
Na contemporaneidade a contextualização e a confluência das linguagens artísticas/estéticas rompe com uma antiga compreensão da divisão do trabalho entre manual e intelectual fator que contribuiu sobremaneira para estratificar a arte, sendo uma destinada como arte do povo e a outra para a elites, ficando para a primeira o trabalho manual e para a segunda o trabalho intelectualizado. A arte ligada ao povo é posta com secundária e inferior pelas elites econômicas, a mesma que titulará a sua produção como superior. Neste sentido a divisão das artes, dos públicos e dos artistas só serve para reforça esse sustentáculo separatista.
Convém considerar, entretanto, que a arte é junção de Visão Social de Mundo e técnica, então se deve atentar para a particularidade de cada linguagem artística, tendo em vista, que ambos são importantes na constituição de um trabalho de arte, tendo o primeiro o caráter de situar, compreender, perceber e orientar a contextualização do trabalho artístico como forma servir ao processo pedagógico de politização e construção humana do artista e o segundo para apropriação de conhecimentos sobre a especificidade da linguagem artística que possibilite comunicar e interagir com o público, esses dois ingredientes são inseparáveis e indispensáveis para o fazer artístico, pois não se faz artes só com técnica, nem só no campo das idéias. Confluir as linguagens é ampliar os horizontes e desvendar a ordem estabelecida devolvendo o caráter comunitário da arte.
Prof. Alexandre Lucas
Coordenador do Coletivo Camaradas, Pedagogo e artista/educador.
Foto ilustrativa - Arte Abstrata - Angel Estevez
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