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quarta-feira, 16 de março de 2011

Cleivan Paiva



"Cleivan Paiva é de Simões, Piauí. Cearense por destino. Em sua primeira arribada pousou, de viola em punho, no Cariri cearense. Em Crato, início dos anos setenta, uniu-se a poetas do Grupo de Artes Por Exemplo-principalmente ao poeta Rosemberg Cariry. Nasceram as primeiras parcerias e vieram os tempos dos "Ases do Ritmo", grupo local de bailes, e as apresentações, como compositor, no movimento artístico da região. No violão e na guitarra, Cleivan tecia o fio de sua trajetória musical. Tudo lá, registrado no seu fraseado: do toque seresteiro-herança paterna- à batida de bossa nova; do ponteio da viola de feira àquela escala ao modo de um velho blue; beatlemania, bandas cabaçais, jovem-guarda, rodas de maneiro-pau e tropicália; balacubaco geral que o artista mais atento e inquieto incorpora sem copiar e devolve sob a forma de composições de extrema originalidade. Tudo, enfim, sem render-se aos modismos das chamadas "indústrias de cultura". "Guerra e Paz" é isto aí: uma mostra da materialização dessa longa trajetória sonora, vivenciada na geografia de díspares regiões. Nos anos 70, Cleivan formou, ao lado de Bá Freire, Isânio Santos, Audizio (Tapioca) e Bill Soares (ex- Papa Poluição) - o Ave de Arribação. O grupo arribou mesmo e, fatalmente, atuou em São Paulo; shows no metrô, nas praças e nos teatros da periferia. Quando desfeito, seus integrantes buscaram outros rumos musicais. Cleivan fez (faz) de tudo no ramo; desde gravações, como acompanhante em estúdios, até apresentações em casas noturnas. Também atuou em festivais: na Tupi classificou "Perímetro Urbano" (Nota: Na ocasião defendida por Marku Ribas) , incluída nesse disco (nele rende tributo a Victor Assis Brasil, tocando-a com arranjo do genial saxofonista). Antes disso, participou do Festival Universitário de SãoPaulo, com trabalhos de parceria com Rosemberg Cariry e Ivan Alencar. Conhecíamos Cleivan através de inúmeras fitas que caíam em nossas mãos, neste circuito ultramarginal, revelador das mais ricas reservas musicais que não estão no mercado. Mas, por aí a obra fica escondida e só os mais chegados tem o privilégio de ouvi-la. É necessário, então, romper o cerco imposto pela indústria fonográfica multinacional, aliada a certos impérios da comunicação vendidos aos seus interesses. E pinta o inevitável disco independente ou alternativo. Guerra e Paz é mais um nesta desigual batalha contra os "gigantes" que anunciam um certo "marasmo cultural"no atual momento brasileiro e tiram do colete rendosos modismos musicais que vem "salvar"o país desta suposta indigência criativa . Toda esta farsa se passa na terra de Vandré, Hermeto, Elomar, Cego Oliveira e Chico Maranhão; isto sem falar em tantos outros músicos e compositores de extraordinário talento que só tem suas canções registradas nos cassetes da vida. São os passageiros daquele trem que avança, conforme escreveu Marcus Venícius, "sem chegar a nenhuma estação/de rádio/sem fazer nenhuma parada/de sucesso!" Até quando permanecerá este boicote contra a mais legítima música popular brasileira ? Sabemos apenas que é preciso teimar na resistência, na lutra contra este imperialismo cultural."




Texto de Firmino Holanda escrito em 1984. Atualmente Cleivan Paiva mora no Crato, CE.

2 comentários:

  1. Eu adorei toda a sua vida , um musico de primeira , quero aprender bastante com ele , pois eu adoro musica , amo tocar e cantar , como fazer minhas musicas , e conto para ser feliz e quem sabe eu vá me sustentar disso ! Voce é demais !

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  2. Eu adorei toda a sua vida , um musico de primeira , quero aprender bastante com ele , pois eu adoro musica , amo tocar e cantar , como fazer minhas musicas , e conto para ser feliz e quem sabe eu vá me sustentar disso ! Voce é demais !

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