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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

“Massafeira 30 Anos´” lota TJA

Remanescentes da Massafeira voltaram ao Theatro José de Alencar: emoção em 12 horas de programação (FOTO: THIAGO GASPAR)

Uma grande "virada cultural", das 18h de sábado às 6h de domingo, movimentou a casa de espetáculos

"Clareia, manhã, clareia / Abre os teus dedos, manhã / E deixa essa casa cheia / Do teu cheiro de romã". Com casa cheia ao longo de 12 horas de shows, cortejos, exposições, performances de dança, teatro e poesia, uma grande "virada cultural" marcou a celebração dos 30 anos do disco "Massafeira Livre" e o lançamento de sua reedição em CD, acompanhada de livro. Como nos versos de "Aurora", composição de Ednardo e Belchior presente no disco, o Theatro José de Alencar permaneceu lotado, madrugada adentro, para um encontro entre o público e artistas cearenses de várias gerações. Ao longo da semana passada, o Diário do Nordeste publicou uma série especial de matérias sobre o tema.

Como destaque da noite, compositores e intérpretes remanescentes da Massafeira, realizada em 1979 no mesmo TJA dando origem ao LP lançado no ano seguinte, subiram ao palco para apresentar as canções do disco. Emoção compartilhada com a plateia, atenta a melodias que atravessaram três décadas.

Se muita gente não conhecia as músicas a ponto de cantar junto (o próprio Ednardo, idealizador do novo evento, se desculpou por ler as letras de algumas canções), foram unânimes os aplausos diante de um reencontro de tantas simbologias. Enquanto muitos espectadores que participaram da edição original da Massafeira vibraram com a chance ver artistas como Régis e Rogério Soares, Calé Alencar e Chico Pio se revezando no palco, outros não escondiam a surpresa diante do primeiro contato com as interpretações marcantes de Lúcio Ricardo e Rodger Rogério. Ao final do show, todos se reuniram para entoar, agora sim em companhia da plateia, "Enquanto engoma a calça". "Porque cantar parece com não morrer...".

Encerrado pouco depois das 23h, o show marcava apenas o início da maratona artística nos vários espaços do TJA: do teatro Boca Rica ao Morro do Ouro, da calçada aos jardins. A aproximação veteranos e jovens representantes da música cearense foi exemplificado pela presença de grupos como o Breculê e os Renegados, além dos compositores integrantes do movimento Bora! - Ceará Autoral Criativo, entre diversos nomes de outras linguagens. O público se manteve numeroso ao longo da madrugada, confirmando a demanda por uma "virada cultural" em Fortaleza. Segundo a produção, cerca de 4 mil pessoas passaram pelo TJA, aplaudindo aproximadamente 350 artistas. Em uma noite memorável.

DALWTON MOURA (EDITOR DO CADERNO 3)

Fonte: Diário do Nordeste

4 comentários:

  1. Carlos Rafael, adorei sua postagem, sempre pesquisei sobre esse movimento e tinha muito orgulho do Pachelly Jamacaru dele ter participado, agora vi a postagem do Dedê, me entristeceu bastante a desvalorização do movimento com os artistas caririenses, manchou pra mim e tirou o brilho desse que considerava um dos maiores movimentos da música cearense...
    Lamentável!

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  2. Janinha Brito,

    Em minha opinião, Massafeira foi e continua sendo um dos movimentos de maior expressão das artes e culturas cearenses.

    O comentário do Sr. Dedê, ao meu ver é totalmente equivocado e movido por mágoas que não se sabe por que.

    Voces já leram ou viram o Livro Massafeira 30 Anos - Som Imagem Movimento Gente?

    Se não, vejam logo, antes que esgote, pois a tiragem é especial e só terá esta edição.

    No livro vocês poderam notar toda a valorização merecida pelos artistas caririenses.

    Lamentáveis são as posições de alguns poucos que tentam empanar o brilho de um movimento que sem sombra de dúvidas, até hoje, é um dos que mais abriu espaços com dignidade para todos artistas cearenses.

    Abraços

    Zeca Zines

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  3. Obrigada pela consideração de mostrar para nós caririenses a sua versão da história, não, ainda não li o livro, quem sabe eu consiga antes do seu esgotamento, mas Zeca, o Dedê se baseia em fatos, esse é o ponto de vista dele, e se foi assim é realmente lamentável! Quanto à valorização dada pelo livro Massafeira aos nossos artistas, e se é um livro que conta a história do movimento, o Cariri não poderia ficar mesmo de fora, muita coisa precisa mudar na relação dos artistas fortalezences e o interior do estado.
    Seu comentário enriquece nosso blog, estamos aqui para discutir e trocar ideias!
    Seja sempre bem vindo!

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  4. Janinha Brito,

    Sobre a Massafeira, também me baseio em fatos concretos. Tive acesso ao portfólio de documentos, matérias jornalísticas,lista de participantes, fotos, documentos de produção, etc., tanto da Massafeira de 1979 quanto da Massafeira de 1980,através do acervo de Aura Edições Musicais, no qual pesquisei.

    E posteriormente,aos documentários em vídeo e ao livro e discos Massafeira 30 Anos.
    Tanto nos documentários quanto no livro, existem depoimentos e artigos de artistas do Carirí entre os quais o grande Rosemberg Cariry.

    É de fundamental importância que as pessoas que se interessam pelo assunto tomem conhecimento dos fatos reais.

    Entrevistei Ednardo no Rio de Janeiro sobre a Massafeira após estes 30 anos e toquei no assunto do movimento.

    Ele relatou que existiam várias equipes que se encarregaram dos convites aos participante e a parte do Cariri ficou ao cargo do Rosemberg Cariry e Rogério Crato, e que ele - Ednardo - não tomou parte de nenhum convite pessoal a quem quer que seja dos artistas tanto desta Região quanto de outras, muito menos ao Sr Dedê.

    E que acredita que nem o Rosemberg nem Rogério Crato, tenham feito qualquer promessa de pagamento a estes artistas, pois o evento foi realizado com a premissa que não haveria cachê a nenhum dos que dele participaram, tantos os conhecidos quanto os ainda não conhecidos do grande público.

    O que foi estabelecido pela produção é que haveria transporte e hospedagem e alimentação, para um número limitado de artistas desta região, mas se houve "entusiasmo" desmedido e autos-convites dos que se deslocaram por conta própria, e resultaram numa comitiva além da capacidade concreta de espaço no evento, de forma alguma qualquer insatisfação poderia ser direcionada aos organizadores da Massafeira.

    Portanto é temerária, fantasiosa e de cunho pessoal,qualquer afirmação neste teôr, partindo de quem quer que seja, por mais tenha o merecido respeito na Cultura Caririense.

    Obrigado pelas boas vindas em seu importante Blog Cultura no Cariri.

    Abraços,

    Zeca Zines

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