O conto do gaúcho Caio Fernando Abreu, Dama da Noite, extraído do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso e dedicado à escritora Márcia Denser foi maravilhosamente bem encenado por Silvero Pereira. A encenação desta noite foi a de número 300 e consolida 10 anos de pesquisa e oito, de apresentações que foram evoluindo no formato e na performance. No início, a peça concentrava-se apenas no texto de Caio e se chamava Uma Flor de Dama, nos últimos tempos foi inserido ao espetáculo shows de transformistas dublando divas da música pop nacional e internacional (todas foram excelentes e animaram e deslumbraram a platéia): Amy Winehouse, Lady Gaga, Preta Gil, Adèle ... e ganhou o nome que tem hoje. É esse clima de boate gay que impera na primeira parte que tanto encanta quanto desnorteia o público, quando na sequencia, vemos a personagem que se senta e dialoga com um interlocutor que é descrito como um rapaz jovem de furo no queixo que está inserido na “roda” onde ficam aqueles que são aceitos, que não são marginalizados. O discurso vai da paquera à fúria ao escracho ao humor ao drama à ofensa à euforia à poesia: “Gosto de quem eu sou, não do que eu faço, porque escolhi ser quem eu sou”. O público vai sendo conquistado e levado a refletir sobre a condição do outro e a olharem mais atenciosamente à sua própria condição nesta vida. Um triunfo de apresentação!
(Momento da homenagem a Silvero Pereira pelas "Travestidas")
E amanhã, no mesmo horário, é a vez de Engenharia Erótica.
Texto de Elvis Pinheiro.
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