isto ocorra nos próximos dias. Estudantes confidenciaram à reportagem que os cursos oferecidos pela instituição (teatro e artes visuais) podem ser transferidos para outra cidade da região até 31 deste mês. Este teria sido o prazo estipulado pela municipalidade para que a URCA desocupasse o prédio cedido em regime de comodato."
Mais informações: http://www.radiocetama.com.br/ver_noticia_barbalha.asp?id=12569


Diante do acima exposto e sem que seja necessário esperar um posicionamente oficial do Executivo Municipal de Barbalha(CE), queremos repudiar quaisquer providências que venham a impedir o funcionamento da Escola de Artes Reitora Violeta Arraes no nosso município.

Não acreditamos que o IPHAN e o PAC das Cidades Históricas possam concordar com tamanha truculência, ao ponto de ter que exigir a desocupação do Prédio Casarão, local de funcionamento da Escola de Artes, por motivo de restauração do local, sem que aponte uma alternativa digna da continuidade dos Cursos na cidade.

O "histórico" Centro de Melhoramentos de Barbalha, instituição essa que é fruto do suor e determinação de toda nossa sociedade (Elites e Trabalhadores), administrada pela 1ª Classe, é detentora de 03 (três) grandes prédios dentro da cidade, poderia ser uma das possibilidades de acomodação da Escola de Artes no período de restauração do Casarão.

Pensar na desocupação do Casarão para que seja implantado o Hotel Municipal é outra aberração que em épocas passadas já foi vivida pela sociedade  barbalhense, no período do Coronelismo e que não vimos nenhum benefício para cidade, servindo apenas de acomodação para o grupo político dominante da época.  O que vimos mesmo, foi um embate judicial para que o Casarão fosse desocupado à base de indenização, ficando o município com essas despesas, além da restauração. É um espaço superado para tal empreendimento, com escadaria rústica e imprópria para acesso de deficientes físicos e de salas/apartamentos com espaço físico reduzido  o que não justifica um investimento financeiro, mesmo com plena ocupação.

Certa vez a nossa cidade perdeu um histórico Monumento da Era Vargas, a Coluna da Praça da Águia, por ocasião da demolição para abrir caminhos ao desenvolvimento. Houve promessa de reconstrução, mas essa não foi concretizada. Várias residências e estabelecimentos comercias que faziam parte do nosso patrimônio histórico, hoje não mais existem, foram reformados também em prol do desenvolvimento, portanto não estamos dispostos a abrir mão de mais uma parte da nossa história por motivos pessoais e políticos os quais não justificam tal atitude. .

Neste momento, estamos a conclamar diante das autoridades, instituições e sociedade para que não permitamos tamanho absurdo de termos que perder a Escola de Artes, em consequência de entrave de grupos políticos interioranos, que fazem do patrimônio público o seu patrimônio político, os quais foram tão bem representados por Gil Vicente, dramaturgo portugues, no Auto da Barca do Inferno.

Continuando a Luta.

Antonio Hildegardis Ferreira
Poeta e Compositor Barbalhense

*

Em defesa da Escola de Artes Violeta Arraes

Por: Hildegardis Ferreira

Segue o nosso apelo ao Governador de Pernambuco o Sr. Eduardo Campos e ao Secretário de Cultura do Estado do Pernambuco o Mestre Ariano Suassuna, para que nos ajudem a cobrar do Governo do Estado do Ceará, Prefeito de Barbalha e Reitoria da URCA, uma ação definitiva, urgente e respeitosa, sobre as instalações físicas da nossa Escola de Artes Violeta Arraes, que encontra-se mendigando um espaço para que a mesma possa funcionar de forma digna

CANÇÃO DO EXÍLIO DA ESCOLA DE ARTES VIOLETA ARRAES



Hildegardis Ferreira


“NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA
SEM QUE EU VOLTE  PRA LÁ”
QUEM ME TROUXE PARA CÁ
PREGOU PEÇA EM MEU DESTINO
FEITO SONHO DE MENINO,
FEITO BARCO DE PAPEL.
REZADEIRA SEM O VÉU???
ANTES DE TUDO É PECADO!!!
ME TIRAR DA MINHA TERRA
É AÇOITE, UM MALTRATADO

PRA ONDE OLHAM VOCÊS
OU SEM QUERER PERCEBER
UM SEMBLANTE ENTRISTECER
PELAS RUAS DA CIDADE
E POR SIMPLES VAIDADE
ME PEGARAM PELA MÃO
SEM  PEDIR A PERMISSÃO
NEM OUVIR A MINHA TERRA.
A PALAVRA É A ÚNICA ARMA
DE QUEM ABOMINA A GUERRA!!!

POR INCRÍVEL QUE PAREÇA
BEM LONGE DO PARECER
NUNCA MAIS VOU ESQUECER
A DECISÃO INFUNDADA
DITA POR UMA BOCA AMADA
DE LUTAS POR NOSSA GENTE
TEM REGISTROS NOS REPENTES
QUE GLORIFICA A HISTÓRIA
NÃO OLHOU, TOPOU NA HORA
NAS PEDRAS DO INCONSCIENTE 

OS DOUTORES E SUAS MÃOS
TÃO FINAS, TÃO DELICADAS
NÃO ME FIZERAM AFAGADA
TAL QUAL AS MÃOS DOS GROTÕES.
EM SILÊNCIO, MULTIDÕES
COM SUAS MÃOS CALEJADAS
SE MOSTRARAM MÃOS DE FADAS
NESSE MOMENTO INCONTESTE
ACALMA MEU DESESPERO
TAL QUAL LIVRAR-ME  DA PESTE
   
MAS DOUTOR O TEU OLHAR
REFLETE TRANQUILIDADE
OLHAI COM TENACIDADE
NEM QUE SEJA BEM PROFUNDO
NEM QUE VÁ AO SUB-MUNDO
DAQUILO QUE NÃO COMPETE
NA FORÇA DO CANIVETE
ME RECUSO SER LEVADA
POIS É PURA TRAIÇÃO
ME DEIXAR VIR SER USADA

SAUDADES DE PATATIVA
ME ARREMETE NESSA HORA
A TRISTEZA DE IR EMBORA
COM MINHA ALMA PARTIDA
DILACERANDO A FERIDA
LEMBRANÇAS TÃO VERDADEIRAS
CARCERAGEM,  RIBANCEIRAS
QUASE NÃO SE ACABA MAIS
FEITO BARCO À DERIVA
A ESPERA DE UM CAIS

COMO DIZIA DOM HÉLDER
QUANDO A LUTA É ABSURDA
NÃO CALE, NÃO FIQUE MUDA
É LUTA APAIXONANTE
SEM QUERER SER ARROGANTE
PEDIMOS SERENIDADE
POIS RETIRAR DA CIDADE
A ARTE COM SEU TEATRO
SERÁ SÍMBOLO, SERÁ RASTRO
DE PURA PERVERSIDADE

SÓ ACREDITO EM LIBERDADE
SE FOR FEITA EM COMUNHÃO
ERA ASSIM NOBRE REFRÃO 
QUE PAULO FREIRE DIZIA
E TUDO QUE SE FAZIA
TINHA QUE SER BEM PENSADO
NÃO IMPORTASSE A DEMORA
PARA NÃO SE ARREPENDER
PRA NÃO VÊ O PADECER
DE QUEM NÃO FOI ESCUTADO
    
POIS SE USASTES O MEU NOME
EU QUERO SER RESPEITADA
NÓS CONSTRUÍMOS ESTRADAS
DE VIOLETA A GERVAISEAU
LEVAMOS COM MUITO AMOR
ESSE FARDO DO DESTINO
COM GUARIDA, COM ARRIMO
DEFENDENDO O PERSEGUIDO
SEM QUE OLHASSE PRAS CORES
DE BANDEIRAS OU PARTIDO

SOLDADINHO DO ARARIPE
EU TE PEÇO POR FAVOR
ME LIVRAI DA GRANDE DOR
DO EXÍLIO AMARGURANTE
NÃO QUERO SER RETIRANTE
DE UM SERTÃO QUE É SEMPRE INVERNO
“AUTO DA BARCA DO INFERNO”
A GIL QUEREM SE IGUALAR
“NÃO PERMITA DEUS QUE EU MORRA
SEM QUE EU VOLTE  PRA LÁ”

Em defesa da permanência da Escola de Artes Violeta Arraes Gervaiseau na cidade de Barbalha, Ceará.

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