Relembrando a história da beata Maria de Araújo, que morreu pelo preconceito e racismo da Igreja Católica no enclausuramento!
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maria de Araújo | |
---|---|
Nascimento | 23 de maio de 1863 Juazeiro do Norte, CE |
Morte | 17 de janeiro de 1914 Juazeiro do Norte, CE |
Era filha de Antônio da Silva Araújo e Ana Josefa do Sacramento.
Desde pequena já levava uma vida árdua, tendo os seus pais falecidos logo cedo. Trabalhava com artesanato, fiando algodão e fazendo bonecas de pano para a venda. Padre Cícero mandava-a ensinar artesanato para outras crianças. Também trabalhou numa olaria com fazendo a contagem dos tijolos.
Em 1885, aos seus 22 anos, passou a usar os hábitos de freira. Passou a ser considerada "beata" pelo povo após um retiro espiritual administrado pelo padre Cícero e pelo padre Vicente Sóter de Alencar. Por ser órfã, passou a residir na casa de padre Cícero, que tinha uma dedicação especial por ela.
O fato mais importante de sua vida foi o milagre da hóstia acontecido em 1 de março de 1889. Ao receber a hóstia, em uma comunhão oficiada por Padre Cícero, na capela de Nossa Senhora das Dores, a "beata" não pôde degluti-la, pois a hóstia transformara-se em sangue. O fato repetiu-se, e o povo achou que se tratava do sangue de Jesus Cristo e, portanto, era um milagre.
O povoado de Juazeiro do Norte passou a ser alvo de peregrinação, pois a multidão queria ver a beata e tratava os panos manchados de sangue como objetos divinos. O jornalista José Marrocos divulgou o fato ocorrido e se tornou um ardoroso defensor do milagre.
A notícia rapidamente chegou aos ouvidos do bispo D. Joaquim José Vieira que chamou o Padre Cícero a Fortaleza para esclarecer o acontecido. O bispo ficou intrigado com o relato ouvido, mas, pressionado por alguns segmentos da Igreja Católica que não aceitaram o relato, enviou dois sacerdotes de sua confiança, os padres Clicério da Costa Lobo e Francisco Pereira Antero, para investigar os acontecimentos. Depois de algumas experiências e de ouvirem relatos de testemunhas, deram o caso como divino.
O bispo não gostou do resultado e convocou uma nova comissão constituída pelos padres Antônio Alexandrino de Alencar e Manuel Cândido, a qual concluiu não haver milagre. O relatório do inquérito foi enviado à Santa Sé, em Roma, e esta confirmou a decisão tomada pelo bispo.
Maria de Araújo passou os últimos anos de sua vida enclausurada até falecer em 1914. O local onde estão seus restos mortais é desconhecido.
A Beata Maria de Araujo foi mantida em cárcere privado pela Diocese do Crato até o dia da sua morte
ResponderExcluir