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terça-feira, 12 de março de 2013

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O blog Memórias do Cordel surgiu como uma extensão de minha monografia sobre O legado da Tipografia São Francisco para o design brasileiro. Nossas postagens são dedicadas a todas as pessoas interessadas em conhecer e pesquisar sobre cordel e xilogravura.
Paulo Jeyson

Cego Aderaldo - O Cantador e o Mito


Cego Aderaldo (Fonte: cinemacomrapadura.com.br) 

Neste post vamos fala do Documentário do cineasta cearense Rosemberg Cariry intitulado “Cego Aderaldo - O Cantador e o Mito”. O filme conta a história desse cantor e poeta cearense na primeira metade do século XX.

O Documentário
Para compor o longa, Cariry passou por alguns obstáculos, entre eles a escassa quantidade de materiais de arquivo sobre Cego Aderaldo. A grande maioria das informações sobre ele se mantiveram através de fontes orais, misturando-se entre fato e lenda. O diretor resolveu então buscar inspiração em Aderaldo e usar de sua imaginação para compor o documentário.

Durante o documentário há depoimentos de personalidades importantes como o cantor Geraldo Amâncio, o escritor Rodrigo Marques, o dramaturgo Ariano Suassuna, o crítico Firmino Holanda, o escritor Cláudio Portela, o produtor Luiz Carlos Barreto, além de pessoas da família de Aderaldo, como seu filho. Estes depoimentos mostram a dimensão do que foi Cego Aderaldo para a nossa cultura. Vale destacar também no filme o seu encontro na Amazônia com o cordelista Firmino Teixeira do Amaral, que escreveria o clássico A Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum.

O filme foi exibido em vários festivais, como o Cine Ceará em 2012, porém até o presente momento não encontrei o filme para locação, venda na internet ou algum trailer no YouTube para postar aqui, deixo então o pedido para quem conhecer onde é possível adquirir o filme, deixar nos comentários que acrescentarei nesta postagem.

Rosemberg Cariry
Rosemberg Cariry, diretor do filme, começou sua carreira cinematográfica em 1975 com documentários de curta-metragem sobre a cultura e a história dos povos do Brasil. Na década de 1980, realizou os primeiros filmes documentários profissionais. Ele já dirigiu importantes obras do cinema nacional como: O caldeirão de Santa Cruz do Deserto (1986); Juazeiro – A Nova Jerusalém (1999), Patativa do Assaré – Ave Poesia (2007) e Folia de Reis – Figural Farsesco e Popular (2012).

Paralelamente à sua atividade de cineasta, é também escritor e poeta, tendo publicado livros de poesia, contos, cinema e pesquisa sobre culturas populares. Seus trabalhos são profundamente imersos na cultura nordestina.

Quem foi cego Aderaldo
Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo, nasceu 1878 no Crato-CE, mas foi criado na cidade de Quixadá-CE. Desde cedo a vida foi difícil para Aderaldo, seu pai foi acometido por uma doença em 1880 que o deixou mudo, surdo e aleijado, vindo a falecer em 1896. Aderaldo perdeu a visão quando tinha 18 anos, 15 dias após a morte de seu pai em 25 de março de1896.

Cego e pobre, não tendo a quem recorrer, ele teve um sonho em versos. Foi quando descobriu o dom de cantador e de improvisar rimas. Logo ganhou uma viola de presente. Aprendeu a tocar e passou assim a garantir o sustento da mãe, que morreria pouco tempo depois. Após ficar sozinho, resolveu viajar pelo sertão, cantando e ganhando por sua habilidade.

A fama de Cego Aderaldo foi crescendo com o tempo, atingindo um dos seus auges em 1914 quando se deu a famosa peleja com Zé Pretinho, o maior cantador do Piauí, cuja batalha de violas e rimas, foi transcrita pelo cordelista Firmino Teixeira do Amaral, consagrando o cantador.
Capa do Folheto Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho (Fonte: www.casaruibarbosa.gov.br)

Com a fama, Cego Aderaldo viajou por todo o Brasil, passando por estados como: Piauí, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. E foi lá na capital paulista que ganhou do então governador Adhemar de Barros, com quem firmou boa amizade, um projetor cinematográfico. Ele passou então a sobreviver durante algum tempo, fazendo exibições por diversos lugarejos.

Cego Aderaldo adotou e criou, como filhos, 26 crianças, dando estudo e profissão a todos. O cantador veio a falecer no dia 30 de junho de 1967 em Fortaleza-CE. Sua obra foi valiosa para a cultura brasileira, sua popularidade é comparada a de Lampião e Pe. Cícero, seu legado influenciou a música popular e as artes, nas décadas de 50 e 60.

Ficha Técnica do Filme:
Roteiro e Direção: ROSEMBERG CARIRY
Produção Executiva: BÁRBARA CARIRY
Direção de Produção: TETA MAIA
Direção de Fotografia e câmera - DANIEL PUSTOWKA
Montagem: ROSEMBERG CARIRY E FIRMINO HOLANDA
Técnico de Som: YURES VIANA
Patrocínio: SECRETÁRIO DO AUDIOVISUAL – SAV/MINC E TV BRASIL

Mais informações:
Cariricult
Cine Ceará
Cinema com Rapadura
Diário do Nordeste
Portal O Nordeste

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