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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Manifesto da Revolta dos Buzus, enviado por Bruno Aquino!

Aos estudantes e à população de Salvador

Estudantes de Salvador, reunidos em fóruns de mídias sociais na internet e
organizados em reuniões presenciais realizadas desde o dia 29 de dezembro, vêm a
público se posicionar sobre os seguintes fatos:

1- João Henrique Barradas Carneiro, Prefeito de Salvador, nunca cumpriu o
compromisso firmado pelo poder público municipal em 2003 de reativar o Conselho
Municipal de Transporte com participação paritária entre sociedade civil, Câmara
Municipal e Prefeitura. Este Conselho seria responsável pelo debate da tarifa, entre
outros temas relacionados à mobilidade urbana.
2- Novamente, o prefeito escolhe o período das férias de verão nas redes
pública e particular de ensino, pois sabe que as/os estudantes não aceitam o
reajuste sem a devida discussão da relação entre custo e qualidade do transporte
de Salvador e do impacto que o reajuste tem sobre as condições de vida das
famílias que o utilizam. O prefeito, assim, utiliza-se de um artifício covarde,
acreditando ingenuamente que o recesso escolar impedirá as mobilizações
estudantis;
3- A falta de coragem de João Henrique e o desrespeito ao voto de
confiança dado pela população de Salvador nos anos de 2004 e 2008, o fez afastar-
se da responsabilidade de decretar o aumento da tarifa dos ônibus, delegando a
árdua tarefa ao Secretário Municipal de Transportes e Infraestrutura Euvaldo Jorge.
Este, por sua vez, fez o que o chefe não teve a hombridade de assumir: aumentou
o valor da tarifa para R$ 2,50 a partir de 00h do dia 02/01/2011.

Mesmo com todos os artifícios de João Henrique para se esconder, as/os
estudantes ainda veem os dedos do prefeito nos atos que levaram ao reajuste da tarifa. E
junto a essas digitais escorregadias, a perícia identifica a marca inconfundível da
submissão do poder público municipal aos empresários do transporte urbano. Uma
prefeitura que desde seu primeiro mandato, iniciado em 2005, vem priorizando as grandes
empresas de transporte, e esquecendo-se da população trabalhadora, estudantil, que
passa horas e mais horas amontoados dentro de uma frota precarizada e reduzida de
ônibus, que são desconfortáveis e inseguros.

A capital baiana é uma referência de resistência e luta. Historicamente, obtivemos
inúmeras vitórias fruto das mobilizações. Quando se fala de mobilização contra o aumento
da tarifa de ônibus em Salvador, todos se lembram da histórica “Revolta do Buzu” em
2003. A cidade foi constantemente paralisada durante mais de um mês, e esse movimento
foi capaz de colocar nas ruas mais de 40 mil pessoas, espalhadas pela cidade. Esse
movimento foi o ponta de lança de várias mobilizações contrárias a essa política
autoritária e antipopular desta prefeitura, que aumentou sucessivamente a tarifa ao longo
de sua gestão, como em 2007, 2009, e 2010. Agora, em 2011, é hora de dar um basta a
essa política que limita o direito da população soteropolitana à cidade.

Se a passagem ficou cara, os/as estudantes, os/as trabalhadores/as, e toda a
sociedade, mesmo em férias, não vão deixar barato. Não vamos ficar de braços cruzados.
Estamos nas ruas!

Movimento “Revolta do Buzu 2011”

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