Carlos Gomide
Carlos Gomide começou a trabalhar com arte em 1975 em Brasília, junto ao diretor Humberto Pedrancini em um grupo chamado Carroça. Participou de duas montagens: “Pedro Malazartes” - texto de Maria Helena Kuhner, e “Cidade que não tinha rei” - montagem coletiva.
Com o dissolvimento do grupo Carroça, Carlos herdou o nome “Carroça” e começa a traçar um caminho próprio.
Em 1976 Carlos conheceu a poética do mamulego através do espetáculo “Festança no reino da mata verde” do grupo Mamulengo Só Riso, onde o saudoso Nilson Moura brincava o personagem principal - Tiridá, com direção de Fernando Augusto.
Em 1977, já encantado com a força do teatro de bonecos, linguagem que se tornou base de criação de seus trabalhos, montou um espetáculo com bonecos de sucata “As Bravatas do Professor Tiridá na Usina do Coronel de Javuna” - texto do mamulengueiro pernambucano Januario de Oliveira. Com essa brincadeira começou a viajar o Brasil tornando o Carroça um grupo itinerante.
Em 1978, participando de um festival no SESC Madureira (Rio de Janeiro), conheceu o mestre Antônio Alves Pequeno (Antônio do Babau), brincante de uma espetacular originalidade da cidade de Mari - PB. Em 1979 Carlos viajou ao encontro de Seu Antônio do Babau para conviver como “discípulo” de um mestre. Para Seu Antônio foi enaltecedor receber uma pessoa “de fora” com desejo de aprender e valorizar sua arte. Após um ano e meio de convivência no roçado, nas festas e nas brincadeiras, Carlos terminou de completar seu terno de mamulengo (conjuntos de bonecos de uma brincadeira) e teve a permissão de levar essa tradição mundo afora.
Esse aprendizado norteou o caminho do Carroça de Mamulengos, pois a partir daí sempre esteve junto aos mais diversos mestres e brincantes das mais variadas manifestações populares. Convivendo, com uma relação de amor, respeito e cumplicidade, Carlos Gomide foi lapidando uma linguagem estética única pra o grupo.
Schirley França
Schirley França começou a trabalhar com teatro em 1980 com o Grupo Retalhos, tendo como foco de trabalho a criação de espaços para apresentações artísticas e a formação de platéia. Participou de vários espetáculos circulando por Brasília e pelas cidades do entorno.
Em 1982, na passagem da Cia. Carroça por Brasília, Schirley, então com dezessete anos, conhece Carlos Gomide. Tornou-se sua esposa e integrante do grupo, deixando para trás Brasília, sua companhia de teatro, universidade de artes Dulcina de Moraes e a família, para seguir um caminho completamente diferente: a construção de uma arte vivida no dia a dia, o desafio de criar uma família na estrada, educar, cultivar a fartura, tornar todo espaço um lar que aconchegue a grande família que a Cia. Carroça formou em todos esses anos rodados.
A família
Com o nascimento dos filhos: Maria - 1984, Antonio - 1986, Francisco -1988, João - 1990, Pedro e Mateus -1995, Luzia e Isabel -1998, houve a necessidade de criar uma concepção cênica que possibilitasse a participação das crianças dentro de uma consciência de que vida e arte se complementam. Assim, de forma orgânica, Carlos e Schirley foram integrando conceitos de arte e educação na formação dos filhos que, desde sempre, acompanham seus pais em sua itinerância pelo país. Em cena transformam arte em vivência.
É assim que em função do amadurecimento de cada filho, naturalmente, a dança, a música, o canto, os bonecos e os elementos circenses foram incorporados às brincadeiras.
O picadeiro, para essa família, é sagrado, é a extensão do próprio lar. Hoje, a Companhia Carroça de Mamulengos apresenta suas brincadeiras por praças, feiras, ruas, teatros e festivais. Trilha um caminho de fé, acreditando na vida e na arte como meio capaz de tocar profundamente os corações de homens, mulheres e crianças. Abraça o Brasil e por ele é abraçado.
fonte:http://www.carrocademamulengos.com.br/
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