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quinta-feira, 4 de março de 2010

Movimentos e organizações populares realizam Celebração pelo dia Internacional da Mulher‏





Praça do Patriarca - rebatizada há dois anos como Praça da Matriarca - no Centro de São Paulo reúne manifestação em torno do quê ainda não foi alcançado


“Ainda há por que lutar!” Este é o mote em torno do qual o Ato de Celebração do Dia Internacional da Mulher, organizado por dezenas de organizações e movimentos populares, vai reunir manifestantes na Praça do Patriarca – rebatizada há dois anos como Praça da Matriarca - no centro de São Paulo neste 8 de março.

Mais que celebrar as conquistas em cem anos de mobilizações coletivas, a manifestação quer mostrar que a luta por autonomia, igualdade e direitos segue atual e necessária. Bandeiras históricas como a divisão do trabalho doméstico, salário igual para trabalho igual, o combate à violência doméstica, a reivindicação de creches para todas as crianças e a defesa da legalização do aborto continuam na ordem do dia do movimento feminista.

Neste ano, a agenda de reivindicações traz questões como a defesa da integralidade do Programa Nacional de Direitos Humanos, incluindo a resolução sobre o aborto, que foi alterada pelo governo federal; da Lei Maria da Penha, que vem sofrendo inúmeros obstáculos para sua implementação e legitimação; do Pacto Nacional de Combate à Violência contra a Mulher, que embora assinado pelo governo de São Paulo até hoje não teve recursos liberados; e do Estatuto da Igualdade Racial. As feministas também denunciarão os efeitos da crise econômica na vida das mulheres, que foram as maiores vítimas do desemprego; a criminalização dos movimentos sociais; o acordo assinado entre o Brasil e o Vaticano, que viola a laicidade do Estado brasileiro; e o oligopólio da mídia, que invisibiliza as mulheres e suas lutas e desqualifica suas lideranças, estimulando a subalternidade e o preconceito. Haverá ainda manifestações de solidariedade e envio de doações às mulheres do Haiti.

Sobre o 8 de Março
Do final do século XIX até 1908, uma série de greves e repressões de trabalhadoras marcaram a construção do movimento feminista nos Estados Unidos. O primeiro "Woman's day" foi comemorado em Chicago em 1908, e contou com a participação de 1500 mulheres. O dia foi dedicado à causa das operárias, denunciando a exploração e a opressão das mulheres e defendendo a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres, incluindo o direito ao voto. De novembro de 1909 a fevereiro de 1910, uma longa greve dos operários têxteis de Nova Iorque, liderada pelas mulheres, terminou pouco antes do "Woman's Day", realizado  no Carnegie Hall, quando três mil mulheres se reuniram em favor do sufrágio, conquistado em 1920 em todo os EUA.

Neste ano, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, na 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas , a criação do Dia Internacional da Mulher, que seguiu sendo celebrado em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país. Em 1914, ele foi comemorado pela primeira vez em 8 de março, na Alemanha. Mas é a ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917 , precipitando o início das ações da Revolução Russa, a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher. Documentos de 1921 da Conferência Internacional das Mulheres Comunistas revelam a proposta de uma feminista búlgara do 8 de março como data oficial. A partir de 1922, a celebração internacional é oficializada neste dia.




A Mulher Brasileira na Sociedade Atual

Em 2010, a Editora Fundação Perseu Abramo reeditou o livro “A Mulher Brasileira nos Espaços Públicos e Provados”, publicado originalmente em 2004. A obra - único estudo profundo sobre o papel da mulher brasileira na sociedade contemporânea – traz uma síntese dos resultados da pesquisa nacional inédita sobre mulheres - realizada pela Fundação Perseu Abramo, por meio de seu Núcleo de Opinião Pública-, além de 11 artigos que aprofundam e debatem as questões mais relevantes referentes à condição feminina no Brasil.

O livro apresenta um estudo representativo do conjunto das brasileiras residentes nas áreas urbanas e rurais de todo o país. O foco da obra não é mensurar suas condições objetivas de vida - ainda que também o faça-, mas conhecer as percepções, anseios e expectativas das mulheres, construindo um mosaico do que elas pensam, no início do século 21, sobre os diversos aspectos de suas vidas. “Essa pesquisa, por lidar com questão tão fundamental dos Direitos Humanos, repercuti até hoje no Brasil e no exterior” – assim conclui o diretor da Fundação, Nilmário Miranda, justificando o por quê de uma segunda reedição.

A íntegra dos dados obtidos – disponíveis no site da Fundação Perseu Abramo (www.fpabramo.org.br) e resumidos no Anexo do livro – forma um amplo retrato de como vivem e o que pensam 61,5 milhões de brasileiras. A publicação traz uma rica reflexão de dez autoras, muitas das quais colaboradoras da pesquisa desde seu planejamento, selecionadas por seu reconhecido saber, teórico e prático, nas diferentes áreas temáticas em que a investigação foi recortada.

Serviço:
Ato em celebração ao Dia Internacional da Mulher
"100 anos de 8 de março : mulheres em luta por autonomia, igualdade e direitos"
Ainda há por que lutar!
Local: Praça do Patriarca - Centro - São Paulo
Horário: 10h30


Ficha técnica do livro “A Mulher Brasileira nos Espaços Públicos e Privados”

Editora: Editora Fundação Perseu Abramo
Título: A Mulher Brasileira nos Espaços Público e Privado
Organizadores: Gustavo Venturi, Marisol Recamán e Suely de Oliveira
Autores: Margareth Rago, Heleieth Saffioti, Ana Maria Costa, Rosa Maria Silvestre, Alessandra Sampaio Chacham, Mônica Bara Maia, Matilde Ribeiro, Bila Sorj, Emma Siliprandi, Marta Porto, Tatau Godinho, Vera Soares e Alcilene Cavalcante
ISBN: 85-7643-98-X
Número de páginas: 247 páginas
Preço: R$ 35,00 reais

Mais informações nos sites da editora www.efpa.com.br ou da Fundação Perseu Abramo www.fpabramo.org.br.

Assessoria de Imprensa:
                                                     Baobá Comunicação
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