Para os iorubás tradicionais e os seguidores de sua religião nas Américas, orixás são deuses que receberam de Olodumare ou Olorum, a incumbência de criar e governar o mundo, ficando cada um deles responsável por alguns aspectos da natureza e certas dimensões da vida em sociedade e da condição humana.
Iemanjá, a senhora das grande águas,mãe dos deuses, dos homens e dos peixes, aquela que rege o equilíbrio emocional e a loucura, talvez o orixá mais conhecido no Brasil. É uma das mães primordiais e está presente em muitos mitos que falam da criação do mundo.
No Brasil, ganhou soberania dos mares e dos oceanos, regidos na África por Olocum, orixá esquecido no Brasil. Também no mar é Ajê Xalugá, de culto inexistente no Brasil, mas lembrada em candomblés que cultivam a busca de raízes culturais, antigo orixá regente da conquista da riqueza, da prosperidade material, dos negócios lucrativos.
O culto a Iemanjá na África está associado ao rio Níger e pode ser observado no âmbito da celebração de divindades femininas primordiais, as Iá Mi Oxorongá, literalmente, nossas mães ancestrais, donas de todo conhecimento e senhoras do feitiço, representantes da ancestralidade feminina da humanidade, as nossas maãs feiticeiras, que entre nós são lembradas muito discretamente em ritos aos antepassados celebrados em velhos candomblés.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de Fevereiro, uma das maiores festas do país em homenagem à Nossa Senhora dos Navegantes, a "Rainha do Mar" ( no Candomblé ). A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ( na Umbanda ) ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar oferendas para a divindade. A celebração também inclui o tradicional "banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à Orixá.
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Segundo a lenda, Olodumare-Olofim vivia só no Infinito, cercado apenas de fogo, chama e vapores, onde quase nem podia caminhar. Cansado desse seu universo tenebroso, cansado de não ter com quem brigar, decidiu pôr fim àquela situação.Libertou as suas forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas. As águas debateram-se com rochas que nasciam e abriram no chão profundas e grandes cavidades. A água encheu as fendas ocas, fazendo-se mares e oceanos, em cujas profundezas Olocum foi habitar.
Do que sobrou da inundação se feza terra. Na superfície do mar, junto à terra, ali tomou seu reino Iemanjá, com suas algas e estrelas-do-mar, peixes, corais, conchas, madrepérolas. Ali nasceu Iemanjá em prata e azul, coroaca pelo arco-íris, mãe dos orixás, denominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões, por onde ainda respira o fogo aprisionado.
O fogo se consumia na superfície do mundo eles apagaram e com suas cinzas Orixá Ocô fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores, bosques, florestas, que foram dados aos cuidados de Ossaim.
Nos lugares onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos, a peste, que foi doada pela mãe dos oriixás ao filho Omulu. Iemanjá encantou-se com a Terra e a enfeitou com os rios, cascatas e lagoas.
Assim surgiu Oxum, dona das águas doces. Quando tudo estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Iemanjá, Obatalá, respondendo diretamente às ordem de Olorum, criou o ser humano. E do ser humano povoou a Terra.
E os orixás pelos humanos foram celebrados.
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